Dicas

Como escolher um monitor

O ecrã do portátil pode ser demasiado pequeno para quem passa várias horas em frente ao computador. Um monitor externo é uma boa aposta para ficar mais confortável em teletrabalho. Saiba como escolher o melhor monitor para as suas necessidades.

22 fevereiro 2024
Escritório em casa com um monitor na secretária

iStock

Antes de escolher um monitor, determine o uso que lhe vai dar: é para trabalhar a escrever e a navegar na internet ou é para ver filmes, jogar e fazer edição de fotos e de vídeos? Responder a esta questão é o ponto de partida, porque, dependendo da atividade, há várias características técnicas que fazem a diferença. A definição do monitor, o tempo de resposta, o brilho, o contraste, a reprodução de cores, o ângulo de visão ou a taxa de atualização são importantes, assim como alguns critérios extra relacionados com o formato do ecrã, a diagonal, os ajustes e a possibilidades de ligações. Voltar ao topo

Diagonal, definição e formato

A diagonal do ecrã é medida em polegadas (1 polegada = 2,54 cm). A maioria dos consumidores tende a escolher um ecrã com tamanho de 21 a 28 polegadas (53 a 71 centímetros). Esta característica vai depender muito do critério do utilizador e do que quer gastar, bem como do uso que dará ao monitor e do espaço disponível para instalá-lo. Existem, também, monitores muito maiores ou curvos, geralmente mais usados por jogadores ou analistas financeiros. Muitos modelos têm versões com diferentes diagonais, mas especificações técnicas semelhantes.

Ao multiplicar o número de píxeis na horizontal e vertical fornecidos pelo fabricante, obtém o número de píxeis do ecrã, ou seja, a respetiva resolução. Dividindo esse valor pelo da diagonal do ecrã, obtém a densidade de píxeis (ppi – pontos por polegada). Quanto maior for o número, mais detalhada será a imagem.

Quanto ao formato do ecrã, os originais 4:3 foram substituídos pelos panorâmicos 16:9 ou 16:10.

Tempo de resposta

É a medida, em milissegundos, do tempo que um píxel leva a ir do preto ao branco e a voltar ao preto. Quanto mais baixo for este valor, mais rápida será a resposta do ecrã, característica essencial para quem quer jogar. Se o monitor for para utilizar em trabalho de escritório como e-mail, internet, word ou excel, o tempo de resposta não é um critério muito importante.

Brilho e contraste

O brilho corresponde à intensidade máxima da luz emitida pelo ecrã. Por norma, os valores medidos variam entre 200 e 400 candelas por metro quadrado (cd/m²). Um valor alto garantirá uma imagem facilmente legível, mesmo numa sala com muita luz ou se o ecrã estiver sob incidência de luz solar, um cenário indesejável.

O contraste expressa-se pela relação entre as zonas escuras e claras da imagem. Sendo baixo, a imagem tem um aspeto mais esbatido. Se for muito alto, resulta em imagens demasiado saturadas e com menor nível de detalhe nas zonas mais claras.

Com o brilho máximo, esse rácio varia entre 200:1 e 800:1 na maioria dos modelos. Mas os mais caros conseguem rácios superiores a 3000:1.

Reprodução de cores

Um monitor só pode reproduzir um determinado número de cores. Quanto maior for esse número, melhor é a reprodução das imagens e dos vídeos. O espaço de cores dos ecrãs é medido em comparação com uma referência padrão (o espaço sRGB). O resultado é expresso em percentagem de sRGB. Quanto maior for este valor, mais rica será a gama de cores disponível.

Ângulo de visão 

Um ecrã deve permanecer perfeitamente legível, mesmo quando visto de um ângulo apertado, de cima ou de lado. Infelizmente, nem sempre é o caso e, com alguns tipos de monitores, nota-se uma rápida degradação da qualidade da imagem, no brilho, no contraste e/ou nas cores, à medida que nos afastamos da posição frontal. Por outro lado, um ecrã com ângulo de visão muito grande é menos conveniente, se tiver outras pessoas ao seu lado e quiser proteger a privacidade. Por isso, este critério pode não ser determinante, se o propósito for trabalhar sempre numa posição frontal.

Taxa de atualização

Corresponde ao número de imagens exibidas num segundo. Os valores típicos são de 60 ou 75 Hz. Mas já há modelos com mais de 100Hz. Em monitores LCD de uso geral, estes valores são suficientes para garantir uma imagem estável. No entanto, são muito baixos para amantes de videojogos, que privilegiam a taxa de atualização.

