Teste a televisores

Como escolher o televisor

Ajudamos a escolher o modelo mais adequado para si.

O tipo de ecrã, a qualidade de imagem, a dimensão do equipamento, o gasto energético e a compatibilidade com outras tecnologias são aspetos a considerar. Saiba como escolher o melhor televisor.

Guia de compras

Principais características

Na escolha de um televisor, o preço é importante, mas não é tudo. Reflita ainda sobre as características que lhe interessam e as dimensões da sala onde será instalado.

Os televisores full-HD têm 1080 linhas horizontais de resolução. Nos modelos 4K (ultra-HD), a resolução é duplicada na horizontal e na vertical (3840 x 2160 píxeis), mas este aumento não se traduz numa melhoria linear da nitidez em todos os ecrãs. Já existem à venda modelos com um nível de resolução ainda maior (o 8K), que duplicam novamente o número de píxeis no ecrã no plano horizontal e vertical. Os poucos equipamentos com esta resolução pertencem a uma gama alta, são dispendiosos e começam nas 55 polegadas de diagonal. Além disso, as análises que a DECO PROteste tem feito mostram que as diferenças de nitidez entre um painel 4K e um 8K são praticamente impossíveis de detetar.

Os testes da DECO PROteste indicam que a diferença de nitidez na visualização de conteúdos 4K começa a ser percetível nos ecrãs a partir das 46 polegadas – nas 55 polegadas ou mais, torna-se muito notória. Atualmente, muitos modelos acima das 40 polegadas e quase todos com mais de 55 polegadas incluem painéis 4K.

São poucos os canais, dos incluídos nos pacotes dos operadores de televisão, disponíveis em 4K. Esta resolução está presente sobretudo em serviços de streaming de vídeo, como Amazon Prime Video, Netflix Premium e YouTube, e consolas de jogos recentes, como Sony PS5/PS4 Pro ou Microsoft Xbox Series S/X ou One X. Ou seja, os televisores 4K e, mais ainda, os 8K têm de recorrer com frequência ao upscaller. Como funciona? Se estiver a ver um vídeo full-HD (1080 linhas) num televisor ultra-HD (3160 ou 6320 linhas), o sistema preenche as linhas em falta por interpolação. A qualidade do upscaller é, assim, determinante para a qualidade da visualização de conteúdos de resolução inferior.

Um número crescente de televisores possui a tecnologia HDR, que permite obter maior contraste e uma paleta de cores mais vasta. O HDR potencia o realismo de algumas cenas – sobretudo no exterior, onde se conjugam áreas com muita luz natural e zonas de sombra –, mas torna-se quase impercetível em cenas com pouco contraste. Os vídeos com HDR são ainda mais raros do que os que recorrem ao 4K, encontrados apenas em serviços de streaming de vídeo (por exemplo, Netflix Premium, YouTube e Amazon Prime Video) e em alguns jogos de vídeo.

E quanto a menções como Motionflow XR 1000Hz ou Perfect Motion Rate 1400Hz, PMI 1600 ou 800 PQI, que os fabricantes anunciam? Os testes mostram que não são indicadores claros da fluidez das imagens, nem tão-pouco da qualidade global do aparelho. Trata-se de designações comerciais, variáveis de marca para marca, que, por isso, nem sequer são diretamente comparáveis.

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Tipos de ecrã

LCD LED

Os ecrãs de cristais líquidos (liquid crystal displays), comummente conhecidos pela sigla LCD, funcionam com retroiluminação. A fonte de iluminação incide sobre uma camada de cristais líquidos, a qual controla a passagem desta luz sobre os vários subpíxeis. A respetiva intensidade permite reproduzir as diversas tonalidades da paleta cromática.

A boa relação entre qualidade e preço oferecida pelos LCD é uma das suas principais vantagens. Porém, não conseguem produzir cores muito precisas, nem negros profundos, o que prejudica, igualmente, os níveis de contraste. Apesar disso, a qualidade é satisfatória nos melhores equipamentos.

Os LCD atuais usam retroiluminação do tipo LED, ainda que possam recorrer a técnicas de implementação diferentes. São três as mais comuns: Edge lit LED, Direct LED e FALD (full array LED dimming). As duas primeiras permitem construir ecrãs mais finos e menos dispendiosos, enquanto as últimas conseguem um controlo mais preciso da iluminação em cada zona do ecrã.

