Purpose: Chronic kidney disease (CKD) induces frailty and worsens quality of life (QOL), even in the early stages of the disease and in young patients. However, there is a lack of knowledge about the relationship between frailty and QOL in CKD patients. Thus, we investigated this relationship in a sample of CKD patients.
Methods: A cross-observational study was conducted, in which 61 CKD patients receiving pre-dialysis treatment were assessed. All participants completed the Short Form-36 Health Survey (SF-36). We used valid and reliable methods to classify subjects as frail or non-frail according to Johansen's et al. (2007) criteria. A one-way analysis of variance (ANOVA) and chi-square tests were used to compare the groups. In addition, Spearman's correlation analysis was conducted to measure associations between identified variables and frailty. We also performed simple linear regression using the SF-36 physical and mental composite scores.
Results: Almost half of the sample (42.6%) exhibited evidence of frailty. The groups differed significantly in terms of age, gender, and all SF-36 domains, excluding Social Functioning and Role Emotional. Frailty was significantly associated with all SF-36 domains, again excluding Social Functioning and Role Emotional. Regression analysis revealed no significant between-group differences in composite physical and mental health scores generated by the SF-36 (p > 0.05).
Conclusion: Frail and non-frail CKD patients differed significantly in seven of the eight SF-36 domains. The frail group displayed diminished physical and mental functioning when their SF-36 scores were divided by their physical and mental composite scores. Frailty was correlated with QOL domains, with the exception of the social domain. There is a need for interventions targeting the characteristics of frailty, to provide better treatment and optimize overall QOL.
Introdução: É conhecido que a doença renal crônica implica em pior qualidade de vida e em fragilidade, mesmo em fases iniciais da doença e em sujeitos mais jovens. Existe uma lacuna no conhecimento relacionando fragilidade e qualidade de vida em pacientes com doença renal crônica (DRC), em especial nos pacientes em pré-diálise. Objetivo: Investigar a qualidade de vida, a fragilidade e as possíveis relações entre elas, em uma população com DRC.
Métodos: Estudo observacional e transversal com 61 pacientes com DRC entre os estágios 3 a 5 em fase pré-dialítica. Os participantes responderam à escala do questionário SF-36, que se caracteriza por uma versão reduzida do questionário da Medical Outcomes Study, traduzida e validada para o português. Para avaliação da fragilidade, utilizamos a proposta de Johansen et al. (2007), sendo os sujeitos classificados em frágeis e não frágeis. A comparação entre os grupos foi realizada por ANOVA one-way com análise post hoc de Tukey e pelo teste de qui-quadrado, conforme o tipo de variável analisada. Além disso, foi realizada a correlação de Pearson ou Spearman para medir a associação entre variáveis identificadas e a fragilidade. Realizamos, também, uma regressão linear simples, ajustada para sexo e idade pelos escores físico e mental do SF-36.
Resultados: A média de idade foi 60,5 ± 11,5 anos. Do total de pacientes, 42,6% apresentavam fragilidade. Os grupos foram diferentes entre si quanto à idade, ao sexo e todos os domínios do SF-36, exceto nos aspectos sociais e nos aspectos emocionais. Quando correlacionamos a fragilidade com as variáveis do estudo, encontramos forte associação com todos os domínios da qualidade de vida, exceto nos aspectos sociais e nos aspectos emocionais. Através da análise de regressão ajustada para idade e sexo, houve diferença entre o grupo frágil no escore físico e no escore mental.
Conclusão: Dos oito domínios do SF-36, sete foram diferentes entre os grupos de fragilidade e, quando separados pelo score físico e mental, o grupo frágil mostrou-se pior. Além disso, também houve correlação entre fragilidade e os domínios de qualidade de vida, com exceção aos aspectos sociais. Intervenções sobre os componentes da fragilidade são necessários para melhor conduzir o tratamento dos pacientes e melhorar sua qualidade de vida.