Introduction: Burnout is a psychological syndrome, characterized by a state of high emotional exhaustion, high depersonalization and low personal accomplishment, which leads to erosion of personal, professional and health values. This study reports the incidence of burnout in Portuguese Healthcare professionals.
Material and methods: Burnout in Portugal's health professionals was assessed with the Maslach Burnout Inventory - Human Services Survey, using a zero (never) to six (always) ordinal scale, on a sample of 1 262 nurses and 466 physicians with mean age of 36.8 year (SD = 12.2) and 38.7 (SD = 11.0), respectively. Participants came from all national districts (35% Lisbon, 18% Oporto, 6% Aveiro, 6% Setúbal, 5% Coimbra, 5% Azores and Madeira), working in hospitals (54%), Families' Health Units (30%), Personalized Health Units (8%) and other public or private institutions (8%).
Results: Analysis of MBI-HSS scores, stratified by district, revealed that both types of professionals had moderate to high levels of burnout (M = 3.0, SD = 1.7) with no significant differences between the two groups. Vila Real (M = 3.8, SD = 1.7) and Madeira (M = 2.5, SD = 1.5) were the regions where burnout levels were higher and lower, respectively. Burnout levels did not differ significantly between Hospital, Personalized Health Units and Families' Health Centers. Professionals with more years in the function were less affected by Burnout (r = -0.15). No significant association was observed with the duration of the working day (r = 0.04). The strongest predictor of burnout was the perceived quality of working conditions (r = -0.35).
Discussion: The occurrence of the burnout syndrome in Portuguese health professionals is frequent, being associated with a poor working conditions perception and reduced professional experience. The incidence of the burnout syndrome shows regional differences which may be associated with different and suboptimal conditions for health care delivery. Results suggest the need for interventions aimed at improving working conditions and initial job training of health professionals, as requisites for a good professional practice and personal well-being.
Conclusions: At the national level, between 2011 and 2013, 21.6% of healthcare professionals showed moderate burnout and 47.8% showed high burnout. The perception of poor working conditions was the main predictor of burnout occurrence among the Portuguese health professionals.
Introdução: O burnout é uma síndrome psicológica, caracterizada por elevada exaustão emocional, elevada despersonalização e baixa realização profissional, que conduz à erosão dos valores pessoais, profissionais e de saúde. Este estudo reporta a prevalência do burnout em profissionais de saúde Portugueses. Material e Métodos: Os níveis de burnout foram estimados pelo Maslach Burnout Inventory - Human Services Survey numa escala ordinal de zero (nunca) a seis (sempre) pontos. A amostra foi constituída por 1 262 enfermeiros e 466 médicos com médias de idade de 36,8 anos (DP = 12,2) e 38,7 (DP = 11,0), respetivamente. Os participantes foram provenientes de todos os distritos nacionais (35% Lisboa; 18% Porto; 6% Aveiro, 6% Setúbal, 5% Coimbra; 5% regiões autónomas), com atuação em meio hospitalar (54%), centros de saúde (Unidade de Saúde Familiar - 30%; Unidades de Cuidados de Saúde Primários - 8%) e outras instituições públicas/privadas (8%). Resultados: A análise dos níveis de burnout revelou que ambas as categorias profissionais apresentaram níveis moderados a elevados de burnout (M = 3,0; DP = 1,7) não sendo significativas as diferenças entre as duas profissões. Vila Real (M = 3,8; SD = 1,7) e a Madeira (M = 2,5; DP = 1,5) são as regiões onde os níveis de burnout são mais e menos elevados, respetivamente. Os níveisde burnout não diferiram significativamente entre Hospitais, Unidades de Cuidados de Saúde Personalizados e Unidades de Saúde Familiares. Os profissionais com maior tempo na função são menos acometidos por burnout (r = -0,15) não ocorrendo associação significativa com a duração da jornada de trabalho (r = 0,04). A má qualidade das condições de trabalho foi o melhor preditor do burnout (r = -0,35). Discussão: A ocorrência da síndrome de burnout em profissionais de saúde portugueses é frequente, estando associada à percepção de más condições de trabalho e à menor duração do tempo de serviço. A incidência de burnout apresenta diferenças regionais que podem estar associadas ao aumento do stress imposto pelo exercício da profissão em condições sub-ótimas para a prestação dos cuidados de saúde. Os resultados alertam para a necessidade de intervenções para melhorar as condições de trabalho e formação inicialdos profissionais de saúde de forma a garantir a qualidade do serviço prestado aos utentes e o bem-estar pessoal destes profissionais. Conclusões: A nível nacional, entre 2011 e 2013, 21,6% dos profissionais de saúde apresentaram burnout moderado e 47,8% burnout elevado. A perceção de más condições de trabalho foi o principal preditor da ocorrência de burnout nos profissionais de saúde Portugueses.