Objetives: The present study aimed to explore the risk factors associated with de novo atrial fibrillation following isolated aortic valve replacement surgery and its prevalence in a high volume cardiothoracic surgery center.
Methods: This is a cross-sectional retrospective observational study including all patients submitted to isolated aortic valve replacement surgery during 2014 and the corresponding data. Patients with previous history of atrial fibrillation, endocarditis or aortic valve prosthesis were excluded. The statistical analysis was conducted according to the type of variables concerned.
Results: One hundred and seventy-three patients were included and 45.1% had de novo atrial fibrillation, with a median occurrence on 2.4 ±1.5 days of the postoperative period. Age was significantly associated with the arrhythmia (p=0.028). Atrial fibrillation patients had a significantly lower minimum of postoperative creatinine clearance (p=0.026) and a higher postoperative plasmatic C-reactive protein peak (p=0.025). Arrhythmic patients had a median time of hospital stay significantly superior to those who did not develop atrial fibrillation (p=0.008). Hospital mortality was low and similar between groups (3%, p=0.796).
Discussion/conclusion: This study confirms the high prevalence of atrial fibrillation following aortic valve replacement surgery. The increased C-reactive protein and decreased creatinine clearance reinforce the importance of inflammation in its pathophysiology. The longer hospital stay in these patients also contributes to the importance of atrial fibrillation prevention and risk stratification.
Objetivos: O presente estudo teve como objetivos estudar os fatores preditores clínicos de incidência de fibrilação auricular pós-operatória e a sua prevalência num centro de cirurgia cardiotorácica de grande volume. Métodos: Estudo transversal analítico que inclui doentes submetidos a cirurgia de substituição valvular aórtica isolada por estenose aórtica no ano de 2014. Os dados clínicos, analíticos e ecocardiográficos foram recolhidos retrospetivamente. Foram excluídos doentes com história prévia de fibrilação auricular, endocardite ou com prótese valvular aórtica prévia. Os testes estatísticos realizados tiveram em conta a classificação e distribuição das variáveis. Resultados: Foram incluídos 173 doentes, dos quais 45,1% apresentaram fibrilação auricular pós-operatória de novo, com o seu pico de ocorrência aos 2,4 ±1,5 dias do período pós-operatório. A idade foi significativamente superior nos grupos com fibrilação auricular pós-operatória (p=0,028). A ocorrência da arritmia associou-se de forma significativa a uma diminuição no clearance de creatinina pós-operatória (p=0,026), bem como a uma elevação da proteína C-reativa (p=0,025). Os doentes com fibrilação auricular pós-operatória demonstraram uma mediana de tempo de internamento aumentada (p=0,008). A mortalidade hospitalar revelou uma prevalência baixa e foi semelhante entre os grupos comparados (3%, p=0,796). Discussão: O nosso estudo confirma a elevada prevalência de fibrilação auricular após cirurgia cardíaca. O aumento da proteína C-reativa e a diminuição do clearance de creatinina nos doentes com a arritmia reforçam a importância da inflamação na sua fisiopatologia. O maior tempo de internamento nestes doentes, pelo aumento dos custos de saúde e outras complicações, frisa a importância de adotar medidas preventivas e de estratificação de risco.