Copacabana Palace: diferenças entre revisões
m fix azulite em datas & other fixes |
Etiquetas: Editor Visual Edição via dispositivo móvel Edição feita através do sítio móvel Edição móvel avançada |
||
Linha 32: | Linha 32: | ||
==História== |
==História== |
||
[[ |
[[Ficheiro:Hotel Copacabana Palace (007A5P3F13-004).jpg|esquerda|miniaturadaimagem|Fachada do Hotel '''Copacabana Palace''', entre 1927 e 1933.]] |
||
O Belmond Copacabana Palace foi construído pelo empresário [[Octávio Guinle]] e Francisco Castro Silva entre 1919 e 1923, atendendo a uma solicitação do então presidente [[Epitácio Pessoa]] (1919-1922),<ref name=":0">{{citar web |ultimo=Gimenez |primeiro=Sandra |url=https://oglobo.globo.com/economia/da-familia-guinle-ao-grupo-frances-lvmh-saiba-quem-ja-foi-dono-do-copacabana-palace-23307259 |titulo=Da família Guinle ao grupo francês LVMH, saiba quem já foi dono do Copacabana Palace |data=14/12/2018 |acessodata=01/11/2021 |website=O Globo}}</ref> que desejava um grande hotel de [[turismo]] na então capital do país, para ajudar a hospedar o grande número de visitantes esperados para a grande [[Exposição Internacional do Centenário da Independência|Exposição do Centenário da Independência do Brasil]], um evento de dimensões internacionais a ser realizado na Esplanada do [[Castelo (Rio de Janeiro)|Castelo]], em 1922. Em compensação, o Governo Federal concederia incentivos fiscais, assim como a licença para que nele funcionasse um [[cassino]] — uma exigência do empresário.<ref name=":0" /> |
O Belmond Copacabana Palace foi construído pelo empresário [[Octávio Guinle]] e Francisco Castro Silva entre 1919 e 1923, atendendo a uma solicitação do então presidente [[Epitácio Pessoa]] (1919-1922),<ref name=":0">{{citar web |ultimo=Gimenez |primeiro=Sandra |url=https://oglobo.globo.com/economia/da-familia-guinle-ao-grupo-frances-lvmh-saiba-quem-ja-foi-dono-do-copacabana-palace-23307259 |titulo=Da família Guinle ao grupo francês LVMH, saiba quem já foi dono do Copacabana Palace |data=14/12/2018 |acessodata=01/11/2021 |website=O Globo}}</ref> que desejava um grande hotel de [[turismo]] na então capital do país, para ajudar a hospedar o grande número de visitantes esperados para a grande [[Exposição Internacional do Centenário da Independência|Exposição do Centenário da Independência do Brasil]], um evento de dimensões internacionais a ser realizado na Esplanada do [[Castelo (Rio de Janeiro)|Castelo]], em 1922. Em compensação, o Governo Federal concederia incentivos fiscais, assim como a licença para que nele funcionasse um [[cassino]] — uma exigência do empresário.<ref name=":0" /> |
||
[[Imagem:Hotel copacabana palace.jpg|thumb|right|Fachada do Copacabana Palace]] |
|||
Estabelecido o acordo, o empresário adquiriu um terreno na [[praia de Copacabana]], de frente para a [[Avenida Atlântica]], alargada em 1919 pelo engenheiro [[Paulo de Frontin]]. Na época, o hotel foi o primeiro grande edifício em Copacabana, cercado apenas por pequenas [[casa]]s e mansões. |
Estabelecido o acordo, o empresário adquiriu um terreno na [[praia de Copacabana]], de frente para a [[Avenida Atlântica]], alargada em 1919 pelo engenheiro [[Paulo de Frontin]]. Na época, o hotel foi o primeiro grande edifício em Copacabana, cercado apenas por pequenas [[casa]]s e mansões. |
||
[[Ficheiro:Leme_e_Copacabana,_em_destaque_o_Hotel_Copacabana_Palace_(001RJ003).jpg|miniaturadaimagem|[[Leme]] e [[Copacabana]], em destaque o Hotel '''Copacabana Palace''', na década de 1920.]] |
