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Werner Kohlmeyer

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Werner Kohlmeyer
Werner Kohlmeyer
Busto em frente ao estádio do Kaiserslautern
Informações pessoais
Nome completo Werner Kohlmeyer
Data de nascimento 19 de abril de 1924
Local de nascimento Kaiserslautern, Alemanha
Data da morte 26 de março de 1974 (49 anos)
Local da morte Mainz-Mombach, Alemanha Ocidental
Informações profissionais
Posição Defensor
Clubes profissionais
Anos Clubes Jogos e gol(o)s
1941–1957
1957–1959
Kaiserslautern
Homburg
Seleção nacional
1951–1955 Alemanha Ocidental 022 0000(0)

Werner Kohlmeyer (Kaiserslautern, 19 de abril de 1924Mainz-Mombach, 26 de março de 1974) foi um futebolista alemão. Foi um dos defensores titulares da seleção alemã-ocidental campeã da Copa do Mundo FIFA de 1954, a primeira ganha pelos alemães. Na ocasião, era um dos cinco titulares que pertenciam ao Kaiserslautern, clube que formava a base da seleção e que foi dominante no início da década de 1950 no campeonato alemão-ocidental,[1] que ali obteve seus dois primeiros títulos alemães.[carece de fontes?] Começou no time aos oito anos de idade e nele jogou até encerrar a carreira, em 1962.[1]

Kohlmeyer era conhecido mais pelo porte físico avantajado e pela disposição, pois sua técnica era considerada "rudimentar". Após encerrar a carreira, sofreu com problemas relacionados ao alcoolismo, sendo inclusive o primeiro dos titulares campeões a falecer, em 1974.[1]

Carreira clubística

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Kohlmeyer estreou no futebol adulto na temporada 1941-42, pelo Kaiserslautern,[carece de fontes?] de sua cidade natal,[1] em plena Segunda Guerra Mundial. Na época, a primeira divisão alemã, chamada Gauliga, era disputada primeiramente através de diversos torneios regionais, incluindo na Áustria e nos Sudetos, com os líderes avançando a partidas eliminatórias em uma fase nacional. O Kaiserslautern liderou um dos dois subgrupos do Sudoeste, mas na fase nacional não foi páreo ao Schalke 04, contra quem foi eliminado nas oitavas-de-final por 9-3. O clube azul de Gelsenkirchen seria adiante era a grande potência alemã na época, com seis títulos e três vice-campeonatos entre 1933 e 1942,[carece de fontes?] gerando percepção de que seria inclusive o time pelo qual torceria Adolf Hitler.[2] O Schalke, de fato, terminaria campeão.[carece de fontes?]

Nas duas temporadas seguintes, os campeões regionais foram clubes de Saarbrücken, ao passo que o agravamento da guerra impediu a temporada de 1944-45. O futebol foi retomado na temporada 1945-45, com o Kaiserslautern passando a disputar o Grupo do Sudoeste da chamada Oberliga. O clube terminou na segunda colocação do grupo, um ponto abaixo do Saarbrücken. O Kaiserslautern, porém, veio a se tornar líder quase ininterrupto entre as temporadas de 1946-47 e 1956-57, só não conseguindo na temporada 1951-52, também liderada pelo Saarbrücken.[carece de fontes?]

Jogando constantemente a fase nacional, nela na temporada 1947-48 o clube de Kohlmeyer eliminou por 5-1 tanto o Munique 1860 (quartas-de-final) como o Neuendorf (semifinal), mas perdeu por 2-1 a decisão contra o Nuremberg. Este era o clube mais vezes campeão do país até ser superado já na década de 1980 pelo Bayern Munique,[carece de fontes?] e lá jogava Max Morlock, colega de Kohlmeyer na seleção campeã de 1954 e autor do primeiro gol alemão na final contra a Hungria.[1] Na temporada seguinte da fase naconal, o Kaiserslautern inicialmente eliminou nas quartas-de-final por 4-1 o St. Pauli, mas foi derrotado pelo mesmo placar na semifinal pelo Borussia Dortmund.[carece de fontes?]

