Tesla Model Y, Hyundai Ioniq 5 ou Mercedes-Benz EQB: qual o melhor?

O sucesso da Tesla é único na história automóvel. Nenhuma marca conseguiu uma proeza igual. Em 2012, os americanos apresentaram o sedã de luxo Model S, o primeiro modelo de produção a revolucionar a mobilidade elétrica. O elétrico tornou-se de repente atrativo com uma autonomia adequada para a utilização diária com uma rede de carregamento. Em 2022, a Tesla já era o 14.º maior fabricante de automóveis, à frente de nomes como Renault e Fiat. O Tesla Model Y conquistou o primeiro lugar mundial entre os carros elétricos, e em 2023 foi o automóvel de passageiros mais vendido do mundo.

Os fabricantes convencionais não ficaram parados. A Mercedes converteu o GLB com motor a combustão no EQB elétrico e usa-o para seduzir clientes. A Hyundai adotou uma abordagem diferente e, com o Ioniq 5, desenvolveu um veículo elétrico para permitir um carregamento rápido único com o sistema de 800 volts. Tesla Model Y, Hyundai Ioniq 5 e Mercedes-Benz EQB são ótimos automóveis. As medições do laboratório e os testes de estrada revelam qual dos três SUV elétricos vence a prova.

 

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Tesla Model Y mais espaçoso do que a concorrência

Com 4,75 metros, o Tesla Model Y é o mais comprido e o que exibe mais espaço de largura. O Mercedes-Benz EQB e o Hyundai Ioniq 5 são ligeiramente mais curtos. O Mercedes é muito mais estreito do que os rivais, apenas percetível em lugares de estacionamento apertados ou na garagem de casa. O Tesla tem a maior bagageira e “oferece” o melhor espaço atrás. Contudo, os dois rivais perdem por pouco neste capítulo.

Os SUVs oferecem uma quantidade generosa de espaço. Os passageiros mais altos encontram espaço suficiente em ambas as filas de bancos. E os três modelos também não dececionam na mala, onde transportam objetos grandes de forma prática.

O Mercedes-Benz EQB parte na frente ao nível de versatilidade interior: é o único com uma terceira fila de bancos opcional por um custo extra (1050 euros). Tesla Model Y e Mercedes-Benz EQB ganham pontos com um banco traseiro rebatível em três secções, enquanto os bancos do Hyundai Ioniq 5 só podem ser rebatidos na proporção de 60:40.

Capô com armazenamento prático

Tesla e Hyundai contam com uma zona de armazenamento fácil de usar sob o capô dianteiro: ideal para guardar o cabo de carregamento, pronto a usar. O pedigree do motor de combustão da Mercedes é flagrante: uma confusão de componentes eletrónicos, cabos e ligações sob o capô; até parece o compartimento do motor convencional.

Para compensar, o Mercedes-Benz EQB é o único com puxadores de porta convencionais, que, ao contrário das versões embutidas na porta, são fáceis de segurar em todos os momentos e facilitam a abertura das portas, em caso de acidente.

Aprovados na qualidade de construção

Na construção, os três carros elétricos estão muito próximos. Hyundai e Mercedes marcam pontos com o acabamento meticuloso da carroçaria e do interior. A escolha dos materiais no interior é boa, mas uma inspeção mais detalhada acusa uma proporção maior de plástico rígido.

Só o Tesla Model Y tem o painel também revestido com espuma de plástico na parte inferior, o túnel central estofado e os pilares do teto e palas de sol revestidos com tecido. Já a carroçaria do Model Y denuncia algumas falhas – a Tesla ainda não controla totalmente o processo de fabrico. O carro em teste apresentou costuras de chapa seladas de forma descuidada, juntas que não estão niveladas e uma porta traseira mal ajustada.

 

 

 

Ecrã tátil serve para quase tudo no Tesla Model Y

Avançamos para os comandos, um dos pontos críticos do Model Y. O cockpit é minimalista. Tem de controlar quase todas as funções do carro através do enorme e intuitivo ecrã tátil. Só é pena que inclua funções básicas de segurança, como faróis, limpa para-brisas e ar condicionado. O ajuste do volante e dos espelhos só pode ser feito através do ecrã central. Resultado: as operações demoram mais do que o normal, o que aumenta a distração do condutor e o risco de acidentes. Curiosidade: a Tesla dispensou o painel de instrumentos, por razões visuais, e fixou o botão de alerta de perigo no forro do teto. É mais difícil de alcançar quando necessário.

Hyundai e Mercedes somam pontos: Ioniq 5 e EQB contam com um ecrã tátil para o sistema de infoentretenimento, mas têm botões táteis para funções elementares de segurança. As configurações importantes podem ser feitas com maior rapidez e sem grande distração. Um head-up display também está disponível no Hyundai Ioniq 5 e no Mercedes-Benz EQB.

Menos consumo e mais autonomia real com o Hyundai Ioniq 5

A potência neste confronto vai de 228 cv. para o Hyundai Ioniq 5 até uns impressionantes 514 cv. no Tesla Model Y. O norte-americano consegue melhores tempos de aceleração, mas é improvável que isso seja uma vantagem na prática. O Mercedes também acelera com ênfase, e a velocidade máxima do modelo de Estugarda está limitada aos 160 km/h. O Ioniq 5 acelera até 185 km/h, enquanto o Model Y chega aos 217 km/h. Alerta: se quiser chegar longe, não abuse no pedal do acelerador. O consumo dispara devido à carroçaria elevada.

