Como escolher suplementos alimentares

Principais características

A saúde e o bem-estar tornaram-se uma das prioridades na vida dos consumidores. Com isso, aumentou também o interesse pelo uso de suplementos alimentares. Estes são alimentos pré-doseados que podem ter várias formas - pó, cápsulas, cápsulas moles constituídas por um ou mais nutrientes, plantas ou outras substâncias com efeito nutricional ou fisiológico -, e que se destinam a complementar uma dieta normal. Por vezes, o mais difícil é escolher os melhores entre a diversidade de produtos disponíveis no mercado.

No geral, uma alimentação saudável fornece todos os nutrientes necessários. Por exemplo, ao comer uma laranja ou dois quivis, consegue atingir a dose diária de referência de vitamina C, e 100 gramas de carne de vaca magra cozida garantem 87% do zinco necessário ao organismo. No entanto, grávidas e idosos poderão ter de recorrer a suplementos alimentares, quando justificado, e por indicação médica.

Um suplemento alimentar, se tomado em doses excessivas, pode não ser benéfico. Além de que não há evidências científicas de que algumas substâncias tenham efeitos comprovados quanto à imunidade. Os suplementos alimentares não são medicamentos, mas deve consultar sempre um profissional de saúde antes de os tomar.

Concentrados de proteína para desportistas não são suplementos

A principal função da proteína é construir e reparar músculos. Os concentrados de proteína em pó dirigidos a desportistas pertencem à categoria “alimentos”, segundo a Direção-Geral da Alimentação e Veterinária, responsável pelo controlo dos alimentos e suplementos alimentares. Desta forma, não têm de obedecer a nenhuma lei específica nem de cumprir nenhuma obrigação, por exemplo, em relação à quantidade de proteína.

A análise da DECO PROTeste a concentrados de proteína em pó mostra que é mais difícil encontrar um produto vegetal com elevada concentração de proteína do que um de soro de leite. 

As proteínas fazem parte da composição dos alimentos, pelo que uma alimentação saudável e equilibrada com carne, peixe, ovos e laticínios fornece a quantidade necessária de proteína (0,8 gramas por quilo de peso corporal) para o bom funcionamento do organismo. A soja, as leguminosas e os frutos secos, por exemplo, também são bons fornecedores de proteínas, embora em qualidade inferior às de origem animal por não incluírem todos os aminoácidos considerados essenciais. Se seguir uma alimentação variada e equilibrada, a suplementação não é necessária. 

Aditivos e doses em excesso

Os suplementos alimentares também contêm aditivos. Se alguns não representam risco para a saúde, há outros que não são recomendados, como óxidos e hidróxidos de ferro (E 172), dióxido de titânio (E 171), dióxido de silício (E 551), silicato de magnésio (E 553a) e edulcorantes, tais como aspartame (E 951) e acessulfame K (E 950).

Existe uma listagem europeia de aditivos permitidos, reconhecidos por um código “E” seguido de três dígitos. Leia sempre a lista de ingredientes e conheça os aditivos presentes no suplemento alimentar que vai comprar.

Os suplementos à base de plantas, probióticos e outras substâncias (própolis, betaglucanos e cogumelos) levantam várias questões, sobretudo a falta de alegações autorizadas. Além disso, não há estudos que comprovem a verdadeira eficácia destes suplementos para o bom funcionamento do sistema imunitário.

Alguns suplementos vitamínicos fornecem doses acima do valor diário de referência. Em Portugal, as doses diárias para a vitamina D são de 5 microgramas, mas existem no mercado suplementos que fornecem quantidades desta vitamina muito superiores aos valores de referência, e até ligeiramente acima dos limites superiores toleráveis de ingestão definidos pela EFSA: 100 microgramas.

Questões frequentes