Introduction: Visceral leishmaniasis is an endemic disseminated infection, considered to be the third most frequent opportunistic parasitic infection in Europe. It is especially prevalent in patients co-infected with human immunodeficiency virus, in whom it poses a great therapeutic challenge due to increased risk of relapse. The goal of this study is to characterize a population of co-infected patients, as well as the efficiency of the adopted treatment strategies.
Material and methods: Retrospective study with a sample composed of all patients with visceral leishmaniasis and human immunodeficiency virus admitted in an Infectious Diseases ward over a period of 10 years.
Results: Of the 23 enrolled patients, two were female (8.7%). The mean TCD4+ cell count was 104.4 cells/uL (± 120.3cells/uL), only two patients had undetectable viral load (< 20 copies/mL) and 16 (69.6%) were not under antiretroviral therapy at the time of diagnosis. Treatment-wise, liposomal amphotericin B was used in 18 patients, meglumine antimoniate in four and miltefosine in one. Fourteen (60.9%) were adherent to secondary prophylaxis protocol. A relapse rate of 26.1% was observed (six patients).
Discussion: Co-infection is responsible for higher treatment failure rates and more relapses. TCD4+ cell count is the main predictive factor of relapse, and strict adherence to chemoprophylaxis protocols unequivocally results in a reduction of relapse rate. Combined treatment strategies using liposomal amphotericin B and miltefosine yield fewer therapeutic failures than the classic approach.
Conclusion: We therefore conclude that alternative, combined therapeutic protocols seem to be a viable solution for these patients.
Introdução: A leishmaniose visceral é uma infeção disseminada endémica, considerada a terceira infeção parasitária oportunista mais frequente na Europa. É mais prevalente nos doentes co-infetados por vírus da imunodeficiência humana, em que acarreta um grande desafio terapêutico pelo risco acrescido de recaída. O objetivo do estudo é a caraterização de uma população co-infetada e da eficácia dos esquemas terapêuticos. Material e Métodos: Estudo retrospetivo de uma amostra seleccionada de todos os doentes com leishmaniose visceral e infeção pelo vírus da imunodeficiência humana internados num período de 10 anos num serviço de Infeciologia. Resultados: Foram incluídos 23 doentes co-infetados, dois do sexo feminino (8,7%). A contagem média de células TCD4+ à data do diagnóstico da leishmaniose visceral foi de 104,4 cels/uL (± 120,3 cels/uL), apenas dois doentes tinham carga viral indetetável (< 20 cópias/mL) e 16 (69,6%) não cumpriam terapêutica antirretroviral à data do diagnóstico. Como terapêutica optou-se por anfotericina B lipossómica em 18 doentes, antimoniato de meglumina em quatro e miltefosine num caso. Catorze (60,9%) aderiram a esquema de profilaxia secundária. Verificou-se uma taxa de recaída de 26,1% (seis doentes). Discussão: A co-infeção leishmaniose-vírus da imunodeficiência humana está associada a maior taxa de falência terapêutica e recaída, sendo a contagem de células TCD4+ o principal fator preditivo de recaída e o cumprimento de esquemas de quimioprofilaxia inequívoco na redução da mesma. A terapêutica combinada com anfotericina B lipossómica e miltefosine regista taxas de falência inferiores ao esquema clássico. Conclusão: Conclui-se que esquemas alternativos e combinados parecem ser uma alternativa nesta população.
Keywords: HIV Infections; Leishmaniasis, Visceral; Recurrence; Treatment Failure.