Preço do cabaz alimentar desce para o valor mais baixo do ano
Desde que o ano começou, o preço do cabaz alimentar já desceu mais de 10 euros e, esta semana, atingiu o valor mais baixo do ano. Saiba quanto custa esta semana o cabaz alimentar monitorizado pela DECO PROteste.
- Especialista
- Fátima Martins e Susana Pereira
- Herausgeber
- Ana Rita Costa e Alda Mota
![pai com a filha num corredor de supermercado](https://www.deco.proteste.pt/-/media/edideco/images/home/familia-consumo/orcamento%20familiar/news/2023/preco-cabaz/thumb_preco-cabaz_800x450.jpg?rev=0cdc8473-87e9-437e-a67e-536af59be75e&mw=660&hash=9EB65BC69A4432E16EA61A85D375A602)
O preço da cesta de bens alimentares essenciais está em rota descendente há várias semanas consecutivas e, no último dia de julho, atingiu o preço mais baixo do ano: 225,21 euros. A última vez que o preço do cabaz alimentar de 63 bens essenciais monitorizado pela DECO PROteste tinha estado tão baixo tinha sido em novembro de 2023, quando 41 produtos ainda tinham IVA zero. Desde o início de 2024, este cabaz já viu o seu preço descer 10,84 euros (menos 4,59 por cento). Ainda assim, há um ano, a 2 de agosto de 2023, custava menos 13,12 euros (menos 6,18 por cento).
Como é calculado o preço do cabaz?
Desde janeiro de 2022 que a DECO PROteste acompanha a evolução dos preços dos bens alimentares essenciais, analisando, todas as quartas-feiras, o custo total de um cabaz, com base nos preços recolhidos no dia anterior nos principais supermercados com loja online.
Carne
- Lombo de porco
- Frango inteiro
- Febras de porco
- Costeletas de porco
- Bife de peru
- Carne de novilho para cozer
- Perna de peru
Peixe
- Bacalhau graúdo
- Dourada
- Salmão
- Pescada fresca
- Carapau
- Peixe-espada-preto
- Robalo
- Perca
Congelados
- Douradinhos de peixe
- Ervilhas ultracongeladas
- Medalhões de pescada
Frutas e legumes
- Laranja
- Maçã gala
- Maçã golden
- Banana
- Tomate
- Couve-flor
- Alface
- Brócolos
- Cenoura
- Batata-vermelha
- Curgete
- Alho
- Cebola
- Couve-coração
Laticínios
- Queijo curado fatiado embalado
- Queijo flamengo fatiado embalado
- Leite UHT meio-gordo
- Manteiga com sal
- Iogurte de aroma (pack de oito)
- Iogurte líquido de morango (pack de quatro)
- Ovos
Mercearia
- Grão cozido
- Feijão cozido
- Óleo alimentar 100% vegetal
- Azeite virgem extra
- Sal grosso
- Arroz carolino
- Arroz agulha
- Salsichas Frankfurt
- Atum posta em azeite
- Atum posta em óleo
- Açúcar branco
- Massa espirais
- Esparguete
- Polpa de tomate
- Farinha para bolos
- Cereais de trigo, arroz e aveia integrais
- Flocos de cereais de mel
- Cereais
- Carcaça tradicional
- Peito de peru fatiado
- Fiambre da perna fatiado
- Bolacha maria
- Pão de forma sem côdea
- Café torrado moído
Começa-se por calcular o preço médio por produto em todas as lojas online do simulador, em que se encontra disponível. Depois, somando o preço médio de todos os produtos, obtém-se o custo do cabaz para um determinado dia.
Quais os produtos que mais aumentaram?
Mas, apesar de o preço do cabaz alimentar estar em queda, há vários produtos que continuam a registar subidas de preço de uma semana para a outra, embora menos significativas do que, por exemplo, há um ano. Na última semana, entre 24 e 31 de julho, os produtos com os maiores aumentos percentuais foram a massa em espirais (mais 15%), a perca do Nilo (mais 9%) e o grão cozido (mais 9 por cento).
Já desde o início do ano, entre 3 de janeiro e 31 de julho de 2024, as maiores subidas de preço registaram-se em produtos como a maçã gala (mais 20%), o pão de forma sem côdea (mais 14%) e a perna de peru (mais 12 por cento).
Porque aumentaram os preços dos alimentos?
