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Ivan Lins

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 Nota: Para o escritor, veja Ivan Monteiro de Barros Lins.
Ivan Lins
Ivan Lins
Ivan Lins (novembro de 2007)
Nome completo Ivan Guimarães Lins
Nascimento 16 de junho de 1945 (79 anos)
Rio de Janeiro, DF
Nacionalidade brasileiro
Cônjuge Valeria Lins - 1983 até o momento

Lucinha Lins (c. 1971–82)

Ocupação
Carreira musical
Período musical 1969-presente
Gênero(s)
Instrumento(s)
Gravadora(s)
Afiliações
Influências

Ivan Guimarães Lins (Rio de Janeiro, 16 de junho de 1945) é um cantor, pianista e compositor brasileiro.

Biografia e vida artística

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Em 1971.

Filho do militar Geraldo Lins, foi muito influenciado por diversos gêneros musicais como jazz, bossa nova e soul[1] e tem como principal instrumento o piano, que toca desde os 18 anos.[2] Formou-se em química industrial no final dos anos 60, quando iniciou a carreira musical em festivais. A canção O Amor É O Meu País, erroneamente tachada de ufanista, foi classificada em segundo lugar consecutivo no V Festival Internacional da Canção. O primeiro sucesso como compositor foi com Madalena, gravada por Elis Regina.

Contratado pela gravadora Forma/Philips (que posteriormente transformou-se em Polygram até chegar ao nome atual Universal Music) pelo então produtor, o compositor Paulinho Tapajós, grava três discos pelo selo: Agora, Deixa o trem seguir e Quem sou eu? Nesse período, compôs músicas com Ronaldo Monteiro de Souza, mas depois teve em Vítor Martins o mais frequente parceiro. A primeira composição entre ambos se deu quando do lançamento do quarto LP, Modo livre, pela RCA (depois BMG, em seguida Sony BMG e hoje Sony Music), gravadora esta que lançaria também o álbum subsequente, Chama acesa. Nessa mesma década lançou alguns discos que o projetaram nacionalmente.

Teve inúmeros sucessos como cantor como Abre Alas, Somos todos iguais nesta noite e Começar de novo - todas em parceria com Vítor Martins. Começar de novo foi gravada por Simone no mesmo ano em que foi composta. Na voz dela, foi tocada como tema oficial de abertura do seriado Malu Mulher, tonando-se um grande sucesso da época e um marco na história da MPB.

Lançou inúmeros discos, muitos deles de grande sucesso, tendo trocado de gravadoras por diversas vezes. No decorrer dos anos 70, a obra ganha grande temática política. A partir da segunda metade dos anos 80, começa a enfatizar a carreira internacional, principalmente nos EUA, onde foi regravado por inúmeros astros da música internacional, como Quincy Jones, George Benson, Ella Fitzgerald, Sarah Vaughan e Barbra Streisand.

É um destacado compositor, tendo músicas gravadas por nomes consagrados como Elis Regina (Cartomante, Madalena, Aos Nossos Filhos), Simone (Começar de Novo), Quarteto Em Cy (Abre Alas), Gal Costa (Roda Baiana), Jane Duboc (De Alma e Corpo, Aos Nosso Filhos) Zizi Possi (Demônio de Guarda) e Emílio Santiago (Velas Içadas). Comandou um programa televisivo na Rede Globo ao lado de Gonzaguinha e Aldir Blanc, o Som Livre Exportação. Foi casado com a cantora e atriz Lucinha Lins com quem teve três filhos, João Lins o cantor e ator Cláudio Lins além de terem adotado Luciana Lins. Torce pelo Fluminense Football Club.

Valendo-se ainda do filão engajado da pós-ditadura, cantou, ainda que com uma participação individual diminuta, no coro da versão brasileira de We are the world, o hit americano que levantou fundos para a África ou USA for Africa. O projeto Nordeste já (1985), abraçou a causa da seca nordestina, unindo 155 vozes num compacto, de criação coletiva, com as canções Chega de mágoa e Seca d´água. Elogiado pela competência das interpretações individuais, foi no entanto criticado pela incapacidade de harmonizar as vozes o enquadramento de cada uma delas no coro.

Em 1991, com o amigo e parceiro Vítor Martins, fundou a gravadora Velas.[3] Essa gravadora, totalmente nacional e independente, foi mais uma tentativa de que se desse espaço para cantores brasileiros já conhecidos esquecidos em gravadoras multinacionais e para o surgimento de novos valores no cancioneiro popular.