|||
Para a execução do projeto foi contratado o [[arquitetura|arquiteto]] [[França|francês]] [[Joseph Gire]], que se inspirou em dois famosos hotéis da [[Riviera Francesa]]: o ''Negresco'', em [[Nice]], e o ''Carlton'', em [[Cannes]]. A estrutura, sóbria e imponente, foi erguida pelo engenheiro [[César Melo e Cunha]], que empregou, em larga escala, o [[mármore]] de [[Carrara]] e [[cristal (vidro)|cristais]] da [[Boêmia]]. |
Para a execução do projeto foi contratado o [[arquitetura|arquiteto]] [[França|francês]] [[Joseph Gire]], que se inspirou em dois famosos hotéis da [[Riviera Francesa]]: o ''Negresco'', em [[Nice]], e o ''Carlton'', em [[Cannes]]. A estrutura, sóbria e imponente, foi erguida pelo engenheiro [[César Melo e Cunha]], que empregou, em larga escala, o [[mármore]] de [[Carrara]] e [[cristal (vidro)|cristais]] da [[Boêmia]]. |
||
Entretanto, o hotel só foi inaugurado em 13 de agosto de 1923, quase um ano após a ''Exposição do Centenário''. Isso se deveu às dificuldades na importação de mármores e cristais e na execução das suas fundações (com catorze metros de profundidade, conforme exigido pelo projeto); à falta de [[tecnologia]] e experiência no país para tal confecção; e a uma violenta [[ressaca]] que, em 1922, destruiu a Avenida Atlântica, causando danos aos pavimentos inferiores do hotel.<ref>{{Citar web|titulo=12º Sinageo - História Geomorfológica da Praia de Copacabana ao longo do século XX e análise preliminar da subida do nível do mar|url=http://www.sinageo.org.br/2018/trabalhos/2/2-123-2073.html|obra=www.sinageo.org.br|acessodata=2019-11-27}}</ref> |
Entretanto, o hotel só foi inaugurado em 13 de agosto de 1923, quase um ano após a ''Exposição do Centenário''. Isso se deveu às dificuldades na importação de mármores e cristais e na execução das suas fundações (com catorze metros de profundidade, conforme exigido pelo projeto); à falta de [[tecnologia]] e experiência no país para tal confecção; e a uma violenta [[ressaca]] que, em 1922, destruiu a Avenida Atlântica, causando danos aos pavimentos inferiores do hotel.<ref>{{Citar web|titulo=12º Sinageo - História Geomorfológica da Praia de Copacabana ao longo do século XX e análise preliminar da subida do nível do mar|url=http://www.sinageo.org.br/2018/trabalhos/2/2-123-2073.html|obra=www.sinageo.org.br|acessodata=2019-11-27}}</ref> |
||
[[Imagem:Copacabana Palace - Noble Room.jpg|thumb|left|Salão nobre]] |
|||
Para marcar a inauguração, contou-se com a presença da grande cantora, atriz e [[vedete]] francesa [[Mistinguett]], que, mesmo tendo as famosas "mais belas pernas do mundo", foi proibida de mostrá-las na festa. Sua presença e sua apresentação tornaram a inauguração do hotel um evento de projeções mundiais. |
Para marcar a inauguração, contou-se com a presença da grande cantora, atriz e [[vedete]] francesa [[Mistinguett]], que, mesmo tendo as famosas "mais belas pernas do mundo", foi proibida de mostrá-las na festa. Sua presença e sua apresentação tornaram a inauguração do hotel um evento de projeções mundiais. |
||
[[Ficheiro:Vista_aérea_de_Copacabana_-_Hotel_Copacabana_Palace_(002095RJ001011).jpg|miniaturadaimagem|Vista aérea do Hotel '''Copacabana Palace''', na década de 1920.]] |
|||
