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Lâmpadas: como escolher as melhores opções para cada divisão da casa

Em casa

Especialistas

pessoa a segurar numa lâmpada
iStock

Como posicionar os focos de luz na sala para obter um ambiente tranquilo? Como garantir a melhor visualização dos objetos na mesa de trabalho? E como decifrar o rol de códigos na rotulagem de uma lâmpada? A DECO PROteste preparou um guia que o ajuda a escolher a melhor iluminação para cada divisão da sua casa.

ilustração de uma lâmpada

Incandescentes, fluorescentes, de halogéneo, de baixo consumo ou com recurso a LED, lâmpadas há muitas, e de formatos, tamanhos, cores, intensidades e, ainda importante, consumos variados. Quais as mais adequadas? A resposta: depende.

O espaço, a função deste e os objetos a iluminar decidem a escolha. Uma sala não tem as necessidades de um escritório e, menos ainda, de uma cozinha – por exemplo. Mas, qualquer que seja o cenário, o importante é garantir a melhor visualização dos objetos com o menor desconforto para os olhos, já submetidos a grande esforço pelo uso de ecrãs. Se for possível fazê-lo ainda com o menor consumo possível, tanto melhor.

As lâmpadas mais vantajosas

As lâmpadas incandescentes eram populares por serem baratas, mas foram proibidas em 2018. Duravam cerca de mil horas e reproduziam bem as cores, mas gastavam muita energia. As fluorescentes têm várias tonalidades: as quentes, mais amareladas, criam uma atmosfera agradável, sem as flutuações de intensidade das brancas e frias.

Já as lâmpadas de halogéneo têm tempo de vida de duas mil a três mil horas e emitem luz de boa qualidade. As versões de baixo consumo duram até cinco mil horas. Compatíveis com os casquilhos das antigas incandescentes, gastam 80% menos e duram oito a dez vezes mais.

As lâmpadas LED acabam por ser a solução mais eficiente. Estáveis e silenciosas, gastam dez vezes menos do que as incandescentes e duram até cinco vezes mais do que as de halogéneo.

Feitas as contas, por ano, as LED são a opção mais barata. E também não sofrem com o efeito do frio: podem ser usadas no exterior sem perda de luminosidade ou maior tempo de arranque.

Se estiver à espera que a lâmpada antiga "morra" para trocar por LED, perde dinheiro enquanto o tempo passa. Uma lâmpada incandescente de 60 W ligada 2 horas por dia, 5 dias por semana e 11 meses por ano gasta quase 30 kWh, ou seja, mais de 6 euros anuais em eletricidade. Obtém a mesma luz com uma lâmpada LED de 7 W. Mas, no mesmo cenário de utilização, gasta pouco mais de 3,30 kWh, ou seja, cerca de 70 cêntimos de eletricidade por ano. Agora, multiplique pelo número de candeeiros que tem na sala e veja quanto pode poupar.

Fluxo luminoso, intensidade e cor da luz, tipo de casquilho e tempo de vida são informações obrigatórias na rotulagem e que ajudam a escolher. Os consumidores estão habituados a comparar a potência, em watts, mas nas lâmpadas importa, sobretudo, a real emissão de luz. Designada por fluxo luminoso, é medida noutra unidade, o lúmen, também presente na rotulagem. Não tem nada que saber: mais lúmenes, mais intensidade da luz emitida. Duas lâmpadas com a mesma potência podem emitir fluxos luminosos muito diferentes.

Dica útil? Existem interruptores, ditos dimmers, que regulam a potência de uma lâmpada: por exemplo, para ajustar a intensidade da luz consoante a tarefa a desempenhar. Há uma exigência: as lâmpadas devem ser compatíveis. Basta, para tal, escolher versões reguláveis, mais uma informação que vem na embalagem.

