O Programa Acelerar a Economia, apresentado pelo Governo na semana passada, “são 60 medidas mas nenhuma estratégia”, diz Ana Gomes.
O facto de o Governo não quantificar os custos do pacote mostra que ele pouco mais representa que um conjunto de “borlas fiscais”. É “um verdadeiro bodo aos ricos”, diz a comentadora da SIC Notícias, que alguém terá de pagar. Por “alguém” leiam-se os trabalhadores e pensionistas.
Ana Gomes lembra que há vários economistas liberais a reconhecer que “não é uma descida de IRC que vai atrair investimento estrangeiro” e remete para um estudo recente da Fundação Francisco Manuel dos Santos onde, embora se defenda a descida da taxa nominal do imposto, se reconhece que é preciso, como contrapartida, agravar o IVA, o IRS ou cortar prestações sociais.
“O Governo tem uma fezada neoliberal de crescimento da economia”, diz Ana Gomes, que lembra também a proposta de redução do IRS Jovem, já criticada pelo FMI. É uma medida com um custo anual de 1000 milhões de euros, que, a ser aprovada, beneficiará jovens independentemente da formação, profissão ou nível de rendimento. A perda de receita é para somar aos 500 milhões de euros em IRC - além do impacto orçamental que advém de um conjunto alargado de benefícios fiscais às empresas anunciados pelo Governo.
No habitual espaço de comentário, na SIC Notícias, Ana Gomes analisou ainda a entrevista do procurador Rosário Teixeira, a sentença no caso de Cláudia Simões, o “momento Capitólio” do Chega e a audição de Nuno Rebelo de Sousa na comissão de inquérito sobre o caso das gémeas.
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