Ser mãe dá trabalho.

Ser mãe dá trabalho.

Bom dia, boa tarde, boa noite, porque somos internacionais!

Em 2023, dos 2,5 milhões nascidos no Brasil, 172,2 mil deles têm pais ausentes — quantidade 5% maior do que o registrado em 2022, de 162,8 mil. Os dados são da Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil) obtidos por meio do Portal da Transparência do Registro Civil.

Sim, na semana das mães, nós precisamos falar sobre os pais. Na verdade, sobre toda a rede de apoio, ou melhor, da falta dela.

Esses números nos dão uma melhor visão da real dimensão do problema. Entendê-los é saber que existem privilégios: não dá pra fingir mais que tudo bem cobrar da Maria, 27 anos, mãe solo de 3 filhos pequenos, que precisa levar e buscar do colégio, arrumar a casa e cozinhar - a mesma coisa que João, 32 anos, mora com os pais e consegue trabalhar 16h por dia pois é a sua única obrigação (as outras tarefas estão garantidas, geralmente executadas por uma mulher).

Você tem que trabalhar como se não tivesse filhos e cuidar dos filhos como se não trabalhasse.

As mulheres representam 54% da população economicamente ativa no país.

Porém, cerca de 70% das pessoas vivendo em condições de pobreza no mundo são mulheres - e elas são chefes de família em 40% dos lares mais pobres do Brasil.

Se o mercado de trabalho não é gentil com mulheres, é menos ainda com as mães.

Segundo o relatório Annual State of Motherhood Report, feito pela plataforma norte-americana de conteúdo para mães Motherly, a dupla jornada (quando não tripla) é muito mais desafiadora do que imaginamos:

  • 66% das mães consideraram deixar o mercado de trabalho no ano passado devido ao estresse e ao custo dos cuidados infantis, um aumento de 14% em relação a 2023 - sendo o mais alto entre a Geração Z, com 82%;

  • 46% das mães dizem que os acordos de trabalho flexíveis são o benefício mais importante que seu empregador pode oferecer - a falta deles levou mais da metade (52%) das mães a considerar deixar o mercado de trabalho ou reduzir suas horas de trabalho;

  • 82% das mães com menos de 30 anos dizem que o custo com creches ou babás é o principal motivo para considerarem deixar o mercado de trabalho - metade das mães desempregadas/desocupadas dizem que este é o principal empecilho para regressarem ou entrarem no mercado de trabalho;

  • Mães são 2 a 3 vezes mais propensas a serem suas próprias chefes em nome de ter flexibilidade no trabalho;

  • Apenas 35% das mulheres mães acima de 30 anos afirmaram que dividem as responsabilidades do lar igualmente com seus parceiros;

  • Somente 39% das mães afirmam ter pelo menos 1h por dia sozinhas;

  • Menos de 20% afirmam estarem "plenamente satisfeitas" com a sua vida sexual.

“Como as mães são a base de nossa sociedade, seus desafios são desafios sociais coletivos e devem ser enfrentados para garantir o sucesso do futuro da sociedade." - Jill Koziol, CEO e cofundadora da Motherly.

Ser mãe não deveria ser uma sentença.

Feliz dia pra quem?

Não é nenhuma novidade: o mercado de trabalho não é adequado para mulheres - e especialmente mães - pois não foi desenvolvido e estruturado pensando nelas.

Locais de trabalho tóxicos afastam mães trabalhadoras experientes, perpetuando a disparidade de gênero na liderança. Quando elas priorizam sua saúde mental e deixam a carreira em segundo lugar, são severamente punidas.

Ao não serem representadas, as futuras e jovens mães não recebem orientação e muito menos inspiração com perspectivas de crescimento.

As empresas também sofrem, sufocando trabalhadoras comprovadamente produtivas, impactando seus resultados financeiros e privando-se do seu brilhantismo.

Fonte: State of Motherhood Report 2024.

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Ana Gabriela Marin

CSO | Sales Director | LinkedIn Top Voice | Marketing | Sales

4 m

Economistas discutindo sobre a queda de taxa de natalidade: “é resultado do alto custo de vida, país está em crescimento acelerado”. Mulheres escutando isso: “👀 tá bom, senta lá Cláudio.” A verdade é que as mulheres estão com medo de terem filhos. E com razão. Essa tendência traz implicações sérias para o nosso futuro — a previdência e o mercado de trabalho que o digam. Precisamos de mais Tomazellis no mundo pra trazer dados e fatos. Obrigada por este conteúdo!

Em 2018 você fez uma postagem no Facebook que guardo até hoje! Sempre cirurgica! ✨

Flávia Prada Machado

Diretora | Head de Marketing | Branding | Inovação & Criatividade | Espírito empreendedor | Amo tirar projetos do papel | Apaixonada por desenv e comportamento humano | Liderança | Palestrante | Podcaster | Mãe de duas

4 m

Sociais e coletivos, portanto de todos nós. Quem não tem/teve uma mãe? E quem não reconhece que esta mãe teve que abrir mão de uma ou muitas coisas pra te criar… Sensacional o artigo, Ana!

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