aquecimento

Como devo escolher o sistema de aquecimento?

Ajudamos a escolher o melhor para si.

Manter o conforto térmico em casa durante o inverno é uma necessidade comum a muitos portugueses. O fraco isolamento térmico das construções em Portugal exponencia esta procura. Existem várias opções no mercado, nem todas económicas na altura da compra e algumas que podem fazer disparar a fatura da eletricidade. Ajudamos a escolher a solução mais equilibrada de aquecimento para a sua casa.

Como escolher

Principais características

As soluções de aquecimento mais procuradas pelos consumidores, por serem as mais baratas no momento de aquisição, são os aquecedores portáteis, que incluem os termoventiladores, os convectores, os emissores e os radiadores a óleo. No entanto, estas soluções podem aumentar, e muito, a fatura da eletricidade, além de o seu uso aumentar também a pegada ambiental.

O melhor sistema para o aquecimento da casa varia de caso para caso, dependendo do tipo de habitação e das reais necessidades de climatização da sua casa durante o ano.

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Aquecedores elétricos portáteis

Os aquecedores portáteis lideram a lista de preferências dos portugueses por serem os mais baratos e fáceis de transportar, permitindo aquecer várias divisões. No entanto, a sua utilização deve ser pontual, uma vez que o uso prolongado deste tipo de equipamentos tem um peso elevado na fatura de eletricidade. 

Os termoventiladores, por possuírem uma ventoinha que ajuda a dispersar o ar quente, fazem com que o calor seja sentido mais rapidamente, o que pode levar a uma diminuição do tempo de utilização. 

Termoventiladores

Entre os termoventiladores, existem os modelos tradicionais, com uma resistência elétrica em contacto com o ar, e os cerâmicos, nos quais a resistência está num elemento cerâmico. Os testes da DECO PROTESTE mostram que os modelos convencionais são mais eficazes na transferência de calor do que os cerâmicos. Estes últimos demoram mais tempo a aquecer o que leva a uma utilização mais prolongada e os pode tornar mais dispendiosos. 

Conte com cerca de 1000 W por cada 15 metros quadrados. Numa sala de 30 metros quadrados, escolha um modelo de 2000 a 2500 W. Se já tiver um modelo potente, pode regulá-lo em pequenas divisões: por exemplo, se for de 2000 W, programe-o para metade da potência máxima num quarto de 15 metros quadrados.

Apesar de mais rápidos a aquecer, como possuem uma ventoinha, os termoventiladores não são ideais para os quartos por serem mais ruidosos e poderem causar incómodo. Com este objetivo, prefira um sistema passivo, sem ventilação.

Verifique se o aparelho é leve, fácil de transportar e manobrar e exibe um painel de fácil leitura. Prefira os que dispõem de termóstato digital, para uma maior precisão na escolha e na manutenção da temperatura da divisão.

Um temporizador pode ser útil para desligar automaticamente o aparelho.

Verifique se pode usar o termoventilador logo após retirá-lo da caixa ou se tem de montar, por exemplo, as rodas ou outro tipo de suporte. Os modelos mais altos devem ser estáveis e resistentes em caso de queda. No final da época do frio, o seu tamanho e a possibilidade de arrumar o cabo transformam o aparelho numa solução compacta para guardar. 

Termoventilador, 2000 Watts a partir de 10 euros.
Termoventilador, 2000 watts a partir de 10 euros.

Uma resistência elétrica e uma ventoinha aquecem e propagam o ar quente de forma rápida. Vem equipado com termóstato e, geralmente, permite selecionar várias potências.

Uma resistência elétrica e uma ventoinha aquecem e propagam o ar quente de forma rápida. Vem equipado com termóstato e, geralmente, permite selecionar várias potências.

Os termoventiladores não são secadores de roupa, nem pode usá-los em ambientes húmidos ou com água (na casa de banho, por exemplo), exceto se indicarem que são adequados. Uma gota riscada, ausência de informação sobre o grau de proteção IP ou a marca IP20 ou inferior na etiqueta significam que não pode usar o aparelho em locais com água ou humidade. Só pode utilizá-lo com segurança na casa de banho se exibir um nível de proteção igual ou superior a IP21.

