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Aldredo

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Aldredo
Arcebispo da Igreja Católica
Arcebispo de Iorque
Aldredo

Título

Bispo de Worcester
Ordenação e nomeação
Ordenação episcopal 1044
Nomeado arcebispo 25 de dezembro de 1060
Dados pessoais
Morte 11 de setembro de 1069, Iorque
dados em catholic-hierarchy.org
Arcebispos
Categoria:Hierarquia católica
Projeto Catolicismo

Aldredo ou Eldredo (em inglês: Ealdred/Aldred; ? - Iorque, 11 de setembro de 1069) foi um clérigo inglês, abade de Tavistock, bispo de Worcester, e arcebispo de Iorque na Inglaterra anglo-saxã. Está relacionado a uma série de outros eclesiásticos da época. Depois de se tornar monge no mosteiro de Winchester, foi nomeado abade de Tavistock por volta de 1027. Em 1046 foi nomeado para o bispado de Worcester. Aldredo, além de suas funções episcopais, serviu a Eduardo, o Confessor, Rei da Inglaterra, como diplomata e líder militar. Esforçou-se para trazer da Hungria de volta à Inglaterra um dos parentes do rei, Eduardo, o Exilado, para garantir um herdeiro para o rei sem filhos.

Em 1058, foi o primeiro bispo da Inglaterra a realizou uma peregrinação a Jerusalém.[1] Como administrador da diocese de Herefórdia, esteve envolvido na luta contra os galeses, sofrendo duas derrotas nas mãos dos invasores antes de assegurar um acordo com Gruffydd ap Llywelyn, governante galês.

Em 1060, Aldredo foi eleito para o arcebispado de Iorque, mas teve dificuldade em obter a aprovação papal da sua nomeação, só conseguindo fazê-lo quando prometeu não administrar os bispados de Iorque e Worcester simultaneamente. Ajudou a garantir a eleição de Vulstano como seu sucessor em Worcester. Durante seu arcebispado, construiu e embelezou as igrejas de sua diocese, e trabalhou para aprimorar o seu clero com a realização de um sínodo, que regulamentou o sacerdócio local.

Algumas fontes afirmam que após a morte do rei Eduardo, em 1066, foi Aldredo quem coroou Haroldo, filho de Goduíno como Rei da Inglaterra.[2] Aldredo apoiou Haroldo como rei, mas quando este foi derrotado na batalha de Hastings, Aldredo deu seu apoio para Edgar, o Atelingo e, em seguida, aprovou o rei Guilherme, o Conquistador, o Duque da Normandia, e um parente distante do rei Eduardo. Aldredo coroou o rei Guilherme no dia de Natal, em 1066. Guilherme nunca confiou plenamente em Aldredo ou em qualquer outro líder inglês, e Aldredo teve que acompanhar Guilherme em sua volta para a Normandia em 1067, mas retornou a Iorque por ocasião da sua morte, em 1069. Aldredo deu apoio às igrejas e mosteiros da sua diocese com presentes e projetos de construção.

Aldredo provavelmente nasceu no oeste da Inglaterra, e pode estar relacionado com Lifingo, seu antecessor como bispo de Worcester.[3] Sua família, de Devonshire, pode ter sido rica.[4] Outro parente foi Wilstan ou Vulstano, que sob a influência de Aldredo tornou-se abade de Gloucester.[3] Aldredo foi um monge no cabido catedralício da catedral de Winchester antes de se tornar abade da abadia de Tavistock por volta de 1027, um cargo que ocupou até aproximadamente 1043.[5] Mesmo depois de deixar a abadia de Tavistock, continuou a manter duas propriedades do mosteiro até sua morte.[4] Durante o período que permaneceu como abade, trouxe muitas melhorias para a abadia; o cronista medieval Guilherme de Malmesbúria disse que elas eram esplêndidas e muitas.[6] Não foi descoberto nenhum documento contemporâneo relativo ao tempo de Aldredo como abade.[6]