Na temporada subsequente, a de 1949-50, o clube eliminou o Rot-Weiß Essen nas oitavas-de-final por 3-2, mas caiu ainda nas quartas, derrotado por 5-2 pelo Stuttgart, que terminaria campeão. Na seguinte, de de 1950-51, a fase nacional passou a ser disputada em dois quadrangulares-semifinais, com seus líderes realizando a decisão. Dessa vez, o título veio: a equipe liderou seu quadrangular um ponto acima do Schalke 04 e na decisão derrotou de virada por 2-1 o Preußen Münster. Foi o primeiro título alemão do Kaiserslautern. Liebrich estreou pela seleção alemã-ocidental pouco depois, em junho daquele ano.[carece de fontes?]

Na temporada 1951-52, o Kaiserslautern terminou apenas em terceiro no torneio do Sudoeste, ausentando-se da fase nacional. Na temporada seguinte, o clube superou, na fase nacional, um quadrangular-semifinal que incluía o Colônia, onde jogava Hans Schäfer,[carece de fontes?] importante peça ofensiva na seleção campeã de 1954.[1] Na decisão, o derrotou por 4-1 o Stuttgart. Foi o segundo título alemão do Kaiserslautern e o último até a década de 1990.[carece de fontes?]

Na temporada 1953-54, o clube voltou na fase semifinal voltou a superar o Colônia, mas terminou derrotado na decisão por 5-1 pelo Hannover 96.[carece de fontes?] Isso não impediu que o Kaiserslautern compusesse a base da seleção que semanas depois venceria a Copa do Mundo na Suíça, fornecendo aproximadamente metade dos titulares, com cinco jogadores: além de Kohlmeyer, também Werner Liebrich, Horst Eckel e os irmãos Fritz Walter e Ottmar Walter.[1]

Após o mundial, o Kaiserslautern superou na fase nacional o quadrangular-semifinal que incluía também o Hamburgo, mas terminou derrotado por 4-3 na decisão pelo Rot-Weiß Essen, onde jogava Helmut Rahn,[carece de fontes?] grande herói da final da Copa de 1954, na qual marcou os outros dois gols alemães.[1]

No quadrangular-semifinal da temporada seguinte, a vaga em nova decisão foi perdida nos critérios de desempate para o Karlsruher. Na posterior, em 1956-57, a equipe só somou um ponto no quadrangular-semifinal liderado pelo Borussia Dortmund, campeão do ano anterior e que asseguraria o bicampeonato seguido. Foi a última temporada de Kohlmeyer no Kaiserslautern, que já não lideraria o Sudoeste até 1963, O defensor seguiu carreira no Homburg por mais duas temporadas.[carece de fontes?]

O Kaiserslautern, com a aposentadoria dos principais jogadores daquele auge, tornou-se uma equipe de meio de tabela na nascente Bundesliga, formato adotado a partir de 1964 pelo campeonato alemão. Recobrou alguma força somente na década de 1990, onde conseguiu seus dois outros títulos na elite, em 1991 e em 1998,[carece de fontes?] ainda que também sofresse rebaixamento no período - o título de 1998 veio justamente em rara sequência com a conquista da segunda divisão.[3]

Kohlmeyer estreou pela seleção alemã-ocidental em 17 de junho de 1951, em derrota de 2-1 para a Turquia, em plena Berlim Ocidental. O defensor havia acabado de participar na temporada 1950-51 do primeiro título alemão do Kaiserslautern, seu único clube. Apesar da derrota, Kohlmeyer passou a manter presença assídua na seleção: em 1951, das seis partidas realizadas pela Alemanha Ocidental, esteve em quatro; das seis de 1952,[carece de fontes?] esteve novamente em quatro; das quatro de 1953, esteve em três, incluindo duas pelas eliminatórias da Copa do Mundo FIFA de 1954.[carece de fontes?] O Nationalelf superou um triangular com Noruega e Sarre, cujo técnico era Helmut Schön, posteriormente treinador da própria Alemanha Ocidental.[4]

