Costanza Pascolato é a quinta convidada do "ELAPod", podcast da Revista ELA disponível pelo canal do jornal O GLOBO no YouTube. A consultora de moda e estilo mais famosa do Brasil completou 85 anos na última quinta-feira. No papo com a editora chefe da Revista ELA, Marina Caruso, Costanza relembra várias passagens marcantes da vida e diz que não tem planos de parar de trabalhar: 'Não vou me aposentar. Minha vida foi uma coleção de épocas e como é importante viver intensamente as fases do mundo".
Dona de uma trajetória que daria um filme, Costanza Pascolato nasceu em Siena, na Itália, e chegou ao Brasil com 4 anos. De família aristocrática italiana, sua mãe, Gabriella Pascolato, fundou na década de 1940, a Tecelagem Santaconstância. "Ela foi genial", analisa a consultora a trajetória desbravadora da mãe, "Ela chegou a conhecer a Argentina, mas decidiu pelo Brasil por ter achado os brasileiros muito mais legais", conta.
Costanza se casou aos 22 anos com o americano Robert Blocker, teve duas filhas, Consuelo e Alessandra. No começo dos anos 1970, encontrou a grande paixão da sua vida, o marquês italiano Giulio Cattaneo della Volta. Pediu a separação e, por causa disso, perdeu a guarda das filhas. Nesse período, precisou começar a trabalhar na Editora Abril, abrindo as portas de uma carreira irretocável. Depois do casamento com Giulio, que morreu em 1990, Costanza se casou com o jornalista Nelson Motta, de 1999 a 2001.
Foram vários obstáculos enfrentados, mas o que deixou mais cicatrizes foi uma depressão profunda aos 49 anos. No podcast, Costanza revela que pensou em tirar a própria vida. "Não tinha nenhum acontecimento específico dramático, foi uma questão química. A depressão profunda é horrível, sofri horrores e, naquela época, não existiam remédios. Para aliviar a dor, eu só trabalhava", conta. "Fiquei alucinada e a dor insuportável, um buraco. Teve um dia que fui me jogar pela janela. Cheguei a subir, olhei pra baixo. No que abaixei, vi o terno branco do Armani e pensei: 'Ah, não, assim vai ficar horrível'".
Sobre sua conexão com o novo, ela justifica: "Sempre fui muito curiosa". Outra dica que Costanza dá para se manter o equilíbrio é a prática da meditação que ela faz por meio. "Todo dia pela manhã".
Sobre a moda, analisa: "A moda, para mim, sempre foi representação do comportamento de uma época. Agora, estamos pulverizando as vontades e vamos 'nichar' muito mais. E ainda não entrou a Inteligência Artificial. Você tem de se identificar com uma marca que não pode ser gigante, o logo não significa mais quase nada. Moda não é mais só roupa, é tudo".