Aldredo foi consagrado bispo de Worcester em 1046, cargo que ocupou até sua renúncia em 1062.[7] Pode ter atuado como bispo sufragâneo, ou subordinado, para o seu antecessor Lifingo, antes de assumir oficialmente o bispado,[3][8] uma vez que cerca de 1043 Aldredo testemunhou como episcopus, ou bispo, e uma carta de 1045 ou início de 1046 cita Sitrico como sendo o abade de Tavistock.[6] Lifingo morreu em 26 de março de 1046, e Aldredo tornou-se bispo de Worcester, pouco tempo depois. Contudo, Aldredo não recebeu as outras duas dioceses que pertenceram a Lifingo: Crediton e Cornualha. O rei Eduardo, o Confessor (reinou de 1043 a 1066), concedeu essas duas dioceses para Leofrico, que juntou os dois sés em Crediton, em 1050.[6]

Bispo e conselheiro real

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Haroldo, filho de Goduíno, detalhe da tapeçaria de Bayeux.

Aldredo foi conselheiro do rei Eduardo, o Confessor, e esteve muitas vezes envolvido no governo real.[9] Foi também foi líder militar, e em 1046 liderou uma expedição mal sucedida contra os galeses.[9] Foi uma retaliação a um ataque liderado pelos governantes galeses Gruffydd ap Rhydderch, Rhys ap Rhydderch, e Gruffydd ap Llywelyn. A expedição de Aldredo foi traída por alguns soldados galeses que estavam servindo com os ingleses, e Aldredo foi derrotado.[10]

Em 1050, Aldredo foi a Roma "na missão do rei",[11] aparentemente, para garantir a aprovação sobre a mudança da sede, ou do centro, do bispado de Crediton para Exeter. Pode ter sido também para assegurar a liberação do rei de um voto para sair em peregrinação.[3] Enquanto esteve em Roma, participou de um conselho pontifício, junto com seu companheiro inglês, o bispo Hermano.[12] No mesmo ano, quando Aldredo voltava para a Inglaterra, conheceu Sueno, filho de Goduíno de Wessex, e provavelmente absolveu Sueno por ter raptado a abadessa da abadia de Leominster, em 1046.[13] Pela intercessão de Aldredo, Sueno foi restaurado ao seu condado, que tinha perdido depois de raptar a abadessa e assassinar seu irmão Beorn.[14][15] Aldredo ajudou Sueno não só porque era um defensor da família do conde Goduíno, mas porque o condado de Sueno localizava-se próximo a seu bispado. Em 1049, salteadores irlandeses aliaram-se a Gruffydd ap Rhydderch de Gwent em incursões ao longo da rio Usk. Aldredo tentou em vão expulsar os invasores, mas foi novamente vencido pelos galeses. Este fato ressaltou a necessidade de Aldredo em ter um conde forte na área para se proteger contra ataques.[16] Normalmente, o bispo de Herefórdia seria o responsável por fazer a defesa na ausência de um conde de Herefórdia, mas em 1049 o titular, Etelstano, estava cego, desta forma, Aldredo assumiu o papel de defensor.[17]

Viagens diplomáticas

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A rebelião do conde Goduíno contra o rei em 1051, foi um duro golpe para Aldredo, que sempre foi um defensor do conde e de sua família. Aldredo esteve presente no conselho real em Londres, que baniu a família Goduíno.[18] Posteriormente, quando foi enviado para interceptar Haroldo, filho de Goduíno e seus irmãos, quando fugiam da Inglaterra, após seu pai ser declarado inimigo do rei, Aldredo "não pode, ou não conseguiu" capturar os irmãos.[19][20] O banimento do protetor de Aldredo ocorreu logo após a morte de Elfrico Putoco, arcebispo de Iorque. Iorque e Worcester tinham já há muito tempo fortes laços de amizade, e as duas sés tinham sido muitas vezes mantidas em pluralidade, ou ao mesmo tempo. Aldredo provavelmente queria tornar-se arcebispo de Iorque, depois da morte de Elfrico, mas com a queda de seu protetor, o rei nomeou Cinesigo, um capelão real, para ocupar o cargo vago.[18] Em setembro de 1052, porém, Goduíno retornou do exílio e sua família foi restaurada no poder.[21] No final de 1053, Aldredo mais uma vez tinha a proteção da realeza.[18] Em algum momento, alegou-se que Aldredo acompanhou Sueno em uma peregrinação à Terra Santa, mas faltam provas.[22][nota 1]

