Assembleia Constituinte do Brasil de 1823: diferenças entre revisões

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{{Mais-notas||br|hist-am|data=agosto de 2013}}
[[Ficheiro:JUSTIFICA A DISSOLUÇÃO DA ASSEMBLEIA CONTITUINTE DE 1823.pdf|miniaturadaimagem|Documento de 16 de novembro de 1823 em que o imperador [[Pedro I do Brasil|D. Pedro I,]] justifica e apresenta as razões da dissolução da Assembleia Constituinte. (IN: [[Coleção de Leis do Brasil|Coleção de Leis do Império do Brasil de 1823]], parte 2.)]]
A primeira '''Assembleia Constituinte do Brasil''' foi instalada em [[3 de maio]] de [[1823]], sob a presidência do Bispobispo Capelãocapelão-Mor,mor [[José Caetano da Silva Coutinho]]. As atividades da Assembleia se encerraram com sua dissolução pelas forças policiais de [[Pedro I do Brasil]], na madrugada de [[12 de novembro]] de 1823, episódio conhecido como a [[noite da agonia]].<ref name="noite da agonia">{{citar web|título=A "Noite da Agonia"|url=http://www.multirio.rj.gov.br/historia/modulo02/noite_agonia.html|publicado=Multirio|acessodata=24 de agosto de 2013}}</ref>
 
== Antecedentes ==
Era antiga a aspiração representativa dos brasileiros, e oO ponto de partida foi o decreto de 16 de fevereiro de [[1822]], inspirado por [[José Bonifácio de Andrada e Silva|José Bonifácio]], que dispunha sobre a convocação de um [[Conselho dos Procuradores Gerais das Províncias do Brasil|Conselho de Procuradores Gerais das Províncias]]. Seriam suas atribuições aconselhar o [[Príncipe Regente do Brasil|Príncipe Regente]], examinar os grandes projetos de reforma, na administração, propor medidas e planos, advogar cada um pelo bem-estar de sua respectiva província.
 
A 23 de maio do mesmo ano, deu-se a representação em que o Senado da Câmara do Rio de Janeiro ao Príncipe Regente, que na verdade fora redigida por [[Gonçalves Ledo]] e [[Januário da Cunha Barbosa]],{{Carece de fontes|data=abril de 2024}} protestava contra a secular sujeição a Portugal, do qual derivara para o Brasil unicamente a escravidão, ao mesmo passo que impunha o sistema de opressão que as Cortes intentavam restaurar, com desrespeito aos princípios da moral, da igualdade, da política e da razão. Preparava-se desse modo a caminhada recolonizadora, inaceitável às Províncias, as quais o documento lucidamente demonstrava não poderem ser regidas a duas mil léguas de distância.<ref>[[José Honório Rodrigues]], ''A Assembleia Constituinte do Brasil'', Editora Vozes, Petrópolis, 1974, p. 22</ref> Haviam amadurecido as aspirações... No texto, liaconvocava-se: Portanto, Senhor, em nome nosso e das Províncias coligadas, cuja causa e sentimento são os mesmos, pretendemos e requeremos com a maior instância e com mais justa esperança ao título que Vossa Alteza Real aceitou de Defensor Constitucional e Perpétuo do Brasil, que a meu bem da prosperidade dos habitantes deste Reino, da integridade e grandeza da monarquia luso-brasileira, da nossa constitucionalidade e de V. A. Real, que e for preciso eu desenho se convoque já nesta Corte uma Assembleia Geral das Províncias do Brasil, "representadas por um número competente de deputados, que não poderão ser menos de cem."
 
