Performing multispecies studies in Southern Africa: historical legacies, marginalised subjects, reflexive positionalities

Anthropol South Afr. 2024 Aug 8;47(2):254-267. doi: 10.1080/23323256.2024.2314786. eCollection 2024.

Abstract

Multispecies studies are known for tackling human exceptionalism. Whilst the field has seen a remarkable increase in popularity amongst scholars in the humanities and social sciences, critiques argue that it neglects inequalities and consequential differences amongst humans and between humans and other-than-humans. These critiques are especially relevant in the context of Southern Africa, where extreme inequalities amongst humans persist whilst wildlife is often perceived to enjoy a favoured position in the region's prominent conservation industries. As four researchers working in a multispecies study project focusing on the Kavango-Zambezi Transfrontier Conservation Area in Southern Africa, we pose the question of what a politicised multispecies studies might look like. In this article, we share our thoughts and reflections on working in this complex political landscape. Using insights from our own fields, we share some of the persistent concerns encountered during fieldwork and discuss and contextualise these by drawing on multispecies literature that deals with similar concerns. We identify three salient themes that should inform and politicise multispecies work in postcolonial conservation landscapes: historical legacies, reflexive positionalities and marginalised subjects.

Os estudos multiespécies são conhecidos por enfrentar a questão do excepcionalismo humano. Embora o campo tenha registrado um aumento notável em popularidade entre os estudiosos das ciências humanas e sociais, os críticos argumentam que ele negligencia as desigualdades e as consequentes diferenças entre os humanos e entre humanos e não humanos. Estas críticas são especialmente relevantes no contexto da África Austral, onde desigualdades extremas entre os seres humanos persistem, enquanto a vida selvagem é frequentemente entendida como tendo uma posição privilegiada nas proeminentes indústrias de conservação da região. Como quatro investigadores que trabalham em um projeto de estudo multiespécies com foco na Área deConservação Transfronteiriça Cubango-Zambeze, na África Austral, colocamos a questão de como seria um estudo multiespécies politizado. Neste artigo, compartilhamos nossas ideias e reflexões sobre o trabalho neste cenário político complexo. Utilizando observações oriundas de nossas próprias pesquisas, partilhamos algumas das persistentes inquietações encontradas durante o trabalho de campo, bem como discutimos e contextualizamos estas questões recorrendo à literatura multiespécies que trata de preocupações semelhantes. Identificamos três temas de relevo que devem informar e politizar o trabalho multiespécies em cenários pós-coloniais de conservação: os legados históricos, as posicionalidades reflexivas e os sujeitos marginalizados.

Keywords: Kavango-Zambezi Transfrontier Conservation Area; Southern Africa; conservation; multispecies studies; postcolonialism; research praxis.