Em 1054 o rei Eduardo enviou Aldredo para a Alemanha para obter do imperador Henrique III ajuda para conseguir com que seu sobrinho Eduardo, o Exilado, filho de Edmundo Braço de Ferro, retornasse para a Inglaterra. Edmundo (reinou em 1016) era o meio-irmão mais velho do rei Eduardo, o Confessor, e o filho de Edmundo, Eduardo, estava na Hungria sob a proteção do rei André I, tendo deixado a Inglaterra ainda criança após a morte do pai e da subida ao trono de Canuto como rei da Inglaterra.[24] Nesta missão, Aldredo teve razoável sucesso e durante sua estada de um ano, aprendeu sobre o funcionamento da igreja alemã[25] com Hermano II, arcebispo de Colônia.[26] Ficou também impressionado com os prédios que ele viu, e mais tarde incorporou alguns dos estilos alemães em suas próprias construções.[27] O objetivo principal da missão, porém, que era a de garantir o retorno de Eduardo, falhou, principalmente porque as relações de Henrique III com os húngaros eram tensas, e o imperador não pôde ou não quis ajudar Aldredo.[28] Aldredo foi capaz de descobrir que Eduardo estava vivo, e tinha um lugar na corte húngara.[29] [nota 2] Embora algumas fontes afirmem que Aldredo assistiu à coroação do imperador Henrique IV, isso não é possível, uma vez que a data em que Henrique foi coroado, Aldredo estava na Inglaterra consagrando um abade.[27]

Aldredo voltou para a Inglaterra em 1055, e trouxe com ele uma cópia do Pontificale Romano-Germanicum, um conjunto de liturgias. Uma cópia existente do seu trabalho, atualmente manuscrito Cotton Vitellus E xii, tem sido identificado como uma cópia de propriedade de Aldredo.[27] Parece provável que a Regra de Chrodegang, um conjunto continental de portarias para a vida comunal dos cônegos seculares, foi introduzida na Inglaterra por Aldredo algum tempo antes de 1059. Provavelmente, trouxe-a na volta da Alemanha, possivelmente combinado com Haroldo.[31]

Após o retorno de Aldredo à Inglaterra, assumiu o comando das sedes de Herefórdia[32] e Ramsbury.[19] Aldredo também administrou as abadias de Winchcombe e Gloucester.[33] Os autores do Handbook of British Chronology Third Edition dizem que foi nomeado bispo de Herefórdia em 1056, mantendo a sé até que abriu mão dela em 1060,[34] mas, outras fontes dizem que apenas administrou a sé enquanto ela esteve vaga,[35] ou que foi bispo de Herefórdia de 1055 a 1060.[36]

Aldredo se envolveu com a sé de Ramsbury após o seu bispo Hermano entrar em uma disputa com o rei Eduardo sobre a transferência da sede do seu bispado para a abadia de Malmesbury. Hermano pretendia mudar a sede de sua sé, mas Eduardo recusou a permissão para a mudança. Aldredo era um associado muito amigo de Herman,[27] e o historiador H. R. Loyn chamou Hermano de "uma espécie de alter ego" de Aldredo.[37] De acordo com o cronista medieval John de Worcester, foi dado a Aldredo a sé de Ramsbury para administrar, enquanto Hermano permanecia fora da Inglaterra. Hermano retornou em 1058, e reassumiu o seu bispado. Não há nenhuma evidência documental contemporânea da administração de Aldredo de Ramsbury.[27]