Pontos fortes e fracos 

  • Leve e compacto (menos de 1,5 quilos) 
  • Aquecimento rápido 
  • Ruidoso, logo, pouco adequado para os quartos
  • Dificuldade em controlar a temperatura máxima da divisão

Termoventilador de parede

Uma resistência elétrica e uma ventoinha aquecem e propagam o ar quente pela divisão. Pode vir equipado com termóstato e também com comando à distância, uma vez que tem de ser instalado na parede, geralmente por cima de portas.

Pontos fortes e fracos 

  • Não ocupam espaço no chão das divisões
  • Comando à distância
  • Muito mais lentos a aquecer do que os termoventiladores de chão
  • Ruidoso
  • Controlo da temperatura na divisão

Aquecedor a óleo

Todos demoram a aquecer o espaço e não permitem uma regulação adequada da temperatura.

  
Radiador a óleo, 2000 Watts desde 30 euros.
Radiador a óleo, 2000 watts desde 30 euros.

Resistências aquecem o óleo na estrutura metálica. Esta, em contacto com o ar, irá aquecê-lo. Quanto maior a área de contacto com o ar, maior a transferência de calor.

Pontos fortes e fracos 

  • Silencioso
  • Depois de desligado, o aparelho continua a emitir calor até que o óleo arrefeça 
  • Volumoso e pesado (mais de 10 quilos)
  • Lento a aquecer 
  • Dificuldade em controlar temperatura

Aquecedores convectores

Os convectores têm resistências elétricas na parte inferior. O ar frio entra por baixo, aquece e sai pela parte de cima. Alguns incluem ventoinha, o que acelera a saída de ar quente e o aquecimento da divisão. 

Convetor, 2000 Watts desde 20 euros.
Convector, 2000 watts desde 20 euros.

Resistências elétricas na parte inferior. O ar frio entra por baixo e sai por cima quente. Alguns incluem ventoinha, o que acelera a saída de ar quente e o aquecimento da divisão.

Pontos fortes e fracos

  • Silencioso, quando não tem ventoinha
  • Dificuldade em controlar a temperatura máxima da divisão
  • Alguns são volumosos e pesados (cerca de 3 quilos)

Aquecedores infravermelhos

Estes aparelhos demoram a aquecer e/ou não permitem uma regulação adequada da temperatura.

Aquecedor a halogéneo

Aquecedor de halogéneo, 1200 Watts desde 17 euros.
Aquecedor de halogéneo, 1200 watts desde 17 euros.

Horizontal ou vertical, inclui elementos de halogéneo que irradiam calor para quem está próximo do seu raio de ação.

Pontos fortes e fracos 

  • Silencioso
  • Pouco pesado (menos de 2 quilos)
  • Sem termóstato, logo sem controlo de temperatura
  • Mais lentos a aquecer
  • Serve, sobretudo, quem está junto do aparelho

Emissores de calor

Os emissores de calor podem ser uma solução nas casas com um elevado nível de isolamento térmico e que tenham tarifa bi-horária. Estes aparelhos permitem controlar a temperatura da divisão de forma muito satisfatória, podendo acumular calor durante a noite, quando está em vigor a tarifa de eletricidade mais baixa (nas horas de vazio), e libertá-lo mais tarde, quando a tarifa é mais elevada (horas de cheio). Contudo, para tal acontecer, é fundamental que a casa esteja bem isolada, com poucas ou nenhumas perdas, para o calor não se dissipar para o exterior. Contudo, face ao atual panorama da construção nacional, ao tempo que demoram a aquecer uma divisão e ao custo elevado de alguns equipamentos, podem não ser a solução.

Emissores de calor

emissor calor Taurus 
Emissor de calor, 1500 watts, a partir de 70 euros.

Este aparelho emite calor quando está em funcionamento, através da ativação de uma resistência elétrica. Quando se desativa, continua a libertar algum do calor acumulado no interior.