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Tipos de painéis

Os fabricantes usam vários tipos de painéis principais ou variações dos mesmos. Quais são as vantagens e os inconvenientes de cada uma das tecnologias?

TN (Twisted Nematics): é a versão mais antiga e, até há pouco tempo, a mais comum. Caracteriza-se pelo excelente tempo de resposta, mas, geralmente, o contraste e o ângulo de visão não convencem. Os monitores de computadores mais baratos ainda costumam usar este tipo de painel.

IPS (In Plane Switching): é a que proporciona imagem com melhor qualidade, muita precisão na reprodução de cores e ângulos de visão bastante amplos. O tempo de resposta é, em regra, superior ao conseguido pelos ecrãs VA, mas inferior ao dos TN.

VA (Vertical Alignment): destaca-se em termos de brilho, elevado nível de contraste, rigorosa reprodução de cores e bons ângulos de visão. Mas apresenta um tempo de resposta um pouco elevado.

OLED (Organic LED): tendencialmente mais caros, estes ecrãs já não utilizam um sistema de retroiluminação, mas fontes de luz LED orgânicas para cada píxel da imagem. Os pretos são profundos, as cores fiéis e o tempo de resposta mais rápido. Um dos defeitos é uma certa falta de brilho.

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Ligações

Dependendo da idade, do desempenho e do preço, um monitor pode receber a imagem do computador através de vários tipos de ligações.

VGA (Video Graphics Array): ligação analógica ainda presente em alguns computadores, mas já obsoleta e com tendência para desaparecer rapidamente. Deve garantir que o monitor dispõe de entrada VGA, se tiver um computador de secretária ou mesmo um portátil dos mais antigos.

DVI (Digital Video Interface): existe em diversas variações, permitindo definições e desempenhos elevados. Há, até, uma versão que permite uma ligação apenas analógica (DVI-A). Este tipo de porta tem vindo a ser substituído por tecnologias mais modernas, como a HDMI e a DisplayPort.

HDMI (High-Definition Multimedia Interface): atualmente, é uma ligação muito usual, presente nos computadores e na maior parte dos televisores. Existem duas versões: HDMI 1.4, suficiente para a maioria dos utilizadores, e HDMI 2.0, que proporciona melhor desempenho de vídeo (definição e taxa de atualização). Além de vídeo, a interface HDMI transporta som.

DisplayPort/Mini DisplayPort: integram os computadores ou dispositivos mais recentes, e permitem um desempenho ainda melhor do que o HDMI 2.0.

USB 3.1 ou USB C: dada a atual proliferação de dispositivos com entrada USB C, esta ligação também pode ser útil. Além do formato muito pequeno dos terminais, é compatível com uma variedade muito grande de dispositivos (telemóveis, máquinas fotográficas, etc.).

Thunderbolt 1, 2, 3 ou 4: opção usada sobretudo pela Apple. As versões mais recentes (Thunderbolt 3 e 4) oferecem maior desempenho do que o padrão USB C.

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Como instalar o monitor

Para a instalação, siga as instruções que vêm no manual do monitor. Ainda importante, caso passe muito tempo ao computador, é poder instalar o monitor de forma a ser usado confortavelmente. O ideal é garantir um suporte ajustável em altura e a possibilidade de inclinar o monitor. Os modelos mais baratos não permitem este ajuste em altura, mas pode facilmente contornar a situação colocando um livro ou uma resma de folhas debaixo da base. Alguns vêm equipados com entradas USB, convenientes para ligar facilmente outros equipamentos, ou servir como uma docking station para um portátil, se usar sempre rato ou teclado, por exemplo. Voltar ao topo

Otimizar a qualidade da imagem

Para desfrutar de uma imagem de qualidade, há alguns aspetos a ter em consideração. Evite que lâmpadas e outras fontes de luz, como o sol, incidam diretamente sobre o ecrã. Calibre o monitor, ajustando o brilho, o contraste, a temperatura de cor, etc. Também pode optar por modos predefinidos, de acordo com o tipo de atividade (por exemplo, jogo, vídeo e escritório são alguns dos modos mais comuns).

Mantenha uma distância de, pelo menos, 40 centímetros entre os olhos e o ecrã, sendo que o ideal anda nos 50 a 100 centímetros. Tenha ainda o cuidado de posicionar-se de frente, para evitar movimentos rotativos do pescoço. Ajuste a altura do monitor para ficar ligeiramente mais baixo do que os olhos. Ou seja, a parte superior do monitor deve estar alinhada com os olhos. Faça pausas frequentes, de hora a hora, para repousar a vista (por exemplo, experimente olhar a paisagem através da janela).

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