Objective: To investigate the characteristics of women who had preterm birth (PTB) and related outcomes according to ethnicity.
Methods: A secondary analysis of a multicenter cross-sectional study conducted in Brazil. Women who had PTB were classified by self-report as white and non-white. Clinical, pregnancy, and maternal data were collected through postpartum interviews and reviews of medical charts. The sociodemographic, obstetric and clinical characteristics of the women, as well as the mode of delivery and the neonatal outcomes among different ethnic groups were compared through a bivariate analysis.
Results: Of the 4,150 women who had PTB, 2,317 (55.8%) were non-white, who were more likely: to be younger than 19 years of age (prevalence ratio [PR]: 1.05; 95% confidence interval [95%CI]: 1.01-1.09); to be without a partner; to live on low income; to have lower levels of schooling; to have ≥ 2 children; to perform strenuous work; to be from the Northeastern region of Brazil rather than the from Southern region; to have a history of ≥ 3 deliveries; to have an interpregnancy interval < 12 months; to have pregnancy complications such as abortion, PTB, preterm premature rupture of membranes (pPROM), and low birth weight; to initiate antenatal care (ANC) visits in the second or third trimesters; to have have an inadequate number of ANC visits; to be under continuous overexertion; to smoke in the first and second or third trimesters; and to have anemia and gestational hypertension. The maternal and neonatal outcomes did not differ between the groups, except for the higher rate of low birth weight (73.7% versus 69.0%) in infants born to non-white women, and the higher rate of seizures (4.05% versus 6.29%) in infants born to white women.
Conclusion: Unfavorable conditions were more common in non-whites than in whites. Proper policies are required to decrease inequalities, especially in the context of prematurity, when women and their neonates have specific needs.
Objetivo: Investigar as características das mulheres com parto pré-termo e os respectivos resultados de acordo com a etnia. MéTODOS: Uma análise secundária de um estudo de corte transversal multicêntrico no Brasil. Mulheres com parto pré-termo foram classificadas por autodefinição como brancas ou não brancas. Dados maternos, clínicos, e da gestação foram coletados por entrevista pós-parto e revisão de prontuários. As características sociodemográficas, obstétricas e clínicas das mulheres, o tipo de parto, e os resultados neonatais dos grupos étnicos foram comparados por análise bivariada.
Resultados: Das 4.150 mulheres que tiveram parto pré-termo, 2.317 (55,8%) eram não brancas, que com mais frequência: eram menores de 19 anos de idade (razão de prevalência [RP]: 1,05; intervalo de confiança de 95% [IC95%]: 1,01–1,09); não tinham parceiro; eram de baixa renda; tinham baixa escolaridade; tinham ≥ 2 filhos; realizavam trabalho extenuante; provinham mais do Nordeste do que do Sul; tinham histórico de ≥ 3 partos; tinham intervalo interpartal < 12 meses; e tiveram complicações gestacionais como aborto, parto pré-termo, rotura prematura de membranas pré-termo (RPM-PT) e baixo peso ao nascimento; iniciaram as consultas de pré-natal no segundo ou terceiro trimestres; compareceram a um número inadequado de consultas; viviam sob contínua exaustão; fumaram no primeiro e segundo ou terceiro trimestres; e tiveram anemia e hipertensão gestacional. Os resultados maternos e neonatais não diferiram entre os grupos, exceto pela maior taxa de baixo peso ao nascimento (73,7% versus 69,0%) entre as crianças das mulheres não brancas, e e a maior taxa de convulsões (4,05% versus 6,29%) entre as das brancas. CONCLUSãO: Condições desfavoráveis foram mais comuns entre não brancas do que entre brancas. Políticas apropriadas são necessárias para diminuir as diferenças, especialmente no contexto da prematuridade, quando mulheres e seus neonatos têm necessidades específicas.
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