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“Viktor Orbán está a bloquear ativamente os esforços da UE e da NATO e hoje é visto pelos aliados como um traidor da segurança europeia”

“Viktor Orbán está a bloquear ativamente os esforços da UE e da NATO e hoje é visto pelos aliados como um traidor da segurança europeia”
NurPhoto

A "missão de paz" de Orbán gerou uma onda de choque na União Europeia. Se, inicialmente, com a visita a Kiev, o primeiro-ministro húngaro parecia querer agradar a Bruxelas e aliviar a desconfiança mútua, a ida a Moscovo e a viagem até Pequim desmontaram essa teoria. Os planos de Orbán entrelaçam-se com a criação do seu novo grupo no Parlamento Europeu: os Patriotas pela Europa

Atacado por todos os lados, Viktor Orbán conseguiu fazer o seu périplo por Kiev, Moscovo e Pequim a partir de uma posição de força. E por três motivos, segundo Katalin Miklossy, investigadora de estudos europeus na Universidade de Helsínquia. “O primeiro-ministro húngaro conseguiu construir em duas semanas um novo grupo no Parlamento Europeu, que se tornou a terceira maior família. Dessa forma, pode salientar que a Hungria não está sozinha neste anseio pela paz. Em vez disso, tem aliados e apoiantes na UE. A nível retórico, há uma posição forte entre os aliados ocidentais, mas, na prática, isso não é tão visível.” Além disso, “os estudos de opinião mostram que os europeus estão no limite em relação à guerra, por isso, o vento está a mudar, e Orbán está consciente disso”, aponta Katalin Miklossy, em declarações ao Expresso.

Mas há ainda mais um motivo: Orbán acredita que só tem de “esperar o regresso de Donald Trump à Casa Branca”, diz a analista. A dois dias da cimeira da NATO [arranca esta terça-feira], Orbán decidiu tornar público o seu apoio ao candidato presidencial norte-americano Donald Trump e criticar os Estados Unidos por terem uma “política de guerra” na Ucrânia, em vez de uma estratégia para alcançar a paz. Em entrevista ao “Politico”, Orbán contrastou desfavoravelmente a política dos EUA com o que descreveu como um “plano de paz” credível da China.

O líder húngaro também disse haver uma “possibilidade muito, muito elevada” de o presidente Joe Biden não ser reeleito, o que, considerou, seria um resultado positivo. “Tenho a certeza de que uma mudança seria boa para o mundo”, declarou Orbán. Confirmando o que já se sabia sobre a sua preferência por Trump, Viktor Orbán descreveu-o como um “homem que se fez a si próprio” e que tem uma “abordagem diferente para tudo”. “Acredito que isto será bom para a política mundial”, salientou. “Ele é o homem da paz. Durante o seu mandato de quatro anos, não iniciou uma única guerra, e muito fez para criar a paz em conflitos antigos, em áreas muito complicadas do mundo.”

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