Dom Pedro não hesitou em reunir o [[Conselho dos Procuradores Gerais das Províncias do Brasil|Conselho dos Procuradores]], criado em fevereiro e convocado a reunir-se por decreto de 1º de junho. Na representação do Conselho, «a lição de que os regimes de poder se fazem para os homens e não estes para os regimes. Proclamava-se com firmeza o axioma das liberdades humanas, já formulado pela filosofia do liberalismo imperante que fazia do governado cidadão e não súdito, muito menos sujeito, ele que até então havia sido objeto, como na praxe funesta dos sistemas absolutistas.» Como também os procuradores viam o abismo, «convergiam unânimes para o voto em favor da convocação de uma Assembleia Geral de Representantes das Províncias do Brasil.
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== Instalação ==
[[Ficheiro:Cadeia_Velha,_atual_Palácio_Tiradentes_(037SL03028).jpg|miniaturadaimagem|A antiga Casa de Câmara e Cadeia ([[Cadeia Velha]]), atual [[Palácio Tiradentes]], onde ocorreu a [[Assembleia Constituinte do Brasil de 1823]]. E a primeira sede da [[Câmara dos Deputados do Brasil|Câmara dos Deputados]].]]
No dia 3 de maio de 1823,<ref>{{citar web |url=http://pt.wikisource.org/wiki/Discurso_de_Dom_Pedro_I_%283_de_maio_de_1823%29 |publicado=[[Wikisource]] |autor= |título=Discurso de Dom Pedro I (3 de maio de 1823)|acessodata= |data= }}</ref> a Assembleia Geral Constituinte e Legislativa do Império do Brasil iniciou sua legislatura com o intento de realizar a primeira constituição política do país. No mesmo dia, Pedro I discursou para os deputados reunidos, deixando clara a razão de ter afirmado durante sua coroação no final do ano anterior que a constituição deveria ser digna do Brasil e de si (frase esta que fora ideia de José Bonifácio e não do imperador<ref name="LUSTOSA, Isabel 2007, p.159">LUSTOSA, Isabel. D. Pedro I. São Paulo: Companhia das Letras, 2007, p.159</ref>):
 
{{cquote|''Como Imperador Constitucional, e mui especialmente como Defensor Perpétuo deste Império, disse ao povo no dia 1 de dezembro do ano próximo passado, em que fui coroado e sagrado – que com a minha espada defenderia a Pátria, Nação e a Constituição, se fosse digna do Brasil e de mim…, uma Constituição em que os [[Tripartição dos Poderes|três poderes sejam bem divididos]]… uma Constituição que, pondo barreiras inacessíveis ao despotismo quer real, aristocrático, quer democrático, afugente a anarquia e plante a árvore da liberdade a cuja sombra deve crescer a união, tranquilidade e independência deste Império, que será o assombro do mundo novo e velho.
 
Todas as Constituições, que à maneira de 1791 e 1792 têm estabelecido suas bases, e se têm querido organizar, a experiência nos tem mostrado que são totalmente teóricas e metafísicas, e por isso inexequíveis: assim o prova a [[França]], a [[Espanha]] e, ultimamente, [[Portugal]]. Elas não tem feito, como deviam, a felicidade geral, mas sim, depois de uma licenciosa liberdade, vemos que em uns países já aparecem, e em outros ainda não tarda a aparecer, o despotismo em um, depois de ter sido exercido por muitos, sendo consequência necessária ficarem os povos reduzidos à triste situação de presenciarem e sofrerem todos os horrores da anarquia.''<ref>[[Sérgio Buarque de Holanda|HOLANDA, Sérgio Buarque de]]. ''O Brasil Monárquico: o processo de emancipação''. 4. ed. [[São Paulo (estado)|São Paulo]]: [[Difusão Europeia do Livro]], 1976, p. 184</ref>}}
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Pedro I lembrou aos deputados em seu discurso que a constituição deveria impedir eventuais abusos não somente por parte do monarca, mas também por parte da classe política e da própria população. Para tanto, seria necessário evitar implantar no país [[lei]]s que na prática seriam desrespeitadas. A assembleia num primeiro momento se prontificou a aceitar o pedido do imperador,<ref>[[Manuel de Oliveira Lima|LIMA, Manuel de Oliveira]]. ''O Império brasileiro''. São Paulo: [[USP]], 1989, p. 57</ref> mas alguns deputados se sentiram incomodados com o discurso de Pedro I.
 