Assuntos de Gales, Jerusalém e Worcester

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O rei novamente empregou Aldredo como diplomata em 1056, quando ajudou os condes Haroldo e Leofgar nas negociações com os galeses.[38] Eduardo enviou Aldredo após a morte em combate do bispo Leofgar de Herefórdia, que atacou Gruffydd ap Llywelyn após o incentivo do rei. No entanto, Leofgar perdeu a batalha e sua vida, e Eduardo teve que pedir a paz.[39] Embora os detalhes das negociações sejam falhos, Gruffydd ap Llywelyn jurou lealdade ao rei Eduardo,[38] mas o juramento deve não ter tido qualquer obrigação por parte de Gruffydd para com Eduardo. Os termos exatos da submissão não são conhecidos em sua totalidade, mas Gruffydd não era obrigado a ajudar Eduardo na guerra, nem comparecer na corte de Eduardo.[39] Aldredo foi recompensado com a administração da sé de Herefórdia, que ocupou até 1061, e foi nomeado arcebispo de Iorque.[38] A diocese tinha sofrido um sério ataque dos galeses em 1055, e durante sua administração, Aldredo continuou a reconstrução da catedral, bem como garantiu os direitos de cabido catedralício.[38] A Aldredo foi concedida a administração, a fim de que a área tivesse alguém com experiência com os líderes galeses.[40]

Em 1058, Aldredo fez uma peregrinação a Jerusalém, o primeiro bispo inglês a fazer a viagem.[1] Viajou através da Hungria, e a Crônica anglo-saxã declarou que "ele foi a Jerusalém de uma maneira como ninguém havia feito antes dele".[41] Quando esteve em Jerusalém, fez uma doação de um cálice de ouro para a igreja do Santo Sepulcro.[42] É possível que o motivo de Aldredo viajar através da Hungria, foi a de organizar a viagem da família de Eduardo, o Exilado, para a Inglaterra. Outra possibilidade é a que queria procurar por outros possíveis herdeiros do rei Eduardo, na Hungria.[43] Não se sabe exatamente quando a família de Eduardo, o Exilado voltou para a Inglaterra, se eles retornaram com Eduardo, em 1057, ou algum tempo depois, por isso é apenas uma possibilidade de que eles voltaram com Aldredo em 1058.[44]

Muito pouca prova documental está disponível do tempo de Aldredo como bispo de Worcester. Apenas cinco locações que ele assinou sobreviveram, e todas datadas de 1051 a 1053. Duas locações ainda existem em Hemming's Cartulary apenas como cópias. Não está claro como a diocese de Worcester foi administrada quando Aldredo estava no exterior, embora pareça que Vulstano, o prior do cabido catedralício, exerceu as funções religiosas na diocese. No lado financeiro, a Crônica de Evesham afirma que Etelvigo, que se tornou abade da abadia de Evesham em 1058, administrou Worcester, antes de se tornar abade.[45]

Arcebispo de Iorque

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O cortejo fúnebre de Eduardo, o Confessor, na tapeçaria de Bayeux.

Cinesigo, o arcebispo de Iorque, morreu no dia 22 de dezembro de 1060, e Aldredo foi eleito Arcebispo de Iorque no dia de Natal de 1060. Apesar de um bispo ser prontamente nomeado para Herefórdia, ninguém foi nomeado para Worcester, e parece que Aldredo pretendia administrar Worcester juntamente com Iorque, assim como vários de seus antecessores tinham feito.[43] Havia algumas razões para isto, uma das quais era política, uma vez que os reis da Inglaterra preferiam nomear bispos do sul para as dioceses do norte, na esperança de contrariar a tendência do norte para o separatismo. Outra razão era a de que Iorque não era uma sé rica, e Worcester era. Mantendo Worcester, juntamente com Iorque permitia que o arcebispo tivesse receita suficiente para se sustentar.[46]