O desempenho de um empate e três vitórias não deixou de ser uma surpresa,[4] após a ausência nas eliminatórias anteriores.[5] As eliminatórias se encerraram já no ano de 1954, quando os alemães venceram por 3-1 o Sarre em Saarbrücken. A seguir, o país bateu em Basileia a anfitriã Suíça por 5-3, no único amistoso antes da Copa do Mundo FIFA de 1954, realizada semanas depois neste país. Kohlmeyer foi mantido nessas duas partidas,[carece de fontes?] bem como em cinco das seis em que a Alemanha Ocidental realizou no mundial.[6]

Inicialmente, apesar do retrospecto nos jogos anteriores os alemães sofreram descrédito. Na estreia, precisaram virar o placar para ganhar de 4-1 da Turquia e a própria idade elevada do seu capitão era um dos fatores que causavam a impressão de que não iriam muito longe.[7] Para a partida seguinte, o treinador Sepp Herberger mudou bastante a escalação para enfrentar a sensação Hungria. O técnicosabia que dificilmente os germânicos venceriam os magiares optou por poupar alguns titulares e alterar o posicionamento daqueles que foram mantidos, para confundir os húngaros. Dentre os mantidos, estava Kohlmeyer. A Hungria venceu por 8-3.[8]

Por trás da ideia de Herberger, havia o regulamento de que, naquele mundial, cada grupo teria dois cabeças-de-chave, que não se enfrentariam. Por punição disciplinar à expulsão alemã em 1945 dos quadros da FIFA, a entidade delimitou que os cabeças do grupo formado também com a Coreia do Sul seriam Hungria e Turquia, forçando assim o jogo entre alemães e húngaros.[9] O compromisso seguinte dos alemães foi um reencontro contra os turcos, goleados agora por 7-2.[10] Foi o único jogo em que a seleção não contou com Kohlmeyer, substituído por Hans Bauer.[6]

Apesar da classificação, os germânicos não eram considerados favoritos para a partida contra a Iugoslávia, já pelo mata-mata das quartas-de-final.[11] O oponente era visto como uma seleção mais técnica e dominou o jogo inicialmente, a ponto do goleiro alemão Toni Turek, de 35 anos, ser descrito como o destaque do jogo. Mesmo quando não alcançava as bolas, teve sorte, com duas acertando a trave.[6] Kohlmeyer também foi bastante importante, salvando em cima da linha outras duas chances iugoslavas. O placar foi aberto já aos 10 minutos de jogo, mas por um gol contra de Ivan Horvat. Os iugoslavos pressionaram bastante no decorrer da partida e só aos 41 minutos do segundo tempo a classificação alemã se assegurou, com o gol de Helmut Rahn finalizando o placar em 2-0, resultado considerado surpreendente contra o favoritismo adversário.[11]

Na semifinal, a Alemanha Ocidental estava mais confiante, sabendo que a oponente Áustria havia sofrido cinco gols da Suíça, ainda que houvesse a eliminado por marcar sete. Após um primeiro tempo equilibrado, com vitória parcial por 1-0 da Nationalmannschaft, a seleção vizinha terminou derrotada por 6-1, prejudicada pelo nervosismo do seu goleiro, Walter Zeman, que não era o titular.[6] A goleada foi uma nova surpresa.[12] A mídia enfim reconheceu as chances de título dos alemães, embora logo minoradas com a notícia posterior de que Ferenc Puskás, lesionado exatamente naquele duelo de 8-3, estaria apto para participar da decisão após ter se ausentado ao longo do torneio em função da lesão.[6]

O adversário, com o próprio Puskás e com Zoltán Czibor, conseguiu marcar duas vezes antes dos dez minutos, com Kohlmeyer falhando no segundo gol: protegia uma bola fácil para Turek realizar a defesa, mas terminou trombando com o goleiro e permitindo que Czibor marcasse. A partida, porém, pôde ser empatada ainda aos 18 minutos do primeiro tempo. [13] Apesar da igualdade imediata, os alemães mantiveram-se focados em defender-se para atacar somente por contra-ataques, como ordenado por Herberger, ciente de que os húngaros vinham de duas partidas prévias complicadas, na "Batalha de Berna" contra o Brasil e na semifinal com prorrogação contra o Uruguai.[14]