Em 1993 lança o álbum "Awa Yio", que trazia a canção "Ai Ai Ai Ai Ai", que foi incluída na trilha sonora nacional do remake de "Mulheres de Areia", exibida pela TV Globo no mesmo ano. Na trama de Ivani Ribeiro e Solange Castro Neves a canção foi tema da protagonista "Raquel", gêmea má, interpretada por Gloria Pires.[4]

Nomes como Chico César, Lenine e Guinga tiveram grande respaldo dessa gravadora para poderem iniciar as carreiras artísticas. Essa gravadora também lançou discos de nomes já consagrados na música, como Zizi Possi (o elogiadíssimo Valsa Brasileira), Fátima Guedes (Coração de Louca, um dos pioneiros do selo, além de Grande Tempo, Pra bom entendedor… e Muito intensa), trabalhos póstumos de Elis Regina (Elis Regina no Fino da Bossa, Elis Vive, Elis Regina ao vivo), e outros. Em 1995, grava a música Lembra de Mim, tema da novela História de Amor, de Manoel Carlos, que faz um enorme sucesso.

Ivan Lins é autor da trilha sonora dos filmes Dois Córregos e Bens Confiscados de Carlos Reichenbach e ganhou Prêmio de Melhor Trilha Sonora no terceiro Festival Luso-Brasileiro Santa Maria da Feira. Ele também é um dos compositores brasileiros mais gravados no exterior e já foi indicado ao prêmio Grammy. Lançou também um tributo ao Poeta da Vila, Noel Rosa (Viva Noel, 1997), que contou com muitas participações especiais e também lançou Um novo tempo (1999), somente com canções natalinas.

Cinco anos depois, veio o CD Cantando Histórias, que traz regravações dos antigos sucessos e contou com as participações especiais de Jorge Vercillo, Simone e Zizi Possi. Dois anos depois, veio Acariocando (2006), somente com canções inéditas. No fim no ano de 2007, Ivan Lins lançou o CD e DVD Saudades de Casa, com diversas colaborações, gravado em estúdio no Rio de Janeiro.

Em 2011, teve suas músicas reunidas no espetáculo de teatro musical 4 Faces do Amor, escrito por Eduardo Bakr. Em 2016, o referido espetáculo teve nova montagem. Ambas as montagens foram recebidas de forma excelente pela crítica especializada.[5][6]

Em 2005, Ivan forneceu uma entrevista ao Museu da Pessoa [7], discutindo o período conturbado em que produzia suas músicas com viés político, indicando os desafios e seu estado de espírito na época.

"Mas elas começaram a ficar mais políticas a partir de 1973, por aí, quando a gente sentiu mesmo a barra pesar com o Médici, e aí elas realmente assumiram o aspecto político. Até por uma questão pessoal mesmo, eu tive problemas, tive que fazer terapia, me revoltei contra a família, contra o governo, contra TV Globo e editoras, gravadoras. Eu tive um ataque de crise no final de 1972 que eu rompi com minha gravadora, saí da Phillips, não queria mais saber, não queria mais saber de televisão."
— Ivan Guimarães Lins

 Em entrevista ao Museu da Pessoa

Ensaio não faz parte da discografia de Ivan Lins, não é um CD. Ensaio é um programa da TV Cultura de cuja série "A Música Brasileira deste século por seu autores e intérpretes" Ivan Lins foi um dos enfocados.

Prêmios e indicações

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Referências

  1. a b Rodrigo Faour, Silvio Essinger e Tárik de Souza (18 de setembro de 2000). «Da bossa ao jazz, passando pelo soul». CliqueMusic 
  2. «All Brazilian Music - Ivan Lins» (em inglês). AllBrazilianMusic. Consultado em 22 de janeiro de 2012 
  3. «Ivan Lins». MPBNet. Consultado em 22 de janeiro de 2012 
  4. Xavier, Nilson. «Mulheres de Areia (1993)». Teledramaturgia. Consultado em 23 de junho de 2023 
  5. «O Globo». O Globo. Consultado em 19 de junho de 2020 
  6. «Em '4 Faces do Amor, o Musical', a paixão é revelada em todas suas variantes - Cultura». Estadão. Consultado em 19 de junho de 2020 
  7. da Pessoa, Museu (29 de setembro de 2005). «Apoiar a arte, a música desse país». Museu da Pessoa. Consultado em 6 de novembro de 2023 
  8. a b «Ivan Lins ganha Grammy Latino de melhor disco do ano». BBC Brasil. Consultado em 22 de janeiro de 2012 
  9. «Nominados - 15a Entrega Anual del Latin Grammy». Latin Grammy Awards official website (em espanhol). Consultado em 12 de outubro de 2014 

Ligações externas

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