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Aquele Querido Mês de Agosto: diferenças entre revisões

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==Sinopse==
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Uma equipa de filmagem filma-se num meio rural do centro de Portugal ([[Coja]],[[Arganil]], [[Oliveira do Hospital]], [[Góis]] e [[Tábua]]), onde se encontram emigrantes portugueses de férias, visitando a terra natal na época de verão. O ambiente é de festa, de encontros e desencontros ocasionais entre amigos e familiares.
Uma equipa de filmagem filma-se num meio rural do centro de Portugal ([[Coja]], [[Arganil]], [[Oliveira do Hospital]], [[Góis]] e [[Tábua]]), onde se encontram emigrantes portugueses de férias, visitando a terra natal na época de verão. O ambiente é de festa, de encontros e desencontros ocasionais entre amigos e familiares.
A [[narrativa]] é constituída por acções parcelares, em locais diferentes, em sequência não linear, num contexto em que se intromete uma história inventada de amores e «relações sentimentais entre pai, filha e o primo desta, músicos numa banda de baile» do Portugal profundo. Por entre essa animada barafunda, bem típica da ruralidade portuguesa, à mistura com a tal banda, foleira, intromete-se a equipa filmando-se em busca de actores para as filmagens
A [[narrativa]] é constituída por acções parcelares, em locais diferentes, em sequência não linear, num contexto em que se intromete uma história inventada de amores e «relações sentimentais entre pai, filha e o primo desta, músicos numa banda de baile» do Portugal profundo. Por entre essa animada barafunda, bem típica da ruralidade portuguesa, à mistura com a tal banda, foleira, intromete-se a equipa filmando-se em busca de actores para as filmagens

Revisão das 17h52min de 15 de maio de 2013

Aquele Querido Mês de Agosto
Portugal Portugal
2008 •  cor •  147 min 
Direção Miguel Gomes
Produção Sandro Aguilar, Thomas Ordonneau, Luís Urbano
Roteiro
Miguel Gomes, Mariana Ricardo, Telmo Churro
Diretor de fotografia Rui Poças
Distribuição O Som e a Fúria
Lançamento 21 de Agosto de 2008
Idioma português

Aquele querido mês de agosto (2008) é um filme português de longa-metragem de Miguel Gomes. Híbrido de documentário e ficção [1]), é uma docuficção. Pelo seu conteúdo antropológico, caracteriza-se também como etnoficção.

Co-produção portuguesa e francesa, estreia em Portugal no circuito comercial a 21 de Agosto de 2008[2]

Sinopse

Uma equipa de filmagem filma-se num meio rural do centro de Portugal (Coja, Arganil, Oliveira do Hospital, Góis e Tábua), onde se encontram emigrantes portugueses de férias, visitando a terra natal na época de verão. O ambiente é de festa, de encontros e desencontros ocasionais entre amigos e familiares.

A narrativa é constituída por acções parcelares, em locais diferentes, em sequência não linear, num contexto em que se intromete uma história inventada de amores e «relações sentimentais entre pai, filha e o primo desta, músicos numa banda de baile» do Portugal profundo. Por entre essa animada barafunda, bem típica da ruralidade portuguesa, à mistura com a tal banda, foleira, intromete-se a equipa filmando-se em busca de actores para as filmagens

Enquadramento histórico

Em suma: o filme que se faz é a consequência de um que não se fez.

Uma equipa de filmagem encontra-se na região de Arganil para fazer um filme de ficção, dispondo de fundos atribuídos pelo ICA. Imponderáveis surgem e, às tantas, o dinheiro esperado não chega. O que resta é insuficiente para cobrir os custos de um projecto exigente, que obriga à remuneração de técnicos, actores e a importantes despesas de estadia. Pára-se com tudo e voltam todos para casa?

Decidem que não, o melhor é dar-lhe a volta por cima. Com o pouco que têm, aguentam e põe-se a filmar aquilo que vêem à sua volta, deixando a ficção na gaveta. Para colmatar a frustração e afogar a tristeza, divertem-se, fazendo puro documentário. Terminada a paródia, regressam a Lisboa.

