[Complications of pediatric renal transplantation]

Acta Med Port. 2013 Sep-Oct;26(5):517-22. Epub 2013 Oct 31.
[Article in Portuguese]

Abstract

Background: Renal transplantation is the treatment of choice for children with end stage renal disease with positive impact on survival and quality of life. However, some complications affect morbidity and mortality. This study examines the renal transplantation complications profile in pediatric patients (<18 y).

Material and methods: Retrospective analysis of clinical files from renal transplantation patients followed in Pediatric Nephrology Unit from September 1995 to August 2010. Collection of data regarding: demography, end stage renal disease etiology, previous renal replacement therapy, graft loss and death, complications: surgical, infectious and non-infectious (acute and chronic rejection, primary disease recurrence, metabolic and cardiovascular risk factors). Descriptive statistical analysis was performed.

Results: 78 children (male: 48.7%), mean age at renal transplantation: 11.7 4.1 years. Previous peritoneal dialysis in 49 (62.6%). Five patients (6.4%) with preemptive renal transplantation. Median follow up: 37.5 months (1-169). Main end stage renal disease etiologies were urologic conditions in 41% and glomerular disease in 28.2%. Infectious complications occurred in 74%: viral: 56.4% (cytomegalovirus in 39.7%); bacterial in 53.8% (mainly urinary tract infections). Non-infectious complications were: 1) cardiovascular risk factors: hypertension in 85.9%, hyperlipidemia in 16.7% and new onset diabetes post transplantation in 7.7%; 2) acute graft dysfunction in 32.1%; graft chronic nephropathy 17.9%; 3) surgical complications 16.7%. In the first month after renal transplantation, surgical complications (11.5%) and bacterial infections were the most prevalent complications. Between the 1st and the 6th month there were more bacterial (34.6% patients) and viral (17.9% patients) infections. From 6th month on, cardiovascular risk factors (89.7% patients) became the more prevalent. There was one death.

Conclusions: The most frequent infections were viral, mainly CMV. Acute graft dysfunction was frequent after the 6th month, probably associated with poor compliance. New morbidities, namely cardiovascular risk factors, are emerging with the evolution of new diagnostic, prophylactic and therapeutic strategies for renal transplantation.

Introdução: A transplantação renal é a terapêutica de eleição na criança com doença renal crónica terminal, evidenciando impacto positivo na sobrevida e qualidade de vida dos doentes. Não é, no entanto, isenta de complicações, algumas com importante morbilidade. Os autores pretendem caracterizar o perfil de complicações pós transplantação renal em doentes pediátricos (até 18 anos).Material e Métodos: Análise retrospectiva dos doentes submetidos a transplantação renal e seguidos na Unidade de Nefrologia Pediátrica entre Setembro de 1995 e Agosto de 2010. Dados obtidos dos processos clínicos: características demográficas, etiologia da doença renal crónica terminal, terapêutica de substituição renal, mortalidade e perda de enxertos, complicações cirúrgicas, infecciosas e não infecciosas (rejeição aguda e crónica, recidiva da doença de base, alterações metabólicas e factores de risco cardiovascular). Análise estatística descritiva simples.Resultados: Foram incluídas 78 crianças transplantadas (48,7% sexo masculino), com idade mediana à data da transplantaçãorenal de 12 anos (2 - 18). A maioria fez previamente diálise peritoneal: 49 (62,6%). Cinco doentes (6,4%) foram transplantados sem diálise prévia. A mediana do tempo de seguimento após transplante foi 37,5 meses (1 - 169). As principais etiologias de doença renal crónica terminal foram: uronefropatias (41%) e glomerulopatias (28,2%). As complicações infecciosas ocorreram em 74,4%; infecçõesvirais em 56,4%, sendo a mais prevalente a infecção citomegalovírus (39,7%); infecções bacterianas em 53,8% (na maioria infecções urinárias em doentes urológicos). Outras complicações: 1) factores de risco para doença cardiovascular: hipertensão arterial em 85,9%; dislipidémia em 16,7% e diabetes de novo em 7,7%; 2) episódios de rejeição aguda em 32,1% e nefropatia crónica do enxerto em 17,9%; 3) complicações relacionáveis com a cirurgia em 16,7%. No primeiro mês após transplantação renal as complicações maisfrequentes foram as infecções bacterianas que ocorreram em 15,4% dos doentes e as complicações associadas à cirurgia que ocorreram em 11,5%; entre 1º e 6º mês prevaleceram as infecções bacterianas (em 34,6%) e virais (em 17,9%) e a partir do sexto mês os factores de risco cardiovascular (hipertensão arterial em 85,9% e dislipidémia em 16,7%). Registou-se um óbito.Conclusões: As infecções mais frequentes foram as virais, nomeadamente a infecção citomegalovírus. A disfunção aguda do enxerto permanece uma complicação frequente. Com a evolução de novas estratégias diagnósticas, profilácticas e terapêuticas, assistiu-se a emergência de novas morbilidades, nomeadamente os factores de risco cardiovascular.

Publication types

  • English Abstract

MeSH terms

  • Adolescent
  • Child
  • Child, Preschool
  • Female
  • Humans
  • Kidney Failure, Chronic / surgery*
  • Kidney Transplantation / adverse effects*
  • Male
  • Postoperative Complications / epidemiology
  • Postoperative Complications / etiology
  • Retrospective Studies