Tendo em vista o atraso na execução do projeto, o presidente [[Artur Bernardes]] (1922-1926) tentou cassar a licença para o funcionamento do cassino em 1924. O assunto foi encaminhado à Justiça, e a família Guinle, após dez anos de disputa, ganhou a causa. O hotel e seu cassino foram essenciais para a consolidação da fama e ''glamour'' do bairro nas décadas seguintes. |
Tendo em vista o atraso na execução do projeto, o presidente [[Artur Bernardes]] (1922-1926) tentou cassar a licença para o funcionamento do cassino em 1924. O assunto foi encaminhado à Justiça, e a família Guinle, após dez anos de disputa, ganhou a causa. O hotel e seu cassino foram essenciais para a consolidação da fama e ''glamour'' do bairro nas décadas seguintes. |
||
Em 23 de maio de 1928, o presidente [[Washington Luís]] (1926-1930) foi baleado no hotel por sua amante, a marquesa [[Italianos|italiana]] Elvira Vishi Maurich, que tinha 28 anos de idade. O presidente Washington Luís foi então internado, sendo a versão oficial de que teria tido uma crise de [[apendicite]]. Quatro dias depois a jovem [[Marquês|marquesa]] foi encontrada morta. A versão da polícia foi de que teria sido suicídio.<ref>{{Citar web|url = http://www.camara.sp.gov.br/apartes/revista-apartes/numero-12-jan-fev2015/rei-da-fuzarca-e-dos-votos/|titulo = Nº12 – Perfil > Washington Luís|acessodata = 2016-02-27|website = Revista Apartes|lingua = pt-BR}}</ref><ref>{{Citar web|url = http://vejario.abril.com.br/materia/cidade/roteiro-traicao-extra-conjugal-rj|titulo = Amor clandestino {{!}} VEJA Rio|acessodata = 2016-02-27|website = VEJA Rio}}</ref> |
Em 23 de maio de 1928, o presidente [[Washington Luís]] (1926-1930) foi baleado no hotel por sua amante, a marquesa [[Italianos|italiana]] Elvira Vishi Maurich, que tinha 28 anos de idade. O presidente Washington Luís foi então internado, sendo a versão oficial de que teria tido uma crise de [[apendicite]]. Quatro dias depois a jovem [[Marquês|marquesa]] foi encontrada morta. A versão da polícia foi de que teria sido suicídio.<ref>{{Citar web|url = http://www.camara.sp.gov.br/apartes/revista-apartes/numero-12-jan-fev2015/rei-da-fuzarca-e-dos-votos/|titulo = Nº12 – Perfil > Washington Luís|acessodata = 2016-02-27|website = Revista Apartes|lingua = pt-BR}}</ref><ref>{{Citar web|url = http://vejario.abril.com.br/materia/cidade/roteiro-traicao-extra-conjugal-rj|titulo = Amor clandestino {{!}} VEJA Rio|acessodata = 2016-02-27|website = VEJA Rio}}</ref>[[Imagem:Hotel copacabana palace.jpg|thumb|right|Fachada do Copacabana Palace]]Em 1934, foi construída a piscina do hotel, com projeto do engenheiro César Melo e Cunha, ampliada em 1949. Em 1938, inaugurou-se o "''Golden Room''", com um espetáculo do ator, cantor e humorista francês [[Maurice Chevalier]]. |
||
[[Imagem:Copacabana Palace - Salão de festas.jpg|thumb|right|200px|Salão de festas]] |
|||
Em 1934, foi construída a piscina do hotel, com projeto do engenheiro César Melo e Cunha, ampliada em 1949. Em 1938, inaugurou-se o "''Golden Room''", com um espetáculo do ator, cantor e humorista francês [[Maurice Chevalier]]. |
|||
⚫ | Em abril de 1946, após a [[Segunda Guerra Mundial]], o presidente [[Eurico Gaspar Dutra]] (1946-1951) proibiu o jogo no país. O cassino foi transformado em uma casa de espetáculos, e o hotel passou por uma ampla reforma, aumentando sua capacidade e acrescentando dois pavimentos ao prédio principal, a [[pérgula]] lateral e o anexo nos fundos (inaugurado em 1949). Tal reforma ficou ao cargo do arquiteto [[Wladimir Alves de Sousa]]. |