A invasão da Rússia à Ucrânia, de onde eram provenientes grande parte dos cereais consumidos na União Europeia (e em Portugal) veio pressionar o setor agroalimentar, que estava há já vários meses a braços com as consequências da pandemia e da seca. A limitação da oferta de matérias-primas e o aumento dos custos de produção, nomeadamente dos fertilizantes e da energia, necessários à produção agroalimentar, refletiu-se, por isso, num incremento dos preços nos mercados internacionais e, consequentemente, nos preços ao consumidor de produtos como a carne, os hortofrutícolas, os cereais de pequeno-almoço ou o óleo vegetal em 2022.
Taxa de inflação abranda em julho
Os consecutivos aumentos dos preços ao consumidor, nomeadamente em produtos como a alimentação, contribuíram para o aumento da taxa de inflação para níveis históricos em 2022. No entanto, nos primeiros meses de 2023, a taxa de inflação do País começou a abrandar. De acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), em dezembro de 2023, a taxa de inflação caiu para 1,4 por cento. Já no arranque de 2024, voltou a aumentar. Em julho, de acordo com as estimativas do INE, pode ter voltado a descer para 2,5%, menos 0,3% face aos 2,8% de junho.
Preço do cabaz desceu 3,57 euros desde o fim do IVA zero
Para conter a subida dos preços na alimentação, a 27 de março de 2023, o Governo assinou um acordo com o retalho alimentar e o setor da produção agroalimentar que se traduziu na isenção de IVA num cabaz com mais de 40 alimentos entre 18 abril de 2023 e 4 de janeiro de 2024. A lista de produtos com IVA zero foi definida com base nas recomendações da Direção-Geral da Saúde e incluía os alimentos mais consumidos pelas famílias em Portugal.
Frutas (no estado natural)
- Maçã
- Banana
- Laranja
- Pera
- Melão
Legumes (frescos ou refrigerados, secos, desidratados ou congelados, ainda que previamente cozidos)
- Cebola
- Tomate
- Couve-flor
- Alface
- Brócolos
- Cenoura
- Curgete
- Alho-francês
- Abóbora
- Grelos
- Couve-portuguesa
- Espinafres
- Nabo
- Ervilhas
Cereais e derivados, e tubérculos
- Pão
- Arroz (em película, branqueado, polido, glaciado, estufado, convertido em trincas)
- Massas alimentícias e pastas secas similares, excluindo massas recheadas
- Batata (em estado natural, fresca ou refrigerada)
Leguminosas (em estado seco)
- Feijão-vermelho
- Feijão-frade
- Grão-de-bico
Laticínios
- Leite de vaca em natureza, esterilizado, pasteurizado, ultrapasteurizado, fermentado ou em pó;
- Iogurtes ou leites fermentados
- Queijo
Carne e miudezas comestíveis, frescas ou congeladas
- Porco
- Frango
- Peru
- Vaca
Peixe fresco, refrigerado, congelado, seco, salgado ou em salmoura, com exclusão do peixe fumado ou em conserva
- Bacalhau
- Pescada
- Sardinha
- Carapau
- Dourada
- Cavala
Gorduras e óleos
- Azeite
- Óleos alimentares vegetais
- Manteiga
Outros
- Ovos de galinha (frescos, secos ou conservados)
- Atum em conserva
- Bebidas e iogurtes de base vegetal, sem leite e laticínios, produzidos à base de frutos secos, cereais ou preparados à base de cereais, frutas, legumes ou produtos hortícolas
- Produtos dietéticos destinados à nutrição entérica e produtos sem glúten para doentes celíacos
De acordo com a DECO PROteste, desde o último dia de isenção de IVA num cabaz alimentar com 41 alimentos, a 4 de janeiro, a cesta de bens essenciais viu o seu preço descer 3,57 euros (menos 2,51%), de 141,97 euros para 138,41 euros, a 31 de julho.
As contas da organização de defesa do consumidor revelam que o óleo alimentar, a maçã gala e o pão de forma sem côdea foram os produtos que registaram as maiores subidas de preço desde que o IVA zero chegou ao fim, com aumentos de 15%, 15% e 14%, respetivamente.
Para poupar nas compras semanais, pesquise os supermercados mais baratos e compare o índice diário das várias cadeias de distribuição para o mesmo cabaz de produtos, no simulador da DECO PROteste, disponível na plataforma Saber Poupar, em www.saberpoupar.pt. Pode pesquisar por distrito ou concelho e até selecionar o tipo de alimentos que costuma comprar.
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