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Gueto de Lublin

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Gueto de Lublin foi um gueto criado em 1941 na cidade polonesa de Lublin pela Alemanha Nazista.[1] Situado no território do Governo Geral da Polônia ocupada, seus habitantes eram na maior parte judeus, embora um número de romenos também estivesse presente.[2] Em 1942, o Gueto de Lublin foi um dos primeiros estabelecidos pelos nazistas a ser "liquidado".[3]

Em 1940, o Líder de Polícia e das SS Odilo Globocnik (cujo comando de distrito estava situado próximo a uma reserva judaica) forçou os judeus de Lublin a concentrarem-se no quarteirão judaico da cidade, decisão baseada em sua antipatia pessoal contra a localização das moradias destes. Antes da criação do gueto propriamente dito, ocorrida em 24 de março de 1941, dez mil judeus haviam sido expulsos de Lublin e realocados para a região rural da cidade.[4]

A expulsão e isolamento em guetos de março de 1941 foi decidido quando as tropas da Wehrmacht, em preparação para a invasão da União Soviética, requisitaram alojamentos próximos à fronteira entre os territórios da Alemanha Nazista e a União Soviética. O gueto, o único no distrito de Lublin, foi situado na área de Podzamcze, a partir do Portão de Grodza (à época chamado de "Portão Judeu", por demarcar os limites entre os quarteirões judaicos e não-judaicos da cidade), juntamente com as ruas Lubartowska e Unicka e indo até os limites da rua Franciszkańska. Diversos membros de partidos políticos judeus, como o Bund, foram aprisionados no Castelo de Lublin, prosseguindo com suas atividades às escondidas.[4][5]

Na época de sua criação o gueto continha 34,000 judeus e um número desconhecido de romenos. Quando a guerra chegou ao fim, praticamente todos eles estavam mortos. Os alemães haviam implementado uma cota de deportação de 1,400 pessoas por dia, e a maioria, em torno de 30,000, foi enviada para o campo de extermínio de Belzec, alguns através do Gueto de Piaski, entre 7 de março de 11 de abril de 1942. As outras 4,000 pessoas foram a princípio transferidas para o Gueto de Majdan Tatarski (um gueto secundário estabelecido nos subúrbios de Lublin) e então assassinadas ali ou mandadas para o campo de concentração de Lublin. Os moradores remanescentes do gueto ainda detidos pelos alemães foram executados nos campos de Majdanek e Trawniki como parte da Aktion Erntefest em 3 de novembro de 1943. À época da liquidação do gueto, Joseph Goebbels, ministro de propaganda da Alemanha, escreveu em seu diário:

Após liquidarem o Gueto de Lublin, as autoridades alemãs empregaram trabalho escravo de detentos do campo de Majdanek para demolir e desmantelar a área do antigo gueto, incluindo as áreas vizinhas da vila de Wieniawa e do distrito de Podzamcze, e em um ato simbólico explodiram a Sinagoga de Maharam (construída no século XVII em honra a Meir Lublin). Desta forma, eles terminaram de eliminar séculos de cultura e sociedade judaica em Lublin — em 1939 os judeus formavam em torno de um terço da população total da cidade.[6]

Alguns poucos indivíduos conseguiram escapar da liquidação do Gueto de Lublin, chegando ao Gueto de Varsóvia e trazendo com eles notícias da destruição. As evidências testemunhais convenceram alguns judeus da Varsóvia que a intenção dos alemães era, de fato, exterminar toda a população judaica na Polônia. Outros, no entanto, incluindo o chefe do Judenrat local, Adam Czerniaków, consideraram os relatos de assassinatos em massa um "exagero". No total, apenas 230 judeus de Lublin sobreviveram à ocupação alemã.[1][3][7]

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Referências

  1. a b c Jack Fischel. The Holocaust. Greenwood Publishing Group (1998)
  2. Doris L. Bergen. War & Genocide: A Concise History of the Holocaust. Rowman & Littlefield (2002)
  3. a b Lawrence N. Powell. Troubled Memory: Anne Levy, the Holocaust, and David Duke's Louisiana. UNC Press (2002)
  4. a b Barbara Schwindt. Das Konzentrations- und Vernichtungslager Majdanek: Funktionswandel im Kontext der "Endlösung". Königshausen & Neumann (2005)
  5. Robert Kuwalek. "Lublin's Jewish Heritage Trail"
  6. a b Mark Salter & Jonathan Bousfield. Poland. Rough Guides (2002)
  7. Alexandra Garbarini. Numbered Days: Diaries and the Holocaust. Yale University Press. (2006)

Ligações externas

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