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Ecoponto Azul pode receber mais embalagens

Reduzir e reciclar

Especialistas

Homem a colocar o cartão no ecoponto azul
iStock

Já pode separar e depositar embalagens antes impossíveis de encaminhar para o ecoponto azul. A DECO PROTeste explica as novidades, com a ajuda da Sociedade Ponto Verde.

É preciso aumentar a reciclagem

Em 2020, a quantidade de embalagens colocadas no mercado, em Portugal, quase chegou a 1,8 milhões de toneladas. Destas, uma boa parte seria de papel ou cartão, as que agora nos ocupam. Neste capítulo específico, o nosso país nem se tem saído mal. Conseguimos reciclar acima da meta, que é de 60 por cento. Mas conseguiremos seguir esta marcha triunfante, quando os objetivos ditados pela União Europeia chegarem a uns ambiciosos 75% em 2025 (daqui a menos de dois anos) ou aos superlativos 85% em 2030?

Novidades no ecoponto azul

É possível ser-se otimista. Até porque, de acordo com as novas especificações técnicas para a reciclagem, estabelecidas pela Agência Portuguesa do Ambiente, há mais embalagens que agora podem ser deixadas no ecoponto azul. Para registo: passam a ser encaminhadas para reciclagem embalagens de papel que sejam revestidas por um polímero em apenas uma das faces e que tenham uma quantidade de papel ou cartão superior a 85 por cento. Continuam a não poder sê-lo todas aquelas cuja quantidade destes materiais seja inferior àquela percentagem, ou que tenham revestimento nas duas faces.

Isto significa que as embalagens que contenham papel ou cartão e também uma pequena percentagem de plástico, em apenas um dos lados, podem seguir para o ecoponto azul. A novidade pode aumentar a nossa capacidade de reciclar papel, por permitir que mais embalagens sejam separadas.

Vejamos alguns exemplos: copos de cartão para bebidas quentes, como café, chá, cappuccino ou latte, que normalmente têm um revestimento impermeabilizante, de plástico, na face interna. Esse revestimento serve para que o papel não se desfaça pelo contacto com o líquido quente. Para os depositar no ecoponto, verifique se já não contêm líquidos, de modo a evitar a contaminação das outras embalagens que lá se encontram. As palhinhas de papel que não contenham plástico podem ter o mesmo destino.

Algumas embalagens já são feitas em papel, mas com um fino revestimento de plástico no interior, para ajudar à conservação do conteúdo. São outro exemplo da "onda azul", mas que podem ser mais difíceis de discernir para o consumidor. Deverá olhar para a iconografia, ou seja, os símbolos que indicam em que contentor colocar a embalagem. Se não tiver a indicação para depositar no ecoponto azul, deixe-a no lixo indiferenciado.

Mais há casos bicudos: as embalagens de congelados. Algumas devem seguir para o ecoponto azul e outras para o lixo indiferenciado, uma vez que têm constituição diferente. Veja na embalagem se há indicação para reciclar.

Há uma exceção neste grupo de produtos. Os copos para bebidas frias, devido à condensação, acabam por ficar com gotas de água na face externa. Por isso, necessitam de plástico também nesta face, para não se desfazerem. Assim, o ecoponto azul continua a não ser o local indicado: devem, em vez disso, seguir para o lixo indiferenciado.

Mais informação das marcas

Os fabricantes devem assegurar que as suas embalagens são recicláveis. A indicação deve ser depois transmitida de forma clara aos consumidores, através de uma iconografia simples de perceber. Só assim é possível manter, e até aumentar, os níveis de reciclagem destes materiais, que podem dar origem a outros produtos, após reciclados. Caixas de cereais ou para o transporte de produtos, lenços e papel higiénico, jornais e revistas, papel de escritório e cartões de festas são algumas possibilidades.

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