Nos LCD Edge-Lit, os elementos LED são aplicados no topo e no fundo, nas laterais ou em redor do ecrã. Os elementos difusores garantem que a iluminação se propaga de modo uniforme. Esta instalação só costuma estar presente em modelos de entrada de gama.

Nos LCD Direct LED, os elementos LED estão dispostos por toda a traseira do painel.

O sistema de retroiluminação mais avançado é o Full Array LED Dimming (FALD). Os elementos LED, em maior quantidade, encontram-se em toda a traseira do painel, ainda que estejam separados por zonas cujo nível de iluminação pode ser controlado individualmente (local dimming). A intensidade de luz dos LED é, assim, controlada por blocos e adaptada a cada secção da cena reproduzida. É, por exemplo, possível atenuar ou desligar a iluminação nas zonas mais escuras e obter melhores contrastes e níveis de negro mais profundos.

Existe, ainda, um conjunto de ecrãs LCD que recorrem a filtros adicionais, com o propósito de melhorar a pureza das cores. Uma destas tecnologias é a Quantum Dot. A diferença, face aos LCD LED, está no tipo de retroiluminação e no percurso que esta faz até atingir o filme de cristais líquidos. Os Quantum Dot usam LED azuis, com maior precisão do que os brancos: incidem sobre um filme com biliões de nanocristais, conhecidos como quantum dots, de diferentes tipos e dimensões. Consoante a dimensão, cada um destes cristais emite, ao receber a luz azul, uma cor muito bem definida.

A densidade da luz e o espetro de cores produzidos pelos modelos Quantum Dot são superiores aos oferecidos pelos restantes LCD. Têm ainda, como ponto forte, a elevada precisão a reproduzirem cores, equiparável à dos ecrãs OLED. Porém, tal como os restantes LCD, não alcançam negros profundos. Apesar disso, obtêm um bom nível de contraste, graças aos elevados níveis de brilho. Os aparelhos com HDR tendem a ser bastante luminosos e, como tal, interessantes para usar em salas com muita luz ambiente.

Outra tecnologia, que pode ser encontrada em vários modelos da LG, é a NanoCell. Novamente, trata-se de painéis LCD, mas agora com uma típica fonte de retroiluminação LED branca. Estes painéis têm um filtro de nanocristais que aumenta, sobretudo, o rigor das cores, minimizando a saturação dos tons vermelhos e verdes e prevenindo a sua mistura (bleeding) na reprodução das cores adjacentes.

A LG lançou igualmente uma tecnologia híbrida, que combina elementos de Quantum Dot e NanoCell. Os aparelhos QNED, identificados nas referências por esta sigla, usam mini-LED como fonte de retroiluminação, o que implica o uso de muitas zonas de dimming, ou seja, áreas onde é possível controlar a intensidade luminosa de forma individual.

Estes painéis usam a típica estrutura de subpíxeis RGB (vermelho, verde e azul, em português). Cada subpíxel contribui com uma determinada intensidade para as três cores primárias. A mistura de cores, nas diferentes intensidades luminosas, permite recriar o leque cromático completo. O híbrido entre Quantum Dot e NanoCell reside na forma como é filtrada a luz de cada subpíxel:

  • azul – como a retroiluminação é também azul, não é aplicado nenhum filtro de cor;
  • verde – a retroiluminação azul passa por uma camada de Quantum-Dots que a convertem em verde;
  • vermelho – a retroiluminação azul é enviada através de uma camada de NanoCell, que faz a conversão para vermelho.

No geral, tanto os Quantum Dot, como os NanoCell e, claro, os híbridos QNED, garantem uma reprodução de cores mais fidedigna do que os LCD LED vulgares. Também os níveis de contraste e os ângulos de visão podem ser favorecidos.

OLED

Nos ecrãs OLED, não existe fonte de retroiluminação. São compostos por elementos LED de material orgânico, controlados individualmente e que produzem a sua própria luz, quando lhes é aplicada corrente elétrica.

Tal implica que, nas zonas mais escuras das imagens, os negros sejam reproduzidos de forma correta e os pequenos detalhes se mantenham percetíveis. Face aos LCD, os OLED apresentam níveis de negros muito superiores e, consequentemente, excelentes contrastes. Além disso, não acusam problemas de falta de uniformidade da iluminação, nem fugas de retroalimentação.