Em 1061, Aldredo viajou a Roma para receber o pálio, o símbolo da autoridade de um arcebispo. Viajando com ele foi Tostigo, outro filho do conde Goduíno, que agora era conde da Nortúmbria.[47] Guilherme de Malmesbúria diz que Aldredo, "aproveitando-se da simplicidade do rei Eduardo e alegando o costume de seus antecessores, tinha adquirido, mais por corrupção do que pela razão, o arcebispado de Iorque, enquanto ainda mantinha sua ex-sé".[48] Em sua chegada a Roma, no entanto, acusações de simonia, ou da compra de ofício eclesiástico, e de falta de instrução foram apresentadas contra ele, e sua elevação ao arcebispado de Iorque foi recusada pelo Papa Nicolau II, que também destituiu-lhe de Worcester.[48] A história de Aldredo ter sido deposto vem da Vida de Eduardo (Vita Edwardi), um relato da vida de Eduardo, o Confessor, porém, a Vida de Vulstano (Vita Wulfstani), que narra a vida do sucessor de Aldredo em Worcester, Vulstano, diz que o papa Nicolau, recusou-se a entregar o pálio até que Aldredo prometesse encontrar um substituto para Worcester.[49] No entanto, outro cronista, John de Worcester, não menciona nada sobre qualquer problema existente em Roma, e quando se discute a nomeação de Vulstano, diz que Vulstano foi eleito livremente e por unanimidade pelo clero e pelo povo.[49] John de Worcester também afirma que na consagração de Vulstano, Estigando, arcebispo da Cantuária, obteve a promessa de Aldredo, de que nem ele nem seus sucessores reivindicariam qualquer jurisdição sobre a diocese de Worcester. Tendo em conta que John de Worcester escreveu sua crônica, após a disputa pela supremacia entre Cantuária e Iorque, a história de Aldredo renunciando a qualquer reivindicação sobre Worcester precisa ser considerada suspeita.[50]

Por alguma razão, Aldredo desistiu da sé de Worcester em 1062, quando a delegação papal chegou à Inglaterra para realizar um conselho e certificar-se que Aldredo tinha renunciado a Worcester.[51] Isso aconteceu na Páscoa de 1062.[40] Aldredo foi sucedido por Vulstano, escolhido por Aldredo, mas John de Worcester relata que Aldredo demorou em decidir-se entre Vulstano e Etelvigo.[52] Os legados influenciaram na escolha de Vulstano motivados pela sua santidade.[53] Devido ser irregular a posição de Estigando, como arcebispo da Cantuária, Vulstano buscou e recebeu de Aldredo a consagração como bispo. Normalmente, Vulstano seria consagrado pelo arcebispo da Cantuária, por estar a sé de Worcester localizada dentro dos limites da província da Cantuária.[54] Embora Aldredo tenha desistido do bispado, a nomeação de Vulstano permitiu a Aldredo continuar com sua considerável influência sobre a sé de Worcester. Aldredo manteve um certo número de propriedades pertencentes a Worcester. Mesmo após a conquista normanda, Aldredo ainda controlava alguns negócios em Worcester, e foi Aldredo não Vulstano, quem se opôs à tentativa do Urso de Abetot de ampliar o castelo de Worcester até os limites da catedral, após a conquista normanda.[55]

Enquanto arcebispo, Aldredo construiu em Beverley, ampliando os projetos de construção iniciados por seu antecessor Cinesigo,[56] bem como a reparação e ampliação de outras igrejas de sua diocese.[33] Construiu também refeitórios para os cônegos em Iorque e Southwell.[57] Foi também o único bispo a publicar uma legislação eclesiástica durante o reinado de Eduardo, o Confessor, na tentativa de disciplinar e reformar o clero.[58] Realizou um sínodo com seu clero, pouco antes de 1066.[59]

Após a morte de Eduardo, o Confessor

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Uma moeda de prata do reinado de Guilherme, o Conquistador.