||
Com a transferência da capital para [[Brasília]], em 1960, o hotel conheceu um período de lenta decadência, até ser superado por hotéis mais modernos, construídos na [[década de 1970]]. |
|||
⚫ | Em abril de 1946, após a [[Segunda Guerra Mundial]], o presidente [[Eurico Gaspar Dutra]] (1946-1951) proibiu o jogo no país. O cassino foi transformado em uma casa de espetáculos, e o hotel passou por uma ampla reforma, aumentando sua capacidade e acrescentando dois pavimentos ao prédio principal, a [[pérgula]] lateral e o anexo nos fundos (inaugurado em 1949). Tal reforma ficou ao cargo do arquiteto [[Wladimir Alves de Sousa]].[[Imagem:Copacabana Palace - Noble Room.jpg|thumb|left|Salão nobre]]Com a transferência da capital para [[Brasília]], em 1960, o hotel conheceu um período de lenta decadência, até ser superado por hotéis mais modernos, construídos na [[década de 1970]]. |
||
Em 1985, projetou-se a sua demolição. No entanto, o Copacabana Palace tornou-se patrimônio histórico, sendo tombado nas esferas federais ([[Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional|IPHAN]]), estadual ([[INEPAC]]) e municipal (SEDREPAHC).<ref name=":0" /> Em 1989, a família Guinle, na pessoa de [[José Eduardo Guinle]], vendeu-o ao grupo Orient-Express, hoje Belmond, que reabilitou o Copacabana Palace, modernizando as antigas instalações sem descaracterizá-las. |
|||
Em maio de 2021 foi multado em 15 mil reais e fechado por 10 dias por permitir eventos musicais na [[pandemia de Covid-19]].<ref>{{citar web|url=https://www.metropoles.com/brasil/copacabana-palace-e-multado-em-r-15-mil-e-interditado-para-eventos-por-10-dias?amp |
Em 1985, projetou-se a sua demolição. No entanto, o Copacabana Palace tornou-se patrimônio histórico, sendo tombado nas esferas federais ([[Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional|IPHAN]]), estadual ([[INEPAC]]) e municipal (SEDREPAHC).<ref name=":0" /> Em 1989, a família Guinle, na pessoa de [[José Eduardo Guinle]], vendeu-o ao grupo Orient-Express, hoje Belmond, que reabilitou o Copacabana Palace, modernizando as antigas instalações sem descaracterizá-las.[[Imagem:Copacabana Palace - Salão de festas.jpg|thumb|right|200px|Salão de festas]]Em maio de 2021 foi multado em 15 mil reais e fechado por 10 dias por permitir eventos musicais na [[pandemia de Covid-19]].<ref>{{citar web|url=https://www.metropoles.com/brasil/copacabana-palace-e-multado-em-r-15-mil-e-interditado-para-eventos-por-10-dias?amp |
||
|título=Copacabana Palace é multado em R$ 15 mil e interditado para eventos por 10 dias |
|título=Copacabana Palace é multado em R$ 15 mil e interditado para eventos por 10 dias |
||
|acessodata=2021-05-21|autor=|data=|website=Metrópoles|arquivodata=|arquivourl=|urlmorta=no}}</ref> |
|acessodata=2021-05-21|autor=|data=|website=Metrópoles|arquivodata=|arquivourl=|urlmorta=no}}</ref> |
Revisão das 21h02min de 24 de setembro de 2023
Belmond Copacabana Palace | |
---|---|
Belmond Copacabana Palace, Rio de Janeiro, Brasil | |
Informações | |
Localização | Rio de Janeiro, Brasilien |
Inauguração | 13 de agosto de 1923 (101 anos) |
Estrelas | |
Arquiteto | Joseph Gire |
Gestor | Andréa Natal |
Proprietário | LVMH |
Andares | 6 |
Restaurantes | 3 |
Quartos | 239 |
Página oficial |
O Belmond Copacabana Palace é um hotel histórico localizado em frente à Praia de Copacabana, na cidade do Rio de Janeiro, Brasil.