E agora? Não torcem: retiram o defunto guião da gaveta e escrevinham, enfiando a fantasia que dele resta nas pitorescas realidades trazidas das terras de Arganil, onde voltam para terminar a fita, com mais algum dinheirinho na mão. De novo em Lisboa, esmeram-se na montagem e candidatam-se ao Festival de Cannes cujo júri lhes reconhece a ousadia e selecciona o filme para a adequada secção. Não contentes com isso, chutam a obra para vários continentes, colocando-a em dezenas de festivais e em outros locais onde se estima os atrevimentos do cinema independente [3].

Moral da História: valeu a pena. Vale sempre a pena quando se trata de erguer a ponta do véu que esconde certos encantos da arte do cinema [4] . Coisa ignorada por quem se serve do mais venal que ela tem, prostituindo-a como mercadoria. A “pureza” que dela irradia quando o seu rosto se mostra desafectado, em realidade e fantasia, em género ou estilo, há muito que é algo reconhecido. Demonstram isso Robert Flaherty ou Jean Rouch, tal como o demonstram os filmes de certos cineastas pioneiros nas volvidas décadas de sessenta e setenta, como António Reis, António Campos ou Ricardo Costa, que em 1976, não no Portugal profundo mas à beira-mar, fez convergir documentário e ficção, em expressão poética que se conjuga com a paródia, no rosto seco do poeta popular algarvio Manuel Pardal (Mau Tempo, Marés e Mudança, sua primeira docuficção).

Ficha artística

  • Sónia Bandeira
  • Fábio Oliveira
  • Joaquim Carvalho
  • Andreia Santos
  • Armando Nunes
  • Manuel Soares
  • Emmanuelle Fèvre
  • Diogo Encarnação
  • Bruno Lourenço
  • Maria Albarran
  • Nuno Mata
  • Paulo “Moleiro”
  • Acácio Garcia
  • Luís Marante

Ficha técnica

  • Argumento: Miguel Gomes (cineasta), Mariana Ricardo, Telmo Churro
  • Realização: Miguel Gomes
  • 1º assistente de realização: Bruno Lourenço
  • 2º assistente de realização: Catarina Ramalho
  • Director de fotografia: Rui Poças
  • Assistente de imagem: Lisa Persson
  • Director de som: Vasco Pimentel
  • Anotador: Telmo Churro
  • Decoração & guarda-roupa: Bruno Duarte
  • Assistente de decoração & guarda-roupa: Susana Moura •
  • Arranjos musicais: Mariana Ricardo
  • Montagem: Telmo Churro, Miguel Gomes
  • Montagem de som Miguel Martins, António Lopes
  • Mistura: Miguel Martins
  • Género: docuficção, etnoficção
  • Duração: 150 min.
  • Formato: 35 mm (ampliado de 16 mm), 1.66, cor, Dolby SR
  • Produtores: Luís Urbano, Sandro Aguilar
  • Chefe de produção: Patrícia Almeida
  • Coordenadora de produção: Cristina Almeida
  • Assistente de produção: Joana Vaz da Silva
  • Produção e distribuição: O Som e a Fúria
  • Ano de produção: 2008
  • Estreia em Portugal : 21 de Agosto de 2008 nos cinemas UCI - El Corte Inglés e King (Lisboa), UCI - Arrábida 20 (Gaia), Lusomundo Dolce Vita (Coimbra), Lusomundo Palácio do Gelo Shopping (Viseu) e Castello Lopes - Serra Shopping (Covilhã) [5] .
  • Estreia em França: 17 de junho de 2009 [6]

Festivais

  • 40ª Quinzena dos Realizadores, Festival de Cinema de Cannes, França, 2008
  • 15º Festival Internacional de Cinema de Valdivia , Chile, 2008: (Melhor Filme Internacional e Prémio da Crítica) [7].

Ver também

Referências

  1. Tese de mestrado - de Daniel Boto (Universidade de Coimbra
  2. Ver estreias na página do produtor
  3. Entrevista de Carlos Pereira e Vanessa Sousa Dias (Instituto Politécnico de Lisboa) sobre os métodos de trabalho de Miguel Gomes
  4. Notícia com entrevista de Luísa Sequeira para o Fotograma da RTP
  5. Ficha do produtor
  6. Cineclube dos Cahiers du Cinéma
  7. Ver lista de participações em festivais na página do produtor

Outras referências