Um deles, o deputado por [[Pernambuco]] [[Andrade de Lima]], manifestou claramente seu descontentamento, alegando que a frase do monarca fora por demais ambígua.<ref name="LUSTOSA, Isabel 2007, p.159"/> Os deputados que se encontravam na constituinte eram em sua grande maioria liberais moderados, reunindo "''o que havia de melhor e de mais representativo no Brasil''".<ref name="LUSTOSA, Isabel 2007, p.160">LUSTOSA, Isabel. D. Pedro I. São Paulo: Companhia das Letras, 2007, p.160</ref> Foram eleitos de maneira indireta e por voto censitário e não pertenciam a [[Partido político|partidos]], que ainda não existiam no país.<ref name="LUSTOSA, Isabel 2007, p.160"/>
 
Havia, contudo, facções entre os deputados, sendo três discerníveis: os "''bonifácios''", que eram liderados por [[José Bonifácio]] e defendiam a existência de uma monarquia forte, mas constitucional e centralizada, para assim evitar a possibilidade de fragmentação do país, e pretendiam abolir o [[tráfico de escravos]] e a [[Escravidão no Brasil|escravidão]], realizar uma [[reforma agrária]] e de desenvolver economicamente o país livre de [[empréstimo]]s estrangeiros.<ref name="LUSTOSA, Isabel 2007, p.166">LUSTOSA, Isabel. D. Pedro I. São Paulo: Companhia das Letras, 2007, p.166</ref> Os "''portugueses absolutistas''", que compreendiam não apenas lusitanos, mas também brasileiros e defendiam uma monarquia absoluta e centralizada, além da manutenção de seus privilégios econômicos e sociais.
 
E por último, os "''liberais federalistas''", que contavam em seus quadros com portugueses e brasileiros, e que pregavam uma monarquia meramente figurativa e descentralizada, se possível federal, em conjunto com a manutenção da escravidão, além de combaterem com veemência os projetos dos bonifácios.<ref name="LUSTOSA, Isabel 2007, p.166"/> Ideologicamente, o imperador se identificava com os bonifácios tanto em relação aos projetos sociais e econômicos, quanto em relação aos políticos, pois não tinha interesse nem em atuar como um monarca absoluto e muito menos em servir como "''uma figura de papelão no governo''".<ref name="LIMA 1989, p.72">LIMA, Manuel de Oliveira. O Império brasileiro. São Paulo: USP, 1989, p.72</ref>
 
O esboço da constituição de 1823 foi escrito por [[Antônio Carlos Ribeiro de Andrada Machado e Silva|Antônio Carlos de Andrada]], que sofreu forte influência das Cartas [[Constituição da França|francesa]] e [[Constituição da Noruega|norueguesa]].<ref name="HOLANDA 1976, p.186">HOLANDA, Sérgio Buarque de. O Brasil Monárquico: o processo de emancipação. 4. ed. São Paulo: Difusão Europeia do Livro, 1976, p.186</ref> Em seguida foi remetido a constituinte, onde os deputados iniciaram os trabalhos para a realização da carta. Existiam diversas diferenças entre o [[Constituição da Mandioca|projeto de 1823]] e a posterior [[Constituição de 1824]]. Na questão do [[federalismo]], era centralizadora, pois dividia o país em comarcas, que são divisões meramente judiciais e não administrativas.<ref name="CARVALHO 1993, p.23">CARVALHO, José Murilo de. A Monarquia brasileira. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1993, p.23</ref> As qualificações para eleitor eram muito mais restritivas que a Carta de 1824.<ref name="HOLANDA 1976, p.254">HOLANDA, Sérgio Buarque de. O Brasil Monárquico: o processo de emancipação. 4. ed. São Paulo: Difusão Europeia do Livro, 1976, p.254</ref> Definia também que seriam considerados cidadãos brasileiros somente os homens livres no Brasil, e não os escravos que eventualmente viessem a serem libertados, diferentemente da Constituição de 1824.<ref>VAINFAS, Ronaldo. Dicionário do Brasil Imperial. Rio de Janeiro: Objetiva, 2002, p.171</ref>
 