Embora os OLED reproduzam as cores com grande precisão, apresentam um nível máximo de iluminação um pouco mais limitado do que o dos atuais LCD Quantum Dot e NanoCell, ainda que tenha evoluído nos últimos tempos. São, por isso, um pouco menos adequados ao uso durante o dia, com bastante luz ambiente na sala.

Valores de contraste

O contraste marca a diferença entre as zonas escuras e claras das imagens, tendo mais impacto nas últimas. Se for baixo, gera imagens muito esbatidas; sendo exagerado, resulta em imagens agressivas, cansativas para os olhos e com perda de detalhes nas zonas mais claras. Um televisor com o contraste bem regulado exibe brancos brilhantes, mas sem perda de detalhes.

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Dimensão do ecrã e ligações

Um aparelho demasiado grande para o espaço onde é instalado torna o visionamento desconfortável e mais agressivo para os olhos. Além disso, acentua as imperfeições na imagem. Num aparelho demasiado pequeno, os detalhes são mais difíceis de percecionar.

Para televisores full-HD e ultra-HD (4K e 8K), a melhor experiência de visionamento é obtida quando, entre o ecrã e o sofá, há uma distância média próxima de 2,3 vezes a diagonal. Para calcular a diagonal adequada à sua sala, meça a distância entre o centro do sofá e o local onde vai instalar o televisor, e respeite o seguinte esquema:

  • 1,5 a 2,3 metros – 32 polegadas (81 cm);
  • 2 a 2,8 metros – 40 a 43 polegadas (102 a 109 cm);
  • 2,4 a 3,2 metros – 46 a 51 polegadas (117 a 130 cm);
  • 2,8 a 3,6 metros – 55 polegadas (140 cm);
  • 3,4 a 4,2 metros – 65 polegadas (165 cm).

Num cenário em que sejam apenas reproduzidos vídeos em ultra-HD (4K), é possível encurtar um pouco a distância entre o sofá e o ecrã, ou optar por uma diagonal ligeiramente maior. Mas, como os conteúdos em resolução 4K são ainda raros, esta situação não é muito provável.

Ligações do televisor

O HDMI é a ligação universal de eleição, presente nos aparelhos mais recentes. É utilizado por caixas descodificadoras dos operadores de televisão, leitores multimédia, consolas de jogos, leitores de blu-ray e outros equipamentos capazes de reproduzir sinais de vídeo de alta-definição. Torna-se, por isso, essencial escolher um televisor com, no mínimo, duas a três fichas HDMI.

Atualmente, quase todos os televisores vêm equipados com entradas USB, que permitem a reprodução de fotografias, música e vídeo a partir de pendisks e, em alguns casos, gravar emissões TDT para dispositivos USB. A grande maioria dos aparelhos, incluindo todos os smartTV, permitem a ligação à internet e à rede wi-fi doméstica, tanto por cabo Ethernet, como sem fios.

Há também várias formas de transmitir ficheiros multimédia do smartphone ou tablet para o ecrã do televisor. Entre as possibilidades, contam-se a duplicação do ecrã (screen mirroring) e a ligação Wi-Fi Direct, através da qual o televisor cria uma rede wi-fi, à qual o smartphone se pode conectar.

Criados pela Google e pela Apple, o Cast e o AirPlay são as tecnologias mais simples de partilha de conteúdos entre o smartphone e o televisor. A grande maioria dos televisores atuais permite o Cast, a partir de um conjunto de apps compatíveis que estejam presentes tanto num telemóvel Android, como no smartTV. Já os televisores com o sistema operativo Android/Google TV incluem de origem a funcionalidade Google Cast, que dá mesmo a possibilidade de fazer a transmissão a partir de apps que só estejam no telemóvel (por exemplo, Google Fotos). Para os utilizadores dos telemóveis da Apple (iPhone), as notícias são também positivas, visto que, sendo inicialmente raro, o protocolo AirPlay está agora incluído na maioria dos aparelhos das gamas média e alta.

Se o seu televisor não possuir a tecnologia Cast, ou não a tiver plenamente integrada, pode recorrer a um Google Chromecast, ou a um leitor multimédia com o sistema operativo Android, que permite usar as apps do smartphone no ecrã do aparelho.

