Background: The optimal transfusion strategy in acute myocardial infarction (AMI)-associated anemia remains uncertain.
Objectives: To compare all-cause mortality between liberal versus restrictive transfusion strategies in patients with AMI-associated anemia, using a meta-analytic approach.
Methods: Pubmed, Embase, and ClinicalTrials.gov were systematically searched for randomized controlled trials (RCTs) comparing liberal and restrictive transfusion strategies in AMI-associated anemia. Random-effects meta-analysis and trial sequential analysis (TSA) were conducted to compare blood use, efficacy, and safety endpoints. The p-values were 2-sided with an α of 0.05.
Results: In a pooled analysis involving 4,217 participants from three RCTs followed-up for 30 days, no statistically significant differences emerged between restrictive and liberal strategies in all-cause mortality (RR 1.03; 95% CI 0.67-1.57; p=0.90) and other efficacy endpoints (recurrent AMI, unscheduled revascularization, acute heart failure, stroke, and acute kidney injury), as well as in safety endpoints including allergic reactions, infection, and acute lung injury. TSA did not reach futility boundaries. In patients assigned to restrictive strategy, substantial differences in transfusion use were observed across RCTs, correlating with mortality rates, and likely accounting for between-study heterogeneity in treatment effects.
Conclusions: In patients with AMI-associated anemia, there is no clear superiority between liberal and restrictive transfusion strategies in all-cause mortality or other major outcomes in 30 days. However, the heterogeneity observed in blood use between the restrictive groups likely explains variable findings across RCTs.
Fundamento: A estratégia ótima de transfusão na anemia associada ao infarto agudo do miocárdio (IAM) ainda é desconhecida.
Objetivos: Comparar a mortalidade por todas as causas entre as estratégias de transfusão liberal versus restritiva em pacientes com anemia associada a IAM, por meio de uma metanálise.
Métodos: Conduzimos uma busca sistemática nos bancos de dados Pubmed, Embase, e ClinicalTrials.gov por ensaios clínicos randomizados (ECRs) comparando estratégias de transfusão liberal e restritiva na anemia associada a IAM. Uma metanálise de efeitos aleatórios e uma análise sequencial de ensaios clínicos foram conduzidas para comparar o uso de hemácias, a eficácia e desfechos de segurança. Os valores p adotados foram bicaudais, com um α de 0,05.
Resultados: Em uma análise agrupada envolvendo 4217 participantes de três ECRs acompanhados por 30 dias, não foram identificadas diferenças entre as estratégias restritiva e liberal quanto a mortalidade por todas as causas (RR 1,03; IC 95% 0,67–1,57; p=0,90) e outros desfechos de eficácia (IAM recorrente, revascularização não programada, insuficiência cardíaca aguda, e lesão renal aguda), bem como desfechos de segurança incluindo reações alérgicas, infecção, e lesão pulmonar aguda. A análise sequencial dos ensaios não atingiu o limiar de futilidade. Nos pacientes alocados para a estratégia restritiva, foram observadas diferenças substanciais na transfusão utilizada entre os ECRs, correlacionadas às taxas de mortalidade, e provavelmente contribuindo para a heterogeneidade dos efeitos do tratamento entre os estudos.
Conclusões: Em pacientes com anemia associada a IAM, não há uma clara superioridade entre estratégias de transfusão restritiva e liberal quanto à mortalidade por todas as causas ou outros desfechos maiores em 30 dias. No entanto, a heterogeneidade observada no uso de sangue entre os grupos submetidos à transfusão restritiva provavelmente explica a variabilidade dos achados entre os ECRs.