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Preço do cabaz alimentar desce para o valor mais baixo do ano

Desde que o ano começou, o preço do cabaz alimentar já desceu mais de 10 euros e, esta semana, atingiu o valor mais baixo do ano. Saiba quanto custa esta semana o cabaz alimentar monitorizado pela DECO PROteste.

01 agosto 2024
pai com a filha num corredor de supermercado

iStock

O preço da cesta de bens alimentares essenciais está em rota descendente há várias semanas consecutivas e, no último dia de julho, atingiu o preço mais baixo do ano: 225,21 euros. A última vez que o preço do cabaz alimentar de 63 bens essenciais monitorizado pela DECO PROteste tinha estado tão baixo tinha sido em novembro de 2023, quando 41 produtos ainda tinham IVA zero. Desde o início de 2024, este cabaz já viu o seu preço descer 10,84 euros (menos 4,59 por cento). Ainda assim, há um ano, a 2 de agosto de 2023, custava menos 13,12 euros (menos 6,18 por cento).

Como é calculado o preço do cabaz?

Desde janeiro de 2022 que a DECO PROteste acompanha a evolução dos preços dos bens alimentares essenciais, analisando, todas as quartas-feiras, o custo total de um cabaz, com base nos preços recolhidos no dia anterior nos principais supermercados com loja online.

Veja a lista de 63 produtos que compõem o cabaz de bens essenciais

Carne

  • Lombo de porco
  • Frango inteiro
  • Febras de porco
  • Costeletas de porco
  • Bife de peru
  • Carne de novilho para cozer
  • Perna de peru

Peixe

  • Bacalhau graúdo
  • Dourada
  • Salmão
  • Pescada fresca
  • Carapau
  • Peixe-espada-preto
  • Robalo
  • Perca

Congelados

  • Douradinhos de peixe
  • Ervilhas ultracongeladas
  • Medalhões de pescada

Frutas e legumes

  • Laranja
  • Maçã gala
  • Maçã golden
  • Banana
  • Tomate
  • Couve-flor
  • Alface
  • Brócolos
  • Cenoura
  • Batata-vermelha
  • Curgete
  • Alho
  • Cebola
  • Couve-coração

Laticínios

  • Queijo curado fatiado embalado
  • Queijo flamengo fatiado embalado
  • Leite UHT meio-gordo
  • Manteiga com sal
  • Iogurte de aroma (pack de oito)
  • Iogurte líquido de morango (pack de quatro)
  • Ovos

Mercearia

  • Grão cozido
  • Feijão cozido
  • Óleo alimentar 100% vegetal
  • Azeite virgem extra
  • Sal grosso
  • Arroz carolino
  • Arroz agulha
  • Salsichas Frankfurt
  • Atum posta em azeite
  • Atum posta em óleo
  • Açúcar branco
  • Massa espirais
  • Esparguete
  • Polpa de tomate
  • Farinha para bolos
  • Cereais de trigo, arroz e aveia integrais
  • Flocos de cereais de mel
  • Cereais
  • Carcaça tradicional
  • Peito de peru fatiado
  • Fiambre da perna fatiado
  • Bolacha maria
  • Pão de forma sem côdea
  • Café torrado moído

Começa-se por calcular o preço médio por produto em todas as lojas online do simuladorem que se encontra disponível. Depois, somando o preço médio de todos os produtos, obtém-se o custo do cabaz para um determinado dia.

Quais os produtos que mais aumentaram?

Mas, apesar de o preço do cabaz alimentar estar em queda, há vários produtos que continuam a registar subidas de preço de uma semana para a outra, embora menos significativas do que, por exemplo, há um ano. Na última semana, entre 24 e 31 de julho, os produtos com os maiores aumentos percentuais foram a massa em espirais (mais 15%), a perca do Nilo (mais 9%) e o grão cozido (mais 9 por cento).

Já desde o início do ano, entre 3 de janeiro e 31 de julho de 2024, as maiores subidas de preço registaram-se em produtos como a maçã gala (mais 20%), o pão de forma sem côdea (mais 14%) e a perna de peru (mais 12 por cento).

Porque aumentaram os preços dos alimentos?

