Sobreaquecimento económico

O termo sobreaquecimento económico é frequentemente utilizado, na gíria financeira, a propósito do crescimento descontrolado da atividade económica. E, à semelhança de um motor que sobreaquece, essa situação pode originar uma boa dose de problemas.

No sentido clássico, quem diz crescimento económico, diz aumento da procura de bens e de serviços. Isto significa que as empresas devem adaptar a sua oferta a essa procura crescente. Por outras palavras, devem aumentar a produção e investir mais. E é assim que nasce uma espiral positiva - o aumento da procura estimula a produção e os investimentos. Normalmente isto também permite a um número crescente de pessoas encontrar emprego, o que por sua vez estimula a procura. Falamos de sobreaquecimento quando esta espiral positiva é de tal modo forte que o aumento da procura não é acompanhado pela oferta, provocando fortes subidas dos preços, ou seja, mais inflação.

A situação que mais leva a um sobreaquecimento da economia é quando se dá um aumento constante das despesas das famílias, isto é, do consumo. Se a oferta não se adaptar proporcionalmente à procura, os preços sobem significativamente e a espiral positiva começa a dar problemas. Surgem excessos e algumas empresas, sobrestimando a subida cometem o erro de sobreinvestir e acabam por inundar os mercados com os seus produtos. Vítima do acumular de decisões erradas, o motor económico começa a abrandar e, por fim, pode mesmo parar.

Ou seja, a economia passa de uma fase de forte crescimento para uma fase de abrandamento ou até recessão. O consumo recua e a atividade económica em geral diminui.

Para evitar que as economias cheguem a esse ponto, os bancos centrais estão atentos a qualquer risco de sobreaquecimento e tentam, através do aumento das taxas de juro, manter o controlo das subidas dos preços. Deste modo, a oferta pode adaptar-se harmoniosamente à procura, evitando decisões erradas dos investidores que poderiam levar o motor económico a aquecer em demasia.