A ginasta Rebeca Andrade, uma das principais esperanças de medalha do Brasil em Paris-2024, descobriu a dificuldade de enxergar quando não conseguia ler o que estava escrito no telão do ginásio dos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020. Ainda assim, a atleta voltou para casa com duas medalhas. Em algumas entrevistas, ela já até mencionou que prefere disputar sem usar lentes de contato.
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Os olhos apertados e o rosto franzido de Rebeca já viralizaram mais de uma vez. Ano passado, ela revelou que não enxergar bem os aparelhos durante as competições e treinamentos não é um ponto negativo. Ela não usa lente por medo de que o pó de magnésio, usado pelas atletas para a aderência, caia nos olhos.
– Não gosto de usar as lentes, porque fico com medo de cair magnésio nos olhos e me atrapalhar. Não enxergo (a trave, aparelho que tem só 10 centímetros de largura). Vou no feeling – disse ao programa "Ça Va Paris" do sportv.
Além disso, para realizar as acrobacias, ela se sente mais segura sem enxergar nitidamente.
– Quando eu enxergo bem (os aparelhos), fico com medo. Já tentei e fico com medo. Quando cai magnésio no olho, não dá, é muito ruim. Se eu estiver de lente, já era. Prefiro não arriscar – contou Rebeca.
A atleta, de 25 anos, tem miopia e astigmatismo nos dois olhos (com grau acima de 2). Depois que as imagens dela tentando enxergar a pontuação no placar das provas da ginástica na Olimpíada de Paris viralizaram, o público que usa óculos fez comentários e memes se sentindo representado pela situação. “A Rebeca Andrade representando os míopes tentando enxergar a pontuação”, escreveu uma internauta. “Nossa lenda míope”, disse outro.
Segundo o portal Olympics, a atleta passou a confiar em seus instintos. No salto, modalidade em que a ginasta é a atual campeã, conta as passagens antes de chegar no trampolim e na trave costuma medir os passos que dá. A dificuldade só foi constatada na última Olimpíada.
Nesta terça-feira, Rebeca terá a disputa por equipe às 13h15. O individual geral será no dia 1 de agosto, também às 13h15. No salto, dia 3, às 11h20. Dia 5, às 7h35, na trave. E, por fim, a disputa de solo no dia 5 de agosto às 9h20. Caso conquiste mais quatro medalhas, ela pode se tornar a maior medalhista do Brasil na história dos Jogos Olímpicos, ultrapassando os velejadores Robert Scheidt e Torben Grael.