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Keiretsu

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Um keiretsu (japonês :系列, literalmente, sistema, série, agrupamento de empresas, ordem de sucessão) é um conjunto de empresas com relações comerciais e participações acionárias interligadas. Trata-se de um modelo empresarial onde há uma coalizão de empresas unidas por certos interesses econômicos[1]. Os keiretsus mantiveram o domínio sobre a economia japonesa durante a segunda metade do século XX e, domínio que continua a existir no início do século XXI, mas em menor grau[2].

As empresas que integram um keiretsu possuem pequenas porções das ações das demais empresas do grupo. É um elemento-chave da indústria de manufatura no Japão.

Estes grupos industriais foram criados para preencher o vazio deixado pela abolição dos zaibatsu depois de 1945.[3] Os maiores são Mitsubishi, Mitsui e Sumitomo[4].

Os keiretsus surgiram, após a Segunda Guerra Mundial para subsitituir os zaibatsus e se consolidaram durante o milagre econômico japonês.

Após a rendição do Japão, as forças de ocupação aliadas tomaram medidas para dissolver os zaibatsus, que haviam trabalhado em estreita colaboração com o militarismo japonês durante a primeira metade do Século XX e durante a Segunda Guerra Mundial.

Nesse contexto, em 1947, foi determinada a dissolução completa de 16 zaibatsus, dentre esses: Asano, Furukawa, Nakajima, Nissan, Nomura e Okura. Os bens das famílias controladoras foram confiscados, as holdings eliminadas e as diretorias interligadas foram proibidas.

No entanto, a dissolução completa dos zaibatsus foi, posteriormente, interrompida e parcialmente revertida, pois isso criaria uma desorganização econômica que dificultaria muito a reindustrialização do Japão, o que era importante para evitar o avanço do comunismo na Ásia. Foi da reversão desse processo de dissolução que surgiram alguns keiretsus.

Os principais tipos de keiretsu são os de:

  • diversificação horizontal (Kigyō shūdan - 企業集 団)
  • manufatura vertical (Seisan keiretsu - 生産 系列)
  • distribuição vertical (Ryūtsū keiretsu - 流通 系列)

Keiretsu horizontal

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Um keiretsu horizontal (também conhecido como keiretsu financeiro) tem como núcleo central um instituições financeiras e, em muitos casos, também uma empresa de comércio exterior (Sogo shosha - Trading company), que tem como finalidade: otimizar os processos de importações e exportação das demais empresas do grupo. As empresas que participam desse grupo empresarial tem relações de participação societária cruzada entre si, enquanto que a instituição financeira impulsiona essas empresas com uma variedade de serviços financeiros. Os principais keiretsus horizontais japoneses, também conhecidos como "Big Six", são:

  1. Fuyo, que inclui empresas como a Hitachi;
  2. Sanwa;
  3. Sumitomo;
  4. Mitsubishi;
  5. Mitsui; e
  6. DKB Group.

Os keiretsus horizontais também podem ter estruturas verticais, chamados de ramos.

Alguns keiretsus horizontais tem indústrias de base como empresas siderúrgicas e de produtos químicos intermediários (não voltados ao mercado consumidor), que atuam como fornecedores confiáveis de insumos indústrias para outras empresas do grupos.

Esse modelo atingiu o pico por volta de 1988, quando mais da metade do valor no mercado de ações japonês consistia em participações cruzadas. Mas, a partir desse ano, os bancos reduziram gradualmente suas participações cruzadas.

A partir de junho de 2015, o código de governança corporativa japonês passou a exigir que as empresas listadas divulguem uma justificativa para suas participações cruzadas. Como resultado desta exigência, os três "megabancos" japoneses (Mitsubishi UFJ Financial, Sumitomo Mitsui Banking Corporation e Mizuho Financial Group) indicaram planos para reduzir, ainda mais, o seu saldo de investimentos em participações cruzadas[5] [6].

