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Certificados de Aforro e do Tesouro: quais as diferenças?

Há 10 meses - 11 de outubro de 2023
Os Certificados de Aforro e do Tesouro são ambos produtos de dívida pública. Saiba o que os distingue.

Certificados de Aforro e do Tesouro são produtos de dívida pública com formas diferentes de remunerar e de calcular o rendimento. Até consoante a série ou emissão, podem existir remunerações distintas. É o que acontece com os Certificados de Aforro, que têm várias séries. Os Certificados do Tesouro também já contam com quatro versões. 

Nos últimos anos, porém, temos assistido a uma diminuição gradual da remuneração destes dois produtos do Estado, fruto da evolução das taxas de juros.

Certificados de aforro a partir de 100 euros

Os Certificados de Aforro, que se podem subscrever nos CTT, já têm mais de meio século. Os primeiros foram emitidos em 1960 e, desde então, surgiram várias séries com características diferentes.

A série atualmente em comercialização dos Certificados de Aforro (série F) foi criada em junho de 2023 e tem o prazo máximo de 15 anos. O montante mínimo exigido na subscrição é de 100 euros e os reforços posteriores exigem um mínimo de apenas 10 euros. Os títulos não podem ser resgatados durante os três primeiros meses após a subscrição.

Os juros capitalizam trimestralmente a uma taxa base calculada todos os meses com base na Euribor a 3 meses e está limitada entre 0% e 2,5% bruta. Há ainda um prémio de permanência que acresce à taxa base: 0,25% do segundo ao quinto ano; 0,50% do sexto ao nono ano; 1% no décimo e 11.º ano; 1,50% no 12.º e 13.º ano; e 1,75% no 14.º e 15.º ano.

Para lhe facilitarmos o cálculo do rendimento, disponibilizamos um simulador que permite calcular a TAEL e o montante acumulado consoante o montante aplicado nesta série e o número de anos. Permite ainda simular o rendimento de acordo com diferentes cenários de evolução da Euribor.  

Certificados do Tesouro: resgate só no final do primeiro ano

Os primeiros Certificados do Tesouro foram lançados em 2010 pelo prazo máximo de dez anos. O rendimento máximo variava entre 5,5% e 7,1% brutos. Foram os mais rentáveis de sempre. Contudo, estiveram disponíveis apenas durante dois anos. Se seguiu os nossos conselhos e os subscreveu, mantenha-os até ao final.

Seguiram-se os Certificados do Tesouro Poupança Mais, entre 2013 e 2017, com uma taxa de juro anual crescente e um prazo máximo de cinco anos. Aconselhamos a guardá-los até ao fim.

Já os Certificados do Tesouro Poupança Crescimento têm um prazo máximo de 7 anos. Os juros são pagos anualmente a uma taxa de base crescente, entre 0,75% e 2,25% brutas; mas a partir do segundo ano, ao valor da taxa base, acresce um prémio corresponde a 40% do crescimento médio real do PIB. O prémio apenas tem lugar no caso do crescimento do PIB ser positivo e fica limitado a um máximo de 1,2% em cada ano (ou seja, PIB de 3%).

A série atualmente em subscrição denomina-se Certificados do Tesouro Poupança Valor. À semelhança da série anterior, o prazo dos Certificados do Tesouro Poupança Valor é de 7 anos, pagando juros anuais a taxa crescente. Contudo, as taxas são mais baixas: os Certificados do Tesouro Poupança Valor pagam 0,7% nos dois primeiros anos, subindo para 0,8%, 0,9% e 1% nos anos seguintes, e no sexto e sétimo ano oferecem uma remuneração de 1,3% e 1,6% bruta.

O montante mínimo exigido na subscrição, ou em cada reforço, é de 1000 euros. Não podem ser mobilizados no primeiro ano.

 

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