Nas medições do consumo, o Hyundai Ioniq 5 atingiu o melhor valor: 18,2 kWh/100 quilómetros. Mercedes e Tesla consomem quase mais 15% com 21,1 e 21,2 kWh/100 km, respetivamente.

Hyundai Ioniq 5 carrega a bateria de 10% a 80% em 19 minutos

O Hyundai Ioniq 5 supera os rivais em toda a linha: consumo, autonomia e carregamento: com o sistema de bateria de 800 volts, único na categoria, e uma capacidade de até 230 kW, o carregamento de 10% a 80% demora apenas 19 minutos em condições ideais. Com os seus sistemas de 400 volts, o EQB e o Model Y precisam de mais de meia hora no posto de carregamento.

Em matéria de condução eficiente, o Hyundai não dá hipótese à concorrência. Já no planeamento de rotas para carregar ninguém consegue igualar a Tesla com a sua rede Supercharger.

A melhor condução pertence ao Tesla Model Y

As diferenças são também notórias no chassi. Cada fabricante com a sua filosofia. A Mercedes concentra-se sobretudo no conforto de condução. O EQB absorve habilmente a maioria dos solavancos da estrada, mas os movimentos pronunciados da carroçaria podem não agradar a todos.

Com amortecedores convencionais e apesar da configuração rígida, o Ioniq 5 e o Model Y oferecem um conforto de suspensão equilibrado com o qual é fácil de conviver. O Tesla impressiona com a melhor dinâmica de condução. Beneficia dos pneus grandes e da direção muito precisa e direta. Evoca as emoções de um kart, mas tem um efeito negativo na estabilidade da direção. O Ioniq 5 proporciona o melhor equilíbrio, enquanto o EQB é menos recetivo a um estilo de condução desportiva.

Menos 2 metros para travar faz a diferença

A distância de travagem não engana: com 34,5 metros medidos, o Tesla Model Y e o Hyundai Ioniq 5 precisam de menos 2,2 metros do que o Mercedes-Benz EQB em travagens fortes com o carro a partir de 100 km/h. Não parece muito, mas pode ter consequências graves se o pior acontecer: onde o americano e o sul-coreano já estão parados, o suábio ainda viaja a 25 km/h.

Tesla implacável na guerra de preços

O Tesla Model Y apresenta a proposta mais “acessível”. Com tração traseira custa desde 42 990 euros. A versão de motor duplo com tração integral Long Range começa nos 49 900 euros. E o motor duplo com tração integral da versão Performance dispara a fatura para 55 990 euros.

O preço do Hyundai Ioniq 5 arranca na casa dos 58 650 euros, mas a versão mais equipada bate nos 64 840 euros. Por sua vez, o Mercedes-Benz EQB 250+ custa desde 56 400 euros, e a versão 350 4MATIC Edition arranca nos 61 mil euros.

Além do preço mais atrativo, o Tesla Model Y conta com equipamento de série muito extenso à saída da fábrica. No caso do Mercedes-Benz EQB, tem de pagar mais para ter funções básicas.

O fator decisivo para muitos consumidores é a garantia. E aqui a Hyundai mais uma vez deixa a sua marca. O veículo tem uma garantia de sete anos sem limite de quilómetros. A garantia da Tesla dura quatro anos até 80 mil quilómetros, enquanto a Mercedes fica-se apenas por uma garantia de três anos. Há amplo acordo sobre a garantia da bateria e do sistema elétrico: oito anos e 160 mil quilómetros na Hyundai e na Mercedes-Benz e oito anos e 192 mil quilómetros para a Tesla, no caso do Model Y Long Range.

Qual é o SUV elétrico com menos avarias?

Além do veredicto dos especialistas, é essencial conhecer a durabilidade real do automóvel, e nos elétricos esta inquietação é ainda mais forte. O estudo de fiabilidade automóvel da DECO PROteste é o aliado perfeito. O Mercedes-Benz EQB é um modelo tão novo no mercado, que ainda não é possível contar com um número suficiente de respostas. Mas os 30 mil condutores inquiridos já partilharam tudo o que é preciso saber sobre o Tesla Model Y e o Hyundai Ioniq 5, ambos com versões desde 2021.

Em matéria de consumos, segundo os proprietários, o Tesla Model Y consome em média 17,2 kWh/100 km, enquanto o Hyundai Ioniq 5 gasta 17,4 kWh aos 100 quilómetros.

Na classificação da satisfação por marcas, a Tesla lidera com uma nota de 9,3 na escala de 1 a 10 valores, enquanto a Hyundai arrecada 8,3 valores. O Model Y é o campeão da satisfação. Os inquiridos estão muito satisfeitos com o desempenho, a caixa de velocidades e a mala. Pontos críticos: a visibilidade e a diferença entre o consumo anunciado e o consumo real do carro. No Ioniq 5, a caixa e o desempenho também impressionam, sendo os sistemas de apoio da condução o fator menos apreciado.

Na fiabilidade por marcas, ambas brilham com a classificação máxima de cinco estrelas. No ranking por versões, as diferenças são notórias, com grande vantagem para o Model Y. Este ocupa a segunda posição da geral, com todas as tecnologias combinadas, e é o carro elétrico mais fiável do estudo. O Ioniq 5 também consegue cinco estrelas, mas está uns furos abaixo.