Como escolher o repelente de mosquitos

Prefira repelentes com ingredientes conhecidos e cuja eficácia esteja comprovada, como o DEET (dietiltoluamida), a icaridina, o IR3535 e o PMD. Os estudos publicados indicam que a eficácia do repelente e a duração da proteção variam consideravelmente entre produtos e entre espécies de mosquitos. A temperatura ambiente, o nível de atividade da pessoa, a transpiração, a exposição à água e outros fatores afetam a eficácia e a duração da proteção. Em geral, concentrações mais elevadas de ingredientes ativos conferem uma proteção mais duradoura, independentemente do ingrediente ativo. Os produtos com menos de 10% de ingrediente ativo podem oferecer apenas uma proteção limitada, frequentemente de uma a duas horas.

O DEET e a icaridina são os ingredientes mais eficazes e recomendados em caso de viagem para países com doenças parasitárias endémicas (ou doenças tropicais) transmitidas pelas picadas de mosquitos (tais como a malária, a dengue ou o vírus Zika). Estudos sugerem que concentrações de DEET acima de aproximadamente 50% não oferecem um aumento acentuado do tempo de proteção contra os mosquitos, pelo que se recomenda a utilização de concentrações entre os 20% e os 50%. Não compre produtos para aplicar na pele com concentrações de DEET superiores a 50 por cento.

Pulseiras e aplicações para telemóvel inúteis a afastar mosquitos

As pulseiras e os repelentes de ultrassons não são recomendados, por falta de eficácia comprovada quer pelos estudos científicos quer pelos nossos testes.

As aplicações para telemóvel que alegam proteger contra mosquitos são mesmo inúteis. No vídeo abaixo, pode ver o ataque imediato e doloroso, quando introduzimos o braço sem repelente na caixa com 200 mosquitos e com o telemóvel com a aplicação ligada.

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Roupa e redes mosquiteiras aumentam proteção

Antes de aplicar o repelente, dê aos mosquitos um alvo menor.

• Use roupa fresca, larga e, de preferência, clara, a cobrir os braços, as pernas e os tornozelos.
• Evite lugares onde os mosquitos se reproduzam e vivam, como águas paradas.
• Use redes mosquiteiras nas janelas e portas em casa.
• Cubra os carrinhos de bebé com uma rede de malha fina quando estiver numa zona com mosquitos.
• Utilize uma rede mosquiteira se estiver a viajar para áreas onde há perigo de doenças como a malária, mantenha as janelas fechadas e utilize o ar condicionado para preservar o ambiente fresco.

Precauções na utilização dos repelentes

Antes de começar a aplicar repelente de insetos, leia atentamente o folheto e a embalagem (avisos, tempo de proteção, utilização para crianças, como aplicar, etc.).
Aplique o repelente numa pequena parte da pele, para verificar se tem alergia, e só depois passe pelo corpo. Se o “teste” for positivo, sobretudo no caso de crianças, interrompa o uso do produto e lave a zona em que foi aplicado com sabonete suave e água. Em situações graves, contacte o médico ou o Centro de Informação Antivenenos (800 250 250).

Garantida a ausência de alergias, espalhe apenas na pele exposta e não debaixo do vestuário. Evite passar em superfícies que uma criança possa levar à boca ou sobre feridas ou cortes. Não permita que os miúdos manuseiem estes produtos. Siga as instruções do fabricante quanto à aplicação.

Cubra bem as zonas expostas. Se deixar um pedaço de pele sem repelente, pode ter a certeza de que o inseto vai atacar. Mas não se iluda: mais produto não confere mais proteção. Volte a aplicar depois de nadar ou transpirar. Se precisar de protetor solar e repelente em simultâneo, saiba que o DEET reduz a eficácia do primeiro. O contrário já não acontece, ou seja, o protetor solar não afeta a eficácia do repelente. Para ter bons resultados, o truque é escolher um fator de proteção elevado e aplicar o repelente em último lugar. Não são recomendados produtos que combinem protetor solar com repelentes.

Não use um spray diretamente no rosto. Passe primeiro nas mãos e aplique depois. Faça-o ao ar livre ou numa área ventilada e nunca perto de comida. Ao regressar a casa, retire o repelente com água e sabonete. Este cuidado é particularmente importante se usar o produto muitos dias seguidos.

O que fazer se for picado?

Na maioria dos casos, as picadas dão origem a comichão ou a um pequeno inchaço que desaparece num dia ou dois. Apesar de raro, pode desenvolver-se uma reação alérgica severa que se manifesta por dificuldade em respirar, inchaço na cara e dor abdominal. Aconselha-se a ligar de imediato para o 112.

Depois do ataque:

• lave a área afetada com água e sabão. Arrefeça a zona da picada com gelo ou uma compressa fria, para limitar o inchaço e a dor. Pode atenuar os sintomas com um anti-histamínico oral;
• evite coçar a zona, pois aumenta o inchaço e o risco de infeção;
• se uma pessoa se sentir mal, chame de imediato um médico. Nas pessoas alérgicas ao veneno dos insetos, os vasos sanguíneos podem dilatar-se, a pressão arterial baixar e a circulação abrandar. A vítima tem vertigens, a sua pele fica vermelha e quente. Pode começar a ver manchas escuras devido à falta de oxigénio, o pulso fica rápido e fraco, e sente uma fraqueza generalizada. É o chamado choque anafilático.