João de Worcester, um cronista medieval, afirmou que Aldredo coroou o rei Haroldo II, em 1066, embora os cronistas normandos mencionem Estigando como o prelado oficial.[2] Dado o apoio conhecido de Aldredo à família de Goduíno, é provável que João de Worcester esteja correto.[3] A posição de Estigando como arcebispo era canonicamente suspeita, e, como o conde Haroldo não autorizou Estigando consagrar uma das igrejas do condado, é pouco provável que Haroldo tivesse permitido Estigando executar a muito mais importante coroação real.[60] Argumentos para que Estigando tenha realizado a coroação, no entanto, invocam o fato de que nenhuma outra fonte inglesa cita o nome do eclesiástico que realizou a cerimônia; todas as fontes normandas afirmam ser Estigando o oficiante.[61] Em todos os eventos, Aldredo e Haroldo estavam próximos, e Aldredo apoiou a candidatura de Haroldo para se tornar rei.[19][62] Aldredo talvez acompanhou Haroldo quando o novo rei foi para Iorque e obteve o apoio dos magnatas do norte logo após a consagração de Haroldo.[63]

Segundo o cronista medieval Godofredo Gaimar, após a batalha de Stamford Bridge, Haroldo confiou o espólio adquirido de Haroldo Hardrada a Aldredo.[64] Gaimar afirma que o rei Haroldo fez isso porque ouviu falar do desembarque do duque Guilherme na Inglaterra, e tinha pressa em seguir para o sul a fim de impedi-la.[65] Após a batalha de Hastings, Aldredo se juntou ao grupo que tentou proclamar Edgar, o Atelingo, filho de Eduardo, o Exilado, como rei, mas na verdade se apresentou a Guilherme, o Conquistador em Berkhamsted.[66][67] João de Worcester, diz que o grupo de apoiado a Edgar vacilaram sobre o que fazer enquanto Guilherme devastava o interior do reino,[68] que levou à submissão de Aldredo e Edgar a Guilherme.[69]

Aldredo coroou o rei Guilherme no dia de Natal de 1066.[70] Uma inovação na cerimônia de coroação de Guilherme foi que, antes da coroação real, Aldredo perguntou à multidão reunida, em inglês, se era o seu desejo que Guilherme fosse coroado rei. O bispo de Coutances, em seguida, fez o mesmo, mas em francês normando.[70] Em março de 1067, Guilherme levou Aldredo consigo quando retornou à Normandia, juntamente com outros líderes ingleses: o conde Eduíno da Mércia, o conde Morcar, Edgar, o Atelingo e o arcebispo Estigando.[71] Aldredo, no Pentecostes de 1068, realizou a coroação de Matilde, esposa de Guilherme.[48] O Laudes Regiae, ou canção de elogio a um governante, que foi executada na coroação de Matilde pode ter sido composta pelo próprio Aldredo para a ocasião.[72] Em 1069, quando os tanos do norte se rebelaram contra Guilherme e tentaram instalar Edgar, o Atelingo, como rei, Aldredo continuou a apoiar Guilherme.[67] Foi o único líder do norte a dar apoio a Guilherme.[73] Aldredo retornou a Iorque em 1069. Morreu em 11 de setembro de 1069,[7] e foi sepultado em sua catedral episcopal. Pode ter tomado parte ativa na tentativa de acalmar a rebelião no norte do país em 1068 e 1069.[48]

Após a morte de Aldredo, uma das restrições ao tratamento de Guilherme dos ingleses foi removida.[74] Aldredo foi um dos poucos ingleses nativos que Guilherme parece ter confiado, e sua morte fez com que diminuíssem as tentativas de integrar os ingleses à administração, apesar de tais esforços não terem totalmente cessado.[75] Em 1070, um conselho da Igreja foi realizado em Westminster e um número de bispos foram depostos. Em 1073, havia apenas dois ingleses nas sedes episcopais, e no tempo da morte de Guilherme, em 1089, havia apenas um, Vulstano II, de Worcester.[74]

Aldredo fez muito para restaurar a disciplina nos mosteiros e igrejas sob sua autoridade,[3][58] e foi generoso com presentes para as igrejas de sua diocese. Construiu a igreja do mosteiro de São Pedro em Gloucester (atual catedral de Gloucester, apesar de restar nada de sua antiga construção), então parte da sua diocese de Worcester. Restaurou também uma grande parte da Beverley Minster, na diocese de Iorque, acrescentando um presbitério e uma invulgar e esplêndida pintura do teto abrangendo "toda a parte superior da igreja, desde o coro até a torre ... misturada com ouro de várias formas, e de uma maneira maravilhosa".[76] Acrescentou um púlpito, "em estilo alemão", de bronze, ouro e prata, encimado por um arco com um crucifixo pendurado feito dos mesmos materiais. Estes são exemplos das pródigas decorações agregadas às igrejas importantes nos anos antes da conquista normanda da Inglaterra.[33][77]