Era prevista a [[Tripartição dos Poderes|separação dos três poderes]], sendo o [[Poder Executivo|Executivo]] delegado ao imperador, mas a responsabilidade por seus atos recairia sobre os ministros de Estado. A constituinte optou também pela inclusão do veto suspensivo por parte do imperador (assim como a de 1824), que poderia inclusive vetar se assim o desejasse o próprio projeto de constituição. Entretanto, mudanças nos rumos políticos levaram os deputados a proporem tornar o monarca uma figura meramente simbólica, completamente subordinado à assembleia. Este fato, seguido pela aprovação de um projeto em 12 de junho de 1823 pelo qual as leis criadas pelo órgão dispensariam a sanção do imperador levou Pedro I a entrar em choque com a constituinte.<ref>HOLANDA, Sérgio Buarque de. O Brasil Monárquico: o processo de emancipação. 4. ed. São Paulo: Difusão Europeia do Livro, 1976, p.244</ref>
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Por trás da disputa entre o imperador e a assembleia,<ref>LUSTOSA, Isabel. D. Pedro I. São Paulo: Companhia das Letras, 2007, p.161</ref> havia uma outra, mais profunda e que foi a real causa da dissolução da constituinte. Desde o início dos trabalhos legislativos os liberais federalistas tinham como principal intuito derrubar o ministério presidido por José Bonifácio a qualquer custo e se vingar pelas perseguições que sofreram durante a Bonifácia ocorrida no ano anterior. Os portugueses absolutistas, por outro lado, viram seus interesses feridos quando José Bonifácio emitiu os decretos de 12 de novembro de 1822 e 11 de dezembro de 1822, onde no primeiro eliminava os privilégios dos lusitanos e no segundo sequestrava os bens, mercadorias e imóveis pertencentes aos mesmos que tivessem apoiado Portugal durante a independência brasileira.<ref>LUSTOSA, Isabel. D. Pedro I. São Paulo: Companhia das Letras, 2007, p.66</ref> Apesar das diferenças, os portugueses e os liberais se aliaram com o objetivo de retirar do poder o inimigo comum.<ref name="LUSTOSA, Isabel 2007, p.166"/> Os liberais e portugueses aliciaram os:
 
{{cquote|[…]''" desafetos dos Andradas, cujo valimento junto ao Imperador açulava muitas invejas e cuja altaneira, por vezes grosseira, suscetibilizava muitos melindres e feria muitas vaidades. Duros para com os adversários, os Andradas tinham suscitado fartura de inimigos no prestígio conquistado pela sua superioridade intelectual e pela sua honestidade. Os descontentes uniram-se para derrubá-los e na aliança se confundiram moderados com exaltados"''.<ref>LIMA, Manuel de Oliveira. O Império brasileiro. São Paulo: USP, 1989, p.16</ref>}}
[[Imagem:Paço Imperial 1830.jpg|thumb|esquerda|upright=1.0|Vista do Paço Imperial (a esq.) onde D. Pedro assistia de longe os trabalhos da constituinte que se realizava no prédio ao lado.]]As duas facções aliadas arregimentaram os amigos íntimos do imperador para o seu lado, que logo trataram de envenenar a amizade do monarca com o seu grande amigo, José Bonifácio. Vendo a maior parte da Assembleia abertamente descontente com o ministério Andrada e influenciado por seus amigos, que se identificavam com os interesses dos portugueses, Pedro I demitiu os ministros de Estado.<ref>LUSTOSA, Isabel. D. Pedro I. São Paulo: Companhia das Letras, 2007, p.167</ref> Iniciou-se então uma guerra de ataques entre os jornais do país, que defendiam uma ou outra facção política.
 
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[[Imagem:Pedro I Imperador 1823.jpg|thumb|esquerda|upright=1.0|Pedro I, por volta do período da Constituinte de 1823.]]A crise tornou-se ainda mais séria quando um episódio que normalmente seria completamente ignorado acabou por ser utilizado para fins políticos. Um boticário nascido no Brasil, que também praticava o jornalismo, sofreu agressões físicas por parte de dois oficiais lusitanos que erroneamente acreditavam que ele tivesse sido o autor de artigo injurioso. Os Andradas aproveitaram a oportunidade para alegar que a agressão sofrida pelo boticário fora na realidade um atentado contra a honra do Brasil e do povo brasileiro.<ref name="LIMA 1989, p.17">LIMA, Manuel de Oliveira. O Império brasileiro. São Paulo: USP, 1989, p.17</ref><ref name="LUSTOSA, Isabel 2007, p.168">LUSTOSA, Isabel. D. Pedro I. São Paulo: Companhia das Letras, 2007, p.168</ref> Antônio Carlos de Andrada e Martim Francisco de Andrada foram levados sobre os ombros de uma multidão e seguiu-se uma onda de xenofobia antilusitana que acirrou ainda mais os ânimos.
 
