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Magnetita

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Magnetita

A magnetita (ou magnetite em português europeu) é o material magnético mais antigo conhecido pelos seres humanos. Ele é um mineral magnético formado pelos óxidos de ferro II e III (FeO.Fe2O3), cuja fórmula química é Fe3O4. A magnetita apresenta na sua composição, aproximadamente, 69% de FeO e 31% de Fe2O3 ou 72,4% de ferro e 26,7% de oxigênio. O mineral apresenta forma cristalina isométrica, geralmente na forma octaédrica. É um material de dureza 5,5 - 6,5, fortemente magnético, de cor alaranjada, de brilho metálico, com peso específico entre 5,158 e 5,180. É um mineral que se dissolve lentamente em ácido clorídrico.

A magnetita é a pedra-ímã mais magnética de todos os minerais da Terra, e a existência desta propriedade foi utilizada para a fabricação de bússolas.O nome magnetita vem da região onde a mesma era antigamente encontrada, que era a Magnésia (região da Grécia), e magnésia quer dizer "lugar das pedras mágicas", pois estas pedras "magicamente" atraiam-se.[carece de fontes?]

Ocorrência e obtenção

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Magnetita
Geral
Categoria Mineral
Fórmula química Fe3O4 ( FeO . Fe2O3 )
Propriedades
Cor Preta, acinzentada
Cristal habitual Octaédrica. granular
Estrutura cristalina Isométrica
Clivagem Indistinta
Fratura Variável
Escala de Mohs Dureza 5,5 - 6,5
Brilho Metálico
Índice de refração Opaco
Magnetismo Fortemente magnética. Desaparece acima de 550 °C
Estrias Pretas bem pronunciadas
Peso específico 5,17 - 5,18
Ponto de fusão 1 595 °C
Solubilidade insolúvel

É encontrada em formato de pequenos grãos, disseminada nas rochas ígneas e metamórficas.

Grandes depósitos de magnetita foram encontrados em Kiruna, região nordeste da Suécia, e nas Montanhas Adirondack, na região de Nova Iorque dos Estados Unidos. Também foram encontrados depósitos na Noruega, Alemanha, Itália, Suíça, África do Sul, Índia, México, e nos estados americanos de Nova Jérsei, Pennsylvania, Carolina do Norte, Virginia, New Mexico, Utah e Colorado.

É encontrada, algumas vezes, em grande quantidade nas areias de praia conhecidas como areia mineral, areia ferrosa ou areia preta. Este tipo de areia é encontrada em vários lugares, principalmente na Califórnia ( Estados Unidos ) e na costa oeste da Nova Zelândia. A magnetita é resultado de erosão do solo que os rios levam para o mar, concentrando-se nas praias pela ação das ondas e das correntes marítimas. A magnetita também é encontrada em meteoritos.

Em sítios arqueológicos é possível encontrar magnetitas que possuem sua gênese vinculada aos processos de oxiredução ocorridos em ambientes de fogueiras[1].

Em Portugal ocorre em diversas jazidas de norte a sul, com destaque para as regiões do Marão e do Alentejo.

Ocorrência em organismos vivos

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Cristais de magnetita são encontrados em certos tipos de bactérias (por exemplo, na Aquaspirillum magnetotacticum), em cérebros de abelhas, cupins, peixes, ursos, alguns pássaros (por exemplo, em pombos) e em seres humanos.[2]

Acredita-se que estes cristais estão envolvidos no processo de magnetorrecepção (capacidade de perceber a polaridade ou a inclinação do campo magnético da Terra) e na navegação animal por orientação magnética.

O estudo de biomagnetismo começou com as descobertas do paleontologista Heinz Lowenstam na década de 1960.

Características e propriedades

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Minerais de magnetita que contêm de 3,8% a 6,3% de manganês são denominados manganomagnetita, e quando está associada com o corindon é conhecida como esmeril. A magnetita, quando aquecida a uma temperatura superior a 550 °C, adquire a estrutura da hematita (Fe2O3).

Transição de Verwey

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A transição de Verwey ocorre quando a temperatura é reduzida abaixo de 125 kelvins, a magnetita muda de metal para isolador, seus átomos mudam para uma nova estrutura cristalina e suas cargas formam um padrão ordenado complicado. Essa transformação de fase extraordinariamente complexa, que foi descoberta na década de 1940 e é conhecida como transição de Verwey, foi a primeira transição metal-isolante já observada. Os pesquisadores, em 2020, descobriram impressões digitais das quase-partículas que conduzem a transição de Verwey em magnetita.[3]

O mecanismo por trás da transição de Verwey mostra ondas anômalas congelando à temperatura de transição. São ondas feitas de elétrons que deslocam os átomos circundantes e se movem coletivamente como flutuações no espaço e no tempo. Nunca foram encontradas ondas congeladas na magnetita. Essas eram objetos que conspiravam para desencadear essa complexa transição de fase. Esses objetos que formam a ordem de carga de baixa temperatura na magnetita são "trimerons", blocos de construção de três átomos, deslizando para frente e para trás.[4]

Referências

  1. de Sousa, Daniel Vieira; Ker, João Carlos; Schaefer, Carlos Ernesto R.; Rodet, Maria Jacqueline; Guimarães, Luciano Moura; Felix, Jorlandio F. (dezembro de 2018). «Magnetite originating from bonfires in a Brazilian prehistoric Anthrosol: A micro-Raman approach». CATENA (em inglês): 552–564. doi:10.1016/j.catena.2018.07.036. Consultado em 18 de dezembro de 2020 
  2. Baker, R R; J G Mather, J H Kennaugh (6 de janeiro de 1983). «Magnetic bones in human sinuses». Nature. 301 (5895): 79–80. PMID 6823284 
  3. «Physicists use extreme infrared laser pulses to reveal frozen electron waves in magnetite» (em inglês). 19 de março de 2020 
  4. Baldini, Edoardo; Belvin, Carina A.; Rodriguez-Vega, Martin; Ozel, Ilkem Ozge; Legut, Dominik; Kozłowski, Andrzej; Oleś, Andrzej M.; Parlinski, Krzysztof; Piekarz, Przemysław (9 de março de 2020). «Discovery of the soft electronic modes of the trimeron order in magnetite». Nature Physics (em inglês): 1–5. ISSN 1745-2481. doi:10.1038/s41567-020-0823-y 

Ligações externas

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