A invasão da Rússia à Ucrânia, de onde eram provenientes grande parte dos cereais consumidos na União Europeia (e em Portugal) veio pressionar o setor agroalimentar, que estava há já vários meses a braços com as consequências da pandemia e da seca. A limitação da oferta de matérias-primas e o aumento dos custos de produção, nomeadamente dos fertilizantes e da energia, necessários à produção agroalimentar, refletiu-se, por isso, num incremento dos preços nos mercados internacionais e, consequentemente, nos preços ao consumidor de produtos como a carne, os hortofrutícolas, os cereais de pequeno-almoço ou o óleo vegetal em 2022.

Taxa de inflação abranda em julho

Os consecutivos aumentos dos preços ao consumidor, nomeadamente em produtos como a alimentação, contribuíram para o aumento da taxa de inflação para níveis históricos em 2022. No entanto, nos primeiros meses de 2023, a taxa de inflação do País começou a abrandar. De acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), em dezembro de 2023, a taxa de inflação caiu para 1,4 por cento. Já no arranque de 2024, voltou a aumentar. Em julho, de acordo com as estimativas do INE, pode ter voltado a descer para 2,5%, menos 0,3% face aos 2,8% de junho.

Preço do cabaz desceu 3,57 euros desde o fim do IVA zero

Para conter a subida dos preços na alimentação, a 27 de março de 2023, o Governo assinou um acordo com o retalho alimentar e o setor da produção agroalimentar que se traduziu na isenção de IVA num cabaz com mais de 40 alimentos entre 18 abril de 2023 e 4 de janeiro de 2024. A lista de produtos com IVA zero foi definida com base nas recomendações da Direção-Geral da Saúde e incluía os alimentos mais consumidos pelas famílias em Portugal. 

Veja a lista dos 46 tipos de produtos que tiveram isenção de IVA

Frutas (no estado natural)

  • Maçã
  • Banana
  • Laranja
  • Pera
  • Melão

Legumes (frescos ou refrigerados, secos, desidratados ou congelados, ainda que previamente cozidos)

  • Cebola
  • Tomate
  • Couve-flor
  • Alface
  • Brócolos
  • Cenoura
  • Curgete
  • Alho-francês
  • Abóbora
  • Grelos
  • Couve-portuguesa
  • Espinafres
  • Nabo
  • Ervilhas

Cereais e derivados, e tubérculos

  • Pão
  • Arroz (em película, branqueado, polido, glaciado, estufado, convertido em trincas)
  • Massas alimentícias e pastas secas similares, excluindo massas recheadas
  • Batata (em estado natural, fresca ou refrigerada)

Leguminosas (em estado seco)

  • Feijão-vermelho
  • Feijão-frade
  • Grão-de-bico

Laticínios

  • Leite de vaca em natureza, esterilizado, pasteurizado, ultrapasteurizado, fermentado ou em pó;
  • Iogurtes ou leites fermentados
  • Queijo

Carne e miudezas comestíveis, frescas ou congeladas

  • Porco
  • Frango
  • Peru
  • Vaca 

Peixe fresco, refrigerado, congelado, seco, salgado ou em salmoura, com exclusão do peixe fumado ou em conserva

  • Bacalhau
  • Pescada
  • Sardinha
  • Carapau
  • Dourada
  • Cavala

Gorduras e óleos

  • Azeite
  • Óleos alimentares vegetais
  • Manteiga

Outros

  • Ovos de galinha (frescos, secos ou conservados)
  • Atum em conserva
  • Bebidas e iogurtes de base vegetal, sem leite e laticínios, produzidos à base de frutos secos, cereais ou preparados à base de cereais, frutas, legumes ou produtos hortícolas
  • Produtos dietéticos destinados à nutrição entérica e produtos sem glúten para doentes celíacos

De acordo com a DECO PROteste, desde o último dia de isenção de IVA num cabaz alimentar com 41 alimentos, a 4 de janeiro, a cesta de bens essenciais viu o seu preço descer 3,57 euros (menos 2,51%), de 141,97 euros para 138,41 euros, a 31 de julho.

As contas da organização de defesa do consumidor revelam que o óleo alimentar, a maçã gala e o pão de forma sem côdea foram os produtos que registaram as maiores subidas de preço desde que o IVA zero chegou ao fim, com aumentos de 15%, 15% e 14%, respetivamente.

Para poupar nas compras semanais, pesquise os supermercados mais baratos e compare o índice diário das várias cadeias de distribuição para o mesmo cabaz de produtos, no simulador da DECO PROteste, disponível na plataforma Saber Poupar, em www.saberpoupar.pt. Pode pesquisar por distrito ou concelho e até selecionar o tipo de alimentos que costuma comprar.

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