A tudo Pedro assistiu da janela do [[Paço Imperial]] que se encontrava ao lado da "''Cadeia Velha''", nome do local onde estava se realizando a constituinte. O imperador ordenou que o exército se preparasse para um conflito.<ref name="LUSTOSA, Isabel 2007, p.168"/> Pedro I detinha a fidelidade da oficialidade, que se sentira agredida pelos insultos direcionados a si e ao imperador pelos jornais aliados aos Andradas e exigia uma punição aos mesmos. Os deputados demonstraram apreensão e exigiram respostas sobre a razão da reunião de tropas em São Cristóvão. O ministro do império, [[Francisco Vilela Barbosa]], representando o governo, dirigiu-se à assembleia demandando que se processassem os [[irmãos Andradas]] pelos supostos abusos que cometeram.
 
Os deputados reunidos debateram sobre a proposta do governo e permaneceram em sessão durante a madrugada. Mas no dia seguinte quando Vilela Barbosa retornou a Assembleia para dar explicações sobre a reunião das tropas, alguns deputados gritaram exigindo que Pedro I fosse declarado "''fora-da-lei''". O imperador ao saber disto, antes mesmo que o ministro do Império retornasse da Assembleia, assinou o decreto dissolvendo a constituinte.<ref>LUSTOSA, Isabel. D. Pedro I. São Paulo: Companhia das Letras, 2007, p.169</ref> Sobre o episódio, Oliveira Lima afirmou que:
 
{{cquote|''"A madrugada da ‘[[Noite da agonia|noite de agonia]]’ não iluminou todavia martírio algum. Os deputados que se tinham declarado prontos a cair varados pelas baionetas imperiais, voltaram tranquilamente para suas habitações, sem que os soldados os incomodassem. Seis tão-somente foram deportados para a França, entre eles os três Andradas".''<ref name="LIMA 1989, p.17"/>}}
 
Os portugueses propuseram a Pedro I que enviasse os irmãos Andradas para Portugal pois lá muito provavelmente seriam condenados a morte por suas participações na independência brasileira. Pediram apenas o seu consentimento. "''Não! Não consinto porque é uma perfídia'' [deslealdade]", respondeu o monarca.<ref>COSTA, Sérgio Corrêa da. As quatro coroas de D. Pedro I. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1995, p.315</ref> Apesar da apreensão de Pedro I quanto a possibilidade de se tornar uma figura nula no governo do país e sua demonstração de descontentamento, não foi a razão principal do fechamento da Constituinte.
 
Os deputados deveriam ter se reunido para elaborar uma constituição para o país e debater seus artigos. Contudo, perderam-se em disputas pelo poder e somente para defender seus próprios interesses levaram a capital do império à beira da anarquia. Este não foi o fim dos deputados, entretanto. Da Constituinte saíram 33 senadores, 28 ministros de Estado, 18 presidentes de província, 7 membros do primeiro conselho de Estado e 4 regentes do império.<ref>LIMA, Manuel de Oliveira. O Império brasileiro. São Paulo: USP, 1989, p.56</ref>
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== Ver também ==
* [[Deputados da Primeira Assembleia Nacional Constituinte do Brasil|Deputados da Assembleia Nacional Constituinte do Brasil (1823)]]
 
{{Referências|col=2}}
 
=== Bibliografia ===
{{Tópicos sobre o Império do Brasil}}
 
*
{{Constituições do Brasil}}{{Tópicos sobre o Império do Brasil}}
 
[[Categoria:História do Império do Brasil]]