Com um século de existência, o Belmond Copacabana Palace continua a ser um dos mais importantes estabelecimentos hoteleiros da cidade e do Brasil, com duzentos e trinta e nove apartamentos e suítes, divididos entre o prédio principal e anexo, em uma área de onze mil metros quadrados.
O Belmond Copacabana Palace é conhecido em todo o Brasil por hospedar celebridades internacionais que visitam a cidade do Rio de Janeiro. Além disso, o hotel também é conhecido por realizar alguns dos mais badalados eventos sociais do Brasil.
O hotel já foi eleito diversas vezes como o melhor hotel da América do Sul, como em 2009 quando recebeu o prêmio World Travel Award, um dos mais importantes prêmios mundiais de turismo. Prêmio WTA de turismo considera Copacabana Palace o melhor da América do Sul. No ano de 2018, o grupo LVMH comprou o Copacabana Palace e demais hotéis da rede Belmond, em transação de US$ 3,2 bilhões (cerca de R$ 12 bilhões).[1] Além do Copacabana Palace, o grupo Belmond possui outros 25 hotéis de luxo. Foi fundado há 40 anos com a aquisição do emblemático Hotel Cipriani, em Veneza. Fazem parte de sua rede o Hotel Splendido, em Portofino, também na Itália; o Grand Hotel Europe, em São Petersburgo, na Rússia; e o Maroma Resort & Spa, no México. No Brasil, além do hotel no Rio, possui também o Hotel das Cataratas, em Foz do Iguaçu.
História
O Belmond Copacabana Palace foi construído pelo empresário Octávio Guinle e Francisco Castro Silva entre 1919 e 1923, atendendo a uma solicitação do então presidente Epitácio Pessoa (1919-1922),[2] que desejava um grande hotel de turismo na então capital do país, para ajudar a hospedar o grande número de visitantes esperados para a grande Exposição do Centenário da Independência do Brasil, um evento de dimensões internacionais a ser realizado na Esplanada do Castelo, em 1922. Em compensação, o Governo Federal concederia incentivos fiscais, assim como a licença para que nele funcionasse um cassino — uma exigência do empresário.[2] Estabelecido o acordo, o empresário adquiriu um terreno na praia de Copacabana, de frente para a Avenida Atlântica, alargada em 1919 pelo engenheiro Paulo de Frontin. Na época, o hotel foi o primeiro grande edifício em Copacabana, cercado apenas por pequenas casas e mansões.
Para a execução do projeto foi contratado o arquiteto francês Joseph Gire, que se inspirou em dois famosos hotéis da Riviera Francesa: o Negresco, em Nice, e o Carlton, em Cannes. A estrutura, sóbria e imponente, foi erguida pelo engenheiro César Melo e Cunha, que empregou, em larga escala, o mármore de Carrara e cristais da Boêmia.
Entretanto, o hotel só foi inaugurado em 13 de agosto de 1923, quase um ano após a Exposição do Centenário. Isso se deveu às dificuldades na importação de mármores e cristais e na execução das suas fundações (com catorze metros de profundidade, conforme exigido pelo projeto); à falta de tecnologia e experiência no país para tal confecção; e a uma violenta ressaca que, em 1922, destruiu a Avenida Atlântica, causando danos aos pavimentos inferiores do hotel.[3] Para marcar a inauguração, contou-se com a presença da grande cantora, atriz e vedete francesa Mistinguett, que, mesmo tendo as famosas "mais belas pernas do mundo", foi proibida de mostrá-las na festa. Sua presença e sua apresentação tornaram a inauguração do hotel um evento de projeções mundiais.