A cor, que se identifica a partir do número de graus Kelvin (K), é outro dado que importa observar. A luz pode ser quente, neutra ou fria: quanto maior for o valor Kelvin, mais fria será. Os tons frios são mais azulados, enquanto os quentes tendem para os laranjas e avermelhados. Assim, 2700 K é o valor típico de uma luz quente, idêntica à das antigas lâmpadas incandescentes. Já 4000 K correspondem a uma luz branca, enquanto 6500 K nos indicam uma iluminação muito fria.

Algumas embalagens referem a expressão warm white, para indicar uma luz semelhante à incandescente, ou cold white, para uma tonalidade mais branca. A escolha da cor varia com o tipo de utilização. Numa área de trabalho, por exemplo, faz sentido privilegiar luzes frias, mais adequadas para focar curtas distâncias e mais propícias à atenção e à concentração. Mas estas linhas de orientação devem ser temperadas pelos gostos pessoais.

Embora nem sempre venha na rotulagem, o chamado índice de reprodução cromática (IRC) também pode influenciar a escolha. Expresso em percentagem, mede a capacidade de uma luz reproduzir fielmente as cores dos objetos face à luz natural. A primeira geração de lâmpadas LED apresentava IRC reduzidos, entre 60 e 69 por cento. Atualmente, a fasquia mínima exigida é de 80 por cento. E porquê? Entre 80 e 100%, as cores dos objetos são reproduzidas de forma muito rigorosa, ao passo que, na faixa dos 60 aos 80%, algumas tonalidades podem parecer distorcidas. Mesmo assim, lâmpadas com tais características podem ser úteis num ambiente de trabalho. Aqui, o ideal é evitar demasiada intensidade de cores, brilhos e reflexos, o que, além de distrair, cansa mais os olhos, já sujeitos às luzes dos ecrãs.

O tipo de casquilho, sim, aparece sempre no rótulo, e é de escrutínio obrigatório, para garantir a compatibilidade com o candeeiro. Mais finas ou mais largas, as roscas têm códigos. Anote: o E27 indica uma rosca larga e o E14 uma versão fina. Existem também referências que correspondem a roscas para lâmpadas de foco, como a GU10 e a GU5.3.

Do lote das informações mais relevantes fazem igualmente parte o tempo de vida da lâmpada e os ciclos on/off: os fabricantes indicam o valor em horas, se estiver ligada quatro horas por dia, e o número de vezes que aguenta ser ligada e desligada. Conhecer o número de ciclos é útil para escolher lâmpadas destinadas a espaços em que não permanecemos muito tempo, mas que também exigem iluminação, como despensas, casas de banho ou lugares de passagem.

A classe de eficiência, por sua vez, é uma informação que vem na etiqueta energética, a qual também acompanha as lâmpadas. Em 2021, a escala foi alterada, e é agora de mais fácil interpretação. Oscila entre as letras G (menos eficiente) e A (mais eficiente). Mas há mais na etiqueta energética.

Central para quem decide uma compra, o consumo por mil horas de uso vem expresso em kWh, o que permite comparar lâmpadas com idênticos fluxo luminoso e potência. Mais informações ainda? É só ler o código QR com o telemóvel e aceder às especificações completas, fornecidas pelo fabricante.

Como comprar a lâmpada certa por divisão

O tipo e o número certo de lâmpadas em casa pode aumentar o bem-estar e reduzir os custos de eletricidade. Para garantir o máximo conforto, analise a utilização que faz de cada espaço para escolher a iluminação mais eficiente.

As lâmpadas LED indicam o fluxo luminoso em lúmenes, mas os consumidores estão mais habituados à potência em Watts. Os rótulos das LED indicam a equivalência entre a potência (Watts) destas e das incandescentes, para facilitar a troca de uma pela outra. Em alternativa, para conhecer o fluxo luminoso (lúmenes) da incandescente, basta multiplicar os Watts por 10 e obtém um valor aproximado. Na loja, é só escolher a LED que mais se aproxima.

Para escadas, casas de banho e zonas de passagem, opte por lâmpadas que acendam rapidamente e possam ser ligadas e desligadas com frequência. Já em espaços com menor uso, como zonas de passagem, coloque modelos com menor fluxo luminoso. Para a garagem ou a cave, prefira as que podem ser usadas no exterior. Se a lâmpada estiver num local de difícil acesso, prefira uma de longa duração. Se usar lâmpadas fluorescentes compactas, prefira as de invólucro duplo em escritórios, quartos de crianças e cozinhas.

