Lauro Jardim
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Antes do início da campanha eleitoral, a equipe de Alexandre Ramagem indicava que, para tentar tirar Eduardo Paes da Prefeitura do Rio de Janeiro, o candidato bolsonarista deveria insistir em discutir a segurança pública da cidade. O tema tem sido, de fato, abordado por Ramagem em sabatinas, debates e no horário eleitoral de TV e rádio (“Se bandido não gosta dele, sinal que o cara é bom”, diz uma das inserções). Beleza.

Só que Claúdio Castro, correligionário de Ramagem no PL, trouxe uma péssima notícia para essa estratégia da campanha, capitaneada pelo marqueteiro Paulo Vasconcellos. O chefe do Executivo fluminense admitiu aos repórteres Vera Araújo e Marcos Nunes que quem vive sob sua administração tem “visto um gigante aumento da violência, uma piora dos índices”.

A fala é uma tentativa de Castro de justificar a troca de comando da Polícia Civil do Rio, efetivada dois dias atrás. Para isso, o governador critica indiretamente o desempenho do secretário que acaba de exonerar, Marcus Amim (substituído por Felipe Curi). Amim estava à frente da corporação desde outubro (ou seja, tinha dez meses dedicados ao cargo).

Os índices ruins citados por Castro são reais, ilustrados por aumentos dos roubos de veículos e de rua do ano passado para cá. Só que, na contramão da fala do governador sobre o cenário desfavorável, o grupo de Ramagem no PL vinha garimpando — e fazendo circular — enunciados que pudessem ajudar a limpar a barra da gestão do partido na segurança do Rio. As apreensões recordes de fuzis sob o comando de Castro, por exemplo, poderiam ser uma frente de “defesa” para Ramagem.

Paes, com quem Castro está em rota de conflito, já vinha criticando publicamente a maneira como o governador conduz a segurança, sensível para o estado e a capital. Ontem, o prefeito chegou a usar a troca no comando da Civil para questionar a atuação de Castro.

Agora, com a nova declaração de Castro, o prefeito ganhou nova munição. E Ramagem terá que trabalhar para se descolar da “gigante” má notícia admitida publicamente por Castro.

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