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Jorge Duarte

Jorge
Duarte


Analista financeiro independente registado na CMVM.
Licenciado em Economia pelo ISEG.
Membro da Ordem dos Economistas.

Habitação: casas escasseiam

Há 15 dias - 26 de junho de 2024
Jorge Duarte

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Duarte


Analista financeiro independente registado na CMVM.
Licenciado em Economia pelo ISEG.
Membro da Ordem dos Economistas.

A fraca oferta de construções novas continuará a contribuir para a subida do preço dos imóveis.

No primeiro trimestre de 2024, foram concluídos 5600 fogos com base em construções novas para habitação familiar, no total do país, de acordo com os dados do INE. Trata-se de um aumento de 9,5% em comparação com o primeiro trimestre de 2023 e um acréscimo de 1,4% face ao último trimestre de 2023.

No entanto, na Grande Lisboa houve um decréscimo de 5% em termos homólogos. Também se observaram quebras acentuadas na Península de Setúbal (-26,8%) e no Algarve (-14,8%).

Em Portugal, ao longo do ano passado foram acrescentados ao mercado pouco mais de 5000 fogos por trimestre. Na Grande Lisboa, esse número rondou os 600 fogos/trimestre.

Obras licenciadas

Para saber o que esperar do mercado a médio prazo, há que observar também os licenciamentos. E sob este prisma as notícias não são boas para a oferta. No segmento de habitação familiar, no total do país, foram licenciados 7200 no primeiro trimestre de 2024, um aumento de 2,7% face ao trimestre anterior, mas, apesar disso, um colapso de 20,3% face ao primeiro trimestre de 2023!

Ainda segundo os dados do INE, no concelho de Lisboa, em termos homólogos, a queda dos licenciamentos atingiu 55% e em Vila Nova de Gaia os 66%.

Perspetivas

Estas fracas perspetivas do lado da oferta devem continuar a suportar o preço das habitações. Até porque a procura continua em alta.

Também de acordo com os mais recentes dados do INE, no final de 2023, a população residente em Portugal foi estimada em 10 639 726, mais 123 105 pessoas do que em 2022, aumentando pelo quinto ano consecutivo. Um acréscimo populacional que resulta essencialmente da imigração. E este fenómeno é naturalmente mais visível nos grandes centros urbanos, onde a pressão no imobiliário já é elevada.

Em suma, estes fatores devem continuar a contribuir para uma subida do preço dos imóveis, o que não é favorável a quem deseja comprar uma habitação própria.

No entanto, se aborda o imobiliário do ponto de vista do investimento, ou seja, comprar para arrendar, podem surgir novas oportunidades desde que as rendas compensem os preços. Consulte a nossa ferramenta Comprar casa para saber onde é mais interessante comprar imóveis como investimento.

 

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