Aldredo incentivou Folcardo, um monge da Cantuária, para escrever a Vida de São João de Beverley.[78] Essa foi parte da promoção de Aldredo do culto de São João,[79] que só foi canonizado em 1037. Junto com o Pontificale, Aldredo pode ter trazido de Colônia, o primeiro manuscrito das Carmina Cantabrigiensia a entrar na Inglaterra, uma coleção de canções goliardas em latim, que se tornou famosa na Idade Média.[80] O historiador Michael Lapidge sugere que os Laudes Regiae, que estão incluídos na Cotton Vitellius E xii, poderia ter sido composto por Aldredo, ou um membro do seu agregado familiar. Outro historiador, H. J. Cowdrey, argumentou que as laudes foram compostas em Winchester. Esses cânticos de louvor são os mesmos executados na coroação de Matilde, mas poderia ter sido usado em cerimônias de outras cortes antes da morte de Aldredo.[81]

Os historiadores têm visto Aldredo como um "príncipe-bispo à moda antiga".[82] Outros dizem que ele "elevou a sé de Iorque a partir de seu anterior estado rústico".[83] Era conhecido por sua generosidade e pela sua habilidade diplomática e administrativa.[82] Após a conquista normanda da Inglaterra, Aldredo proporcionou um grau de continuidade entre os mundos pré e pós-conquista.[84] Um historiador moderno considera que foi Aldredo quem estava por trás da compilação da versão D da Crônica anglo-saxã, e dá uma data na década de 1050 para a sua composição.[85] Certamente, Aldredo é uma das figuras mais importantes no trabalho, e é provável que um de seus funcionários compilou a versão.[86]

Notas

  1. Se Aldredo realmente acompanhou Swein, o historiador Frank Barlow argumenta que isto provavelmente ocorreu em 1058.[23]
  2. Eduardo finalmente retornou para a Inglaterra em 1057, mas morreu pouco depois.[30]