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Outras funcionalidades

Para os gamers, é bastante interessante a tecnologia variable refresh rate (VRR), ou Freesync, que evita quebras nas imagens dos jogos (tearing), ocorridas quando o televisor trabalha com uma taxa de amostragem inferior à gerada pela placa gráfica da consola de jogos ou do computador. O sistema Freesync é da AMD, mas também aceita placas gráficas NVidia. Resultado: maior sensação de fluidez nos jogos. Além disso, o FreeSync (AMD) é um sistema VRR que não exige hardware específico no televisor, ao contrário do G-Sync (NVIDIA). Como resultado, há menos televisores compatíveis com o último sistema. No caso de televisores inteligentes, é mais importante a compatibilidade com o VRR e o FreeSync do que com o G-Sync, pois as consolas mais populares (PS5 e Xbox Series S/X) usam placas gráficas AMD.

A frequência do ecrã é mais um aspeto a considerar: sendo uma das características que diferenciam os televisores de diferentes gamas, pode oscilar entre 50 e 120 hertz. Pode não ser tão relevante para ver um canal de televisão ou um vídeo numa plataforma de streaming, mas, no caso do gaming, cujo processamento gráfico é feito sobretudo pela consola, tem a sua importância.

A maioria dos jogos atuais não permite tirar o máximo partido das consolas. São bastantes os que permitem jogar com resolução 4K a 120 Hz, mas não em simultâneo. Por exemplo, ou se opta por jogar em 4K a 60 Hz, ou em 1080 píxeis a 120 Hz. E há diferenças óbvias entre jogar com 60 ou 120 Hz, sobretudo quando os ecrãs são maiores. As imagens tornam-se mais fluidas e nítidas em cenas com movimentos rápidos, efeitos que podem, no entanto, variar consoante o jogo. A 60 Hz, nota-se algum arrasto e a duplicação de imagens.

A inclusão de um microfone no comando permite inserir texto por voz em certas apps (por exemplo, no YouTube). Alguns televisores integram ainda um assistente de voz ou admitem o controlo de algumas funções básicas (por exemplo, mudar de canal).

Há ainda televisores com um sistema Internet of Things (IoT), controlado, por exemplo, pelas apps Google Home ou Amazon Alexa, que permite monitorizar os equipamentos conectados à rede wi-fi doméstica (por exemplo, aceder à imagem de uma câmara de videovigilância conectada ou ao estado da máquina de lavar ou de café).

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Eficiência energética

Diminuir a pegada ecológica implica escolher equipamentos mais eficientes e fazer um bom uso deles e da energia.

Por norma, os televisores são já bastante eficientes, mas ainda é possível encontrar diferenças.

Muitos consumidores consideram que a etiqueta energética é útil e de confiança. No entanto, nem sempre compram equipamentos eficientes, porque pensam que são mais caros, como revelaram no inquérito sobre a eficiência energética da DECO PROteste.

As respostas também indicaram que nem sempre são seguidos os melhores comportamentos em casa, para reduzir o consumo de água, eletricidade e gás.

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Questões frequentes

Respondemos às principais dúvidas sobre televisores.

Como saber a dimensão do ecrã?

Para medir a diagonal de um televisor, estique a fita métrica entre dois cantos opostos do ecrã. A medida obtida, em centímetros, deverá ser dividida por 2,54, para obter o correspondente em polegadas. Quarenta polegadas são, aproximadamente, 102 cm; 50 polegadas correspondem a 127 cm; e 55 polegadas, a 140 centímetros.

Como ligar o televisor à internet?

Os televisores modernos podem ser conectados a uma rede wi-fi doméstica por cabo Ethernet ou sem fios. Consulte a documentação que acompanha o seu aparelho para saber como – será imprescindível, se quiser usar as funcionalidades smart, caso de apps (por exemplo, de streaming de vídeo ou áudio) ou de assistentes de voz.

Como ligar o telemóvel ao televisor?

Existem diversas possibilidades, nem todas eficientes ou práticas. Os protocolos de partilha Cast, Google Cast e Apple Airplay 2 são os mais interessantes. O Cast e o Google Cast destinam-se a facilitar a partilha entre smartphones ou tablets com o sistema operativo Android e apps compatíveis. O Google Cast é mais completo, permitindo o uso de apps não instaladas no televisor (por exemplo, Google Fotos). O AirPlay 2 destina-se a dispositivos móveis da Apple (iPhone ou iPad) e proporciona uma interligação igualmente cómoda.

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