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Ar condicionado: consumo afeta ambiente

Em casa

Especialistas

casal sentado em sofá amarelo numa sala com ar condicionado ligado
iStock

Na altura de escolher, é fundamental optar por um modelo que seja eficiente, poupado e com bom desempenho ambiental.

Analisámos o ciclo de vida dos aparelhos de ar condicionado, desde a extração das matérias-primas e a energia para o fabrico, distribuição, consumos na fase de utilização, até ao fim de vida, para descobrir onde se verificam os maiores impactos ambientais.

A fase de utilização é a que tem o maior impacto ambiental (87%), seguida pela de produção, com 13 por cento. As fases de distribuição e de fim de vida são as que menos afetam o ambiente.

Como escolher um aparelho de ar condicionado mais eficiente?

O fator mais relevante a considerar é o desempenho energético, que considera o consumo do aparelho (em stand-by, bem como a aquecer e a arrefecer). Quanto melhor for a classe energética do aparelho de ar condicionado, menor será o consumo de energia.

A eficiência energética de um aparelho de ar condicionado para arrefecimento é, regra geral, medida pelo seu índice de eficiência energética (EER). Este representa a relação entre a energia produzida e a energia consumida para este efeito. Quanto maior for o EER, melhor será a eficiência energética do aparelho. Já no caso do aquecimento, a sua eficiência é expressa pelo coeficiente de desempenho (COP), o que traduz a relação entre a energia produzida e o consumo de energia para, neste caso, aquecer a divisão. Quanto maior o COP, melhor.

Para além do desempenho energético deve estar atento à existência de funções que permitam poupar energia. Exemplos: a capacidade de ajustar a temperatura, de modo automático, para valores que garantam um desempenho mais eficiente, e a possibilidade de o aparelho se desligar, caso não detete ocupantes na divisão. Deve ainda considerar o nível de ruído do equipamento para que este não se torne num problema.

Um ponto também importante para o desempenho ambiental é o tipo de gás refrigerante usado. Os equipamentos mais recentes usam o gás R32, que vem substituir, em unidades domésticas, o R410A, ainda presente nalguns aparelhos. O R32 tem a vantagem de apresentar menor potencial de aquecimento global e ter uma reciclabilidade superior e mais simples. A substituição de um gás pelo outro, além de mais benefícios para o ambiente, garante equipamentos com uma eficiência potencialmente superior.

Nos testes da DECO PROTeste, a avaliação do desempenho ambiental de um ar condicionado serve de base para definir os aparelhos que merecem ser Escolha Verde. Para ser considerado Escolha Verde, o aparelho tem de atingir cinco estrelas no desempenho ambiental e revelar uma Qualidade Global boa ou muito boa. Para mostrarmos a importância desta escolha, comparámos o consumo e as emissões do modelo Melhor do Teste e Escolha Verde com o pior do teste.

Constatámos que, ao fim de dez anos de funcionamento, o melhor modelo gastou menos eletricidade, permitindo poupar 202 euros, o que se traduziu em cerca de metade das emissões de CO2, um cenário mais favorável para o ambiente.

O que fazer quando o ar condicionado chega ao fim de vida?

Quando o equipamento deixar de funcionar, há que ter todos os cuidados, para evitar a libertação para a atmosfera do gás refrigerante existente no seu interior. Se pretender trocar por outro aparelho equivalente, por lei, o comerciante deve assegurar a recolha gratuita do antigo e dar-lhe o devido encaminhamento. Como esta ação não implica a desinstalação, o serviço poderá ser cobrado à parte.

Caso não queira comprar um novo aparelho, consulte as entidades gestoras de resíduos de equipamentos elétricos e eletrónicos em Portugal – Electrão, ERP ou E-Cycle – e pergunte se existe alguma campanha de recolha na sua região ou a quem se pode dirigir. Por uma questão de segurança, apenas um técnico certificado deve manusear os aparelhos.

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