Citações

  1. a b Barlow Edward the Confessor pp. 208–209
  2. a b Hindley A Brief History of the Anglo-Saxons p. 335
  3. a b c d e f Lawson "Ealdred (d. 1069)" Oxford Dictionary of National Biography
  4. a b King "Ealdred" Anglo-Norman Studies XVIII p. 124
  5. Knowles Monastic Order in England p. 72
  6. a b c d King "Ealdred" Anglo-Norman Studies XVIII p. 125
  7. a b Fryde, et al. Handbook of British Chronology p. 224
  8. Barlow Edward the Confessor p. 86
  9. a b Huscroft Ruling England p. 49
  10. Maund Welsh Kings pp. 89–90
  11. Huscroft Ruling England p. 50
  12. Smith, et al. "Court and Piety" Catholic Historical Review p. 574
  13. Barlow The Godwins p. 55
  14. Rex Harold II p. 37
  15. Barlow Edward the Confessor p. 103
  16. Mason House of Godwine pp. 57–58
  17. King "Ealdred" Anglo-Norman Studies XVIII pp. 126–127
  18. a b c King "Ealdred" Anglo-Norman Studies XVIII p. 127
  19. a b c Walker Harold pp. 132–133
  20. Barlow Edward the Confessor p. 114
  21. Huscroft Ruling England pp. 6–7
  22. Fleming Kings & Lords in Conquest England pp. 79–80
  23. Barlow English Church 1000–1066 p. 88
  24. Huscroft Ruling England p. 8
  25. Walker Harold p. 76
  26. Barlow Edward the Confessor pp. 215–218
  27. a b c d e King "Ealdred" Anglo-Norman Studies XVIII p. 128
  28. Mason House of Godwine p. 88
  29. Rex Harold II p. 126
  30. Rex Harold II p. 127
  31. Rex Harold II p. 77
  32. Mason House of Godwine p. 94
  33. a b c Barlow Edward the Confessor pp. 197–199
  34. Fryde, et al. Handbook of British Chronology p. 217
  35. Huscroft Ruling England p. 45
  36. Greenway Fasti Ecclesiae Anglicanae 1066–1300: Volume 6: Iorque: Archbishops Arquivado em 7 de junho de 2007, no Wayback Machine.
  37. Loyn English Church p. 61
  38. a b c d King "Ealdred" Anglo-Norman Studies XVIII pp. 128–129
  39. a b Maund Welsh Kings pp. 94–95
  40. a b Darlington "Ecclesiastical Reform" English Historical Review pp. 399–400
  41. Citado em King "Ealdred" Anglo-Norman Studies XVIII p. 130
  42. Barlow English Church 1000–1066 p. 89
  43. a b King "Ealdred" Anglo-Norman Studies XVIII p. 130
  44. Rex Harold II p. 129
  45. King "Ealdred" Anglo-Norman Studies XVIII pp. 134–137
  46. Loyn Governance p. 158
  47. Hindley A Brief History of the Anglo-Saxons p. 330
  48. a b c d Powell House of Lords pp. 13–14
  49. a b King "Ealdred" Anglo-Norman Studies XVIII p. 131
  50. King "Ealdred" Anglo-Norman Studies XVIII pp. 131–132
  51. Walker Harold p. 50
  52. Knowles Monastic Order p. 76
  53. Barlow English Church 1000–1066 pp. 106–107
  54. Brooks Early History of the Church of Canterbury p. 306
  55. King "Ealdred" Anglo-Norman Studies XVIII pp. 132–133
  56. Huscroft Ruling England p. 46
  57. Darlington "Ecclesiastical Reform" English Historical Review p. 404
  58. a b Barlow English Church, 1066–1154 p. 122
  59. Barlow English Church 1000–1066 p. 246
  60. Rex Harold pp. 199–200
  61. Barlow English Church 1000–1066 p. 60 footnote 4
  62. Walker Harold p. 117
  63. Douglas William the Conqueror p. 183
  64. Lawson Battle of Hastings p. 42 footnote 93
  65. Lawson Battle of Hastings p. 75
  66. Huscroft Ruling England p. 19
  67. a b Williams English and the Norman Conquest p. 32
  68. Rex Harold II p. 130
  69. Douglas William the Conqueror p. 206
  70. a b Powell House of Lords p. 1
  71. Walker Harold pp. 185–187
  72. Stafford Queen Emma & Queen Edith p. 183
  73. Kapelle Norman Conquest of the North p. 109
  74. a b Barlow English Church, 1066–1154 p. 57
  75. Bates William the Conqueror p. 156
  76. Dodwell Anglo-Saxon Art p. 93, citando a Chronica Ecclesiae Eboracensis (crônica de Iorque). Nenhum desses trabalhos sobreviveu
  77. Dodwell Anglo-Saxon Art p. 65 e nota 151 na pp. 264–265
  78. Palliser "John of Beverley (St John of Beverley) (d. 721)" (fee required) Oxford Dictionary of National Biography
  79. Blair The Church in Anglo-Saxon Society p. 314
  80. Lapidge "Ealdred" Blackwell Encyclopedia of Anglo-Saxon England p. 153
  81. Lapidge "Ealdred of York" Yorkshire Archaeological Journal pp. 16–18
  82. a b Loyn English Church p. 62
  83. Harper-Bill "Anglo-Norman Church" Companion to the Anglo-Norman World p. 158
  84. Loyn English Church p. 67
  85. Lawson Battle of Hastings p. 62 footnote 34
  86. Wormald Making of English Law pp. 130–131

Referências

  • Este artigo incorpora texto (em inglês) da Encyclopædia Britannica (11.ª edição), publicação em domínio público.
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Leituras adicionais

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