Keiretsu vertical

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Ver: Integração vertical

Nos keiretsus verticais (também conhecidos como keiretsu industriais), ocorre a integração entre fornecedores, fabricantes e distribuidores de uma indústria. Dentre os exemplos desse tipo de keiretsu, podem-se citar: Toyota, Toshiba e Nissan[7].

Desse modo, são criadas empresas subsidiárias para fortalecer a empresa-mãe (por exemplo, Toyota ou Honda).

Nesse tipo de grupo empresarial, as instituições financeiras têm menor importância.

O modelo vertical é dividido em níveis chamados camadas. A segunda camada constitui os principais fornecedores, seguidos por fabricantes menores, que compõem a terceira e a quarta camadas. Quanto mais baixo o nível, maior o risco de ruptura econômica; além disso, devido à baixa posição na hierarquia do grupos, as margens de lucro são baixas[8].

Alguns dos keiretsus verticais podem pertencer a um keiretsu horizontal.

Alguns dos keiretsus verticais são empresas familiares, como, por exemplo: Hitotsubashi/Shogakukan, Kodansha e APA.

O keiretsu vertical é considerado um modelo organizacional eficaz e competitivo na indústria automobilística.

Nome Banco Principais empresas
Mitsubishi Mitsubishi Bank (until 1996)
Bank of Tokyo-Mitsubishi (1996 - 2005)
Bank of Tokyo-Mitsubishi UFJ (2006 - )
Mitsubishi Corporation, Kirin Brewery, Mitsubishi Electric, Mitsubishi Fuso, Mitsubishi Motors, Nippon Yusen, Shin-Nippon Petroleum, Tokyo Marine and Fire Insurance, Nikon Corporation
Mitsui Mitsui Bank (until 1990)
Sakura Bank (1990 - 2001)
Sumitomo Mitsui Bank (2001 - )
Fuji Photo Film, Mitsui Real Estate, Mitsukoshi, Suntory, Toshiba, Toyota
Sumitomo Sumitomo Bank (until 2001)
Sumitomo Mitsui Bank (2001 - )
Asahi Breweries, Hanshin Railway, Keihan Railway, Mazda, Nankai Railway, NEC, Sumitomo Real Estate
Fuyo Fuji Bank (until 2000)
Mizuho Bank (2000 - )
Canon, Hitachi, Marubeni, Matsuya, Nissan, Ricoh, Tobu Railway, Yamaha
Dai-Ichi Kangyo Dai-Ichi Kangyo Bank (until 2000)
Mizuho Bank (2000 - )
Fujitsu, Hitachi, Isuzu, Itochu, Tokyo Electric Power
Sanwa ("Midorikai") Sanwa Bank (until 2002)
UFJ Bank (2002 - 2006)
Bank of Tokyo-Mitsubishi UFJ (2006 - )
Hankyu Railway, Keisei Railway, Kobe Steel, Konica Minolta, Kyocera, Orix, Shin-Maywa, Takashimaya, Toho

Referências

  1. Regional and global regulation of international trade, em inglês, acesso em 07/09/2021.
  2. Aoki, Masahiko (1988). "Information, Incentives and Bargaining in the Japanese Economy: A Microtheory of the Japanese Economy". Cambridge: Cambridge University Press.
  3. Stuart D. B. Picken (2009). The A to Z of Japanese Business. Rowman & Littlefield. p. 154. ISBN 978-0-8108-6872-4.
  4. Hossein Bidgoli (2010). The Handbook of Technology Management: Supply Chain Management, Marketing and Advertising, and Global Management. John Wiley & Sons. p. 777. ISBN 978-0-470-24948-2.
  5. Mitsubishi UFJ Joins Crusade on Cross-Shareholding, em inglês, acesso em 07/09/2021.
  6. Evolution of Keiretsu and their Different Forms, em inglês, acesso em 07/09/2021.
  7. Manufacturing: design, production, automation and integration, em inglês, acesso em 07/09/2021.
  8. What is Keiretsu?, em inglês, acesso em 07/09/2021.