A cor da luz também é decisiva no conforto. Uma tonalidade amarelada, como a do nascer ou do pôr-do-sol, transmite tranquilidade e é mais quente e acolhedora. Já uma luz branca ou azul transmite frieza.

Preste atenção às características de cada tecnologia. Algumas lâmpadas economizadoras, como as fluorescentes compactas, têm atrasos no arranque, pelo que são desaconselhadas em escadas e outros locais em que é necessário acender a luz com rapidez. Mostram-se ainda pouco práticas na casa de banho.

Sala de estar e jantar

Crie pontos de luz para diferentes necessidades.

Cozinha

São precisos diferentes tipos de iluminação.

Quarto

Adapte as luzes aos diferentes espaços.

Casa de banho

É importante saber se há sujidade ou água no chão e garantir que se barbeia ou maquilha com o máximo de luz.

Escritório

Para espaços pequenos, 100 a 500 lúmenes bastam. Já se forem áreas grandes, precisam acima de 800 lúmenes. Na iluminação geral do espaço, opte por lâmpadas reguláveis em intensidade e temperatura: branca para trabalhar e amarelada para descontrair e descansar. Em candeeiros de mesa e focos de luz pontual usados para trabalhar, escolha lâmpadas frias com 4000 a 5000 K. Instale fora do campo visual e, pelo menos, 30º acima do nível dos olhos. A luz deve vir de cima, sobre o ombro esquerdo para os dextros e do ombro direito, no caso de canhotos. Teste se consegue ver o teclado, os documentos e os dispositivos no posto de trabalho, com nitidez, claridade e comodidade.

Aproveite a luz natural

Para tirar partido da luz, seja natural ou artificial, as paredes devem ter cores claras, que refletem melhor a luminosidade. Cortinados translúcidos, ao contrário dos opacos, deixam entrar a luz natural durante o dia.

A luz solar permite a perfeita reprodução das cores, além de ser gratuita, inesgotável, não poluente e benéfica para a saúde. A iluminação adequada aumenta os níveis de atenção e a produtividade, melhora o sono e potencia o bem-estar.

Trocar e reciclar lâmpadas

O lixo ou o vidrão não são destinos para lâmpadas em fim de vida. Porquê? As versões fluorescentes compactas contêm mercúrio, um metal pesado, nocivo para o ambiente. E as LED não lhes ficam atrás em termos de componentes agressivos: é o caso dos elementos metálicos. Tudo isto tem de ser separado e reciclado.

Procure um Ponto Electrão ou um Depositrão, os locais certos para resíduos elétricos e eletrónicos. Não encontra? Entregue as lâmpadas velhas na loja onde comprar as novas. Assim, sim, tudo estará no seu devido lugar.

Há perigo no mercúrio das lâmpadas?

O mercúrio é essencial ao funcionamento das lâmpadas fluorescentes compactas, mas, desde janeiro de 2013, está limitado a 2,5 miligramas por unidade. Um termómetro antigo tinha cerca de 500 miligramas, ou seja, cem vezes mais. A lâmpada não liberta mercúrio quando está ligada, mas, se partir, esta substância pode espalhar-se, um risco mais reduzido em versões de invólucro duplo.

Ainda assim, caso quebre, areje o local durante, pelo menos, 15 minutos. Use um pedaço de cartão para varrer os cacos e empurrar o mercúrio para um frasco de vidro ou saco de plástico, e feche-o. Lave o chão com um pano húmido e deite-o fora quando terminar.

Quem tem pele mais sensível deve ainda prestar atenção aos raios ultravioleta das lâmpadas economizadoras. Para a maioria da população, apenas uma exposição prolongada (cerca de oito horas), a uma distância inferior a 20 centímetros, pode, eventualmente, provocar lesões na pele ou na retina dos olhos.

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