Tendo em vista o atraso na execução do projeto, o presidente Artur Bernardes (1922-1926) tentou cassar a licença para o funcionamento do cassino em 1924. O assunto foi encaminhado à Justiça, e a família Guinle, após dez anos de disputa, ganhou a causa. O hotel e seu cassino foram essenciais para a consolidação da fama e glamour do bairro nas décadas seguintes.
Em 23 de maio de 1928, o presidente Washington Luís (1926-1930) foi baleado no hotel por sua amante, a marquesa italiana Elvira Vishi Maurich, que tinha 28 anos de idade. O presidente Washington Luís foi então internado, sendo a versão oficial de que teria tido uma crise de apendicite. Quatro dias depois a jovem marquesa foi encontrada morta. A versão da polícia foi de que teria sido suicídio.[4][5]
Em 1934, foi construída a piscina do hotel, com projeto do engenheiro César Melo e Cunha, ampliada em 1949. Em 1938, inaugurou-se o "Golden Room", com um espetáculo do ator, cantor e humorista francês Maurice Chevalier. Em abril de 1946, após a Segunda Guerra Mundial, o presidente Eurico Gaspar Dutra (1946-1951) proibiu o jogo no país. O cassino foi transformado em uma casa de espetáculos, e o hotel passou por uma ampla reforma, aumentando sua capacidade e acrescentando dois pavimentos ao prédio principal, a pérgula lateral e o anexo nos fundos (inaugurado em 1949). Tal reforma ficou ao cargo do arquiteto Wladimir Alves de Sousa.
Com a transferência da capital para Brasília, em 1960, o hotel conheceu um período de lenta decadência, até ser superado por hotéis mais modernos, construídos na década de 1970. Em 1985, projetou-se a sua demolição. No entanto, o Copacabana Palace tornou-se patrimônio histórico, sendo tombado nas esferas federais (IPHAN), estadual (INEPAC) e municipal (SEDREPAHC).[2] Em 1989, a família Guinle, na pessoa de José Eduardo Guinle, vendeu-o ao grupo Orient-Express, hoje Belmond, que reabilitou o Copacabana Palace, modernizando as antigas instalações sem descaracterizá-las.
Em maio de 2021 foi multado em 15 mil reais e fechado por 10 dias por permitir eventos musicais na pandemia de Covid-19.[6]
Grand Champions Rio
Em 2012, o torneio Grand Champions Rio 2012 marcou a reinauguração da quadra de tênis do hotel.[7]
Flying Down to Rio
O hotel serviu de tema para o musical "Flying Down to Rio", de 1933, com Dolores del Rio, em que Fred Astaire e Ginger Rogers dançam juntos pela primeira vez. Embora ambientado no hotel, o filme foi inteiramente rodado nos Estados Unidos, em estúdios com cenários pintados do Rio de Janeiro e na praia de Malibu, para criar o exterior. O sucesso do filme tornou o hotel conhecido mundialmente.
Referências
- ↑ «Dono da Louis Vuitton compra rede que controla Copacabana Palace por US$ 3,2 bi». O Globo. 14 de dezembro de 2018. Consultado em 1 de novembro de 2021
- ↑ a b c Gimenez, Sandra (14 de dezembro de 2018). «Da família Guinle ao grupo francês LVMH, saiba quem já foi dono do Copacabana Palace». O Globo. Consultado em 1 de novembro de 2021
- ↑ «12º Sinageo - História Geomorfológica da Praia de Copacabana ao longo do século XX e análise preliminar da subida do nível do mar». www.sinageo.org.br. Consultado em 27 de novembro de 2019
- ↑ «Nº12 – Perfil > Washington Luís». Revista Apartes. Consultado em 27 de fevereiro de 2016
- ↑ «Amor clandestino | VEJA Rio». VEJA Rio. Consultado em 27 de fevereiro de 2016
- ↑ «Copacabana Palace é multado em R$ 15 mil e interditado para eventos por 10 dias». Metrópoles. Consultado em 21 de maio de 2021
- ↑ oglobo.globo.com/ Hóspedes de luxo exibem talento na quadra de tênis do Copacabana Palace