Aos 39 minutos do segundo tempo, exatamente em contra-ataque, a Alemanha conseguiu o gol que finalizou o placar em 3-2, ainda que os adversários tivessem boas chances depois para empatar - numa delas, Puskás marcou, mas o lance foi invalidado por impedimento. A vitória de virada ficaria conhecida como "O Milagre de Berna".[14] Após o título, Kohlmeyer jogou mais quatro vezes pela seleção, três delas ainda em 1954. Curiosamente, foi derrotado em todas: 2-0 para a Bélgica em Bruxelas em 26 de setembro, 3-1 para a França dentro de Hannover em 16 de outubro, 3-1 para a Inglaterra em Londres em 1 de dezembro e 2-1 para a Itália dentro de Stuttgart em 30 de março de 1955.[carece de fontes?]

Kaiserslautern
  • Campeonato Alemão-Ocidental: 1950–51, 1952–53
  • Grupo Sudoeste do Campeonato Alemão-Ocidental: 1949-50, 1950-51, 1952-53, 1953-54, 1954-55, 1955-56, 1956-57
Seleção Alemã-Ocidental

Referências

  1. a b c d e f g h GEHRINGER, Max (janeiro de 2006). Os campeões. Placar: A Saga da Jules Rimet, fascículo 5 - 1954 Suíça. São Paulo: Editora Abril, pp. 42-43
  2. LOBO, Felipe (31 de outubro de 2016). «Mitos do Futebol: Adolf Hitler era torcedor do Schalke 04?». Trivela. Consultado em 9 de março de 2018 
  3. STEIN, Leandro (14 de outubro de 2014). «Kaiserslautern subiu da segundona para desbancar timaços e ser campeão logo de cara». Trivela. Consultado em 9 de março de 2018 
  4. a b GEHRINGER, Max (janeiro de 2006). Como sempre, deserções. Placar: A Saga da Jules Rimet, fascículo 5 - 1954 Suíça. São Paulo: Editora Abril, pp. 10-13
  5. GEHRINGER, Max (dezembro de 2005). Surpresas desagradáveis. Placar: A Saga da Jules Rimet, fascículo 4 - 1950 Brasil. São Paulo: Editora Abril, pp. 10-13
  6. a b c d e CASTRO, Robert (2014). Capítulo VI - Suiza 1954. Historia de los Mundiales. Montevidéu: Editorial Fín de Siglo, pp. 106-139
  7. GEHRINGER, Max (janeiro de 2006). Sem convencer. Placar: A Saga da Jules Rimet, fascículo 5 - 1954 Suíça. São Paulo: Editora Abril, p. 29
  8. GEHRINGER, Max (janeiro de 2006). Rei do regulamento. Placar: A Saga da Jules Rimet, fascículo 5 - 1954 Suíça. São Paulo: Editora Abril, p. 29
  9. GEHRINGER, Max (janeiro de 2006). Oitavas-de-final Grupo B. Placar: A Saga da Jules Rimet, fascículo 5 - 1954 Suíça. São Paulo: Editora Abril, p. 28
  10. GEHRINGER, Max (janeiro de 2006). Estratégia acertada. Placar: A Saga da Jules Rimet, fascículo 5 - 1954 Suíça. São Paulo: Editora Abril, p. 30
  11. a b GEHRINGER, Max (janeiro de 2006). Só no contra-ataque. Placar: A Saga da Jules Rimet, fascículo 5 - 1954 Suíça. São Paulo: Editora Abril, p. 36
  12. GEHRINGER, Max (janeiro de 2006). A grande surpresa. Placar: A Saga da Jules Rimet, fascículo 5 - 1954 Suíça. São Paulo: Editora Abril, p. 39
  13. GEHRINGER, Max (janeiro de 2006). Os gols da final. Placar: A Saga da Jules Rimet, fascículo 5 - 1954 Suíça. São Paulo: Editora Abril, p. 41
  14. a b GEHRINGER, Max (janeiro de 2006). Paciência e correria. Placar: A Saga da Jules Rimet, fascículo 5 - 1954 Suíça. São Paulo: Editora Abril, p. 40