Pontos fortes e fracos

  • Silencioso
  • Inclui um termóstato digital que permite regular a temperatura com maior precisão
  • Permite programar o funcionamento
  • Pode ser fixado à parede
  • Demora muito a aquecer uma divisão
  • Consumo elevado se estiver em constante funcionamento
  • Alguns modelos não são portáteis
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Aquecedores a gás

Este é o tipo de equipamentos que não recomendamos. Se não existir uma correta e eficiente exaustão dos gases de combustão para o exterior, os mesmos são libertados para a divisão, o que representa um risco de vida para os utilizadores. Se por distração a sua utilização se realizar em espaços completamente fechados, os níveis de concentração de monóxido de carbono podem ser fatais, por outro lado, ao arejar a divisão ou deixar a porta aberta, o calor irá perder-se o que reduz a sua eficácia.

Além da libertação destes gases para a divisão, os equipamentos de queima libertam água para a divisão, o que tende a aumentar os seus níveis de humidade relativa, potenciando o desenvolvimento de fungos e bactérias, agravando ou precipitando o aparecimento de patologias construtivas e clínicas.

Atingem temperaturas superficiais muito elevadas, acrescendo o risco de queimaduras por contacto ou, no limite, risco de incêndio.

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Ar condicionado

Os aparelhos de ar condicionado do tipo inverter (bombas de calor ar-ar reversíveis) são uma das soluções mais eficientes para climatizar a sua habitação. Embora o seu preço de aquisição e montagem seja mais elevado, face às soluções de aquecimento anteriores, compensam através  de um menor custo de utilização. Arrefecem e aquecem rapidamente, com menos flutuações de temperatura, e com um reduzido consumo de energia elétrica associado. 

Também permitem desumidificar o ar, mas têm tendência a arrefecer a divisão. O mesmo aparelho pode ter preços diferentes consoante a loja. Consulte os resultados dos nossos testes a aparelhos de ar condicionado monosplit (uma unidade interior e uma unidade exterior) e descubra as melhores relações entre a qualidade e o preço. Tenha em conta o custo da instalação. Os valores variam com o tipo de construção da casa, a dificuldade de montagem. Saiba como escolher um aparelho de ar condicionado.

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Salamandra a pellets

Ao comprar uma salamandra a pellets, assegure-se de que a potência está adequada ao espaço a aquecer. Garanta a correta instalação e faça a manutenção regular para que a salamandra funcione de forma segura e otimizada, minimizando desperdícios.

O preço de uma salamandra a pellets pode variar entre os € 800 e os € 5000, consoante a sua potência, versatilidade e material de construção. Alguns modelos permitem a programação das horas de funcionamento e paragem, possibilitando o aquecimento da casa quando chegar.

Aspetos fundamentais para escolher a salamandra

Verifique a capacidade do depósito interno de pellets da salamandra: maior depósito, maior autonomia.

Quanto mais baixas forem as emissões de poluentes para a atmosfera (CO, CO2, NOx e partículas), melhor.

Pellets

Os pellets, pequenos cilindros de madeira compactada, são feitos com restos de folhas, serradura e lascas de madeira. Prefira os que apresentam uma cor uniforme e brilhante e estão bem compactados e sem pó.

Embora a certificação dos pellets não seja obrigatória, é um primeiro passo ao dispor dos fabricantes para garantir um maior controlo de qualidade e fornecer um produto eficiente e com uma pegada ecológica muito reduzida. Um produto certificado inclui uma imagem com as letras ENplus e PT seguidas de três dígitos que indicam o número do certificado, único para cada produtor.

PT XXX representa o código de identificação, único para cada produtor. A certificação ENPlus inclui ainda três classes de qualidade (A1, A2 e B), baseadas nas classes definidas na ISO 17225-2 e atribuídas de acordo com as propriedades dos pellets.Quando comprar pellets, prefira os que apresentam uma cor uniforme e brilhante e estão bem compactados e sem pó. Sempre que se encontrem disponíveis, verifique os seguintes parâmetros no rótulo.

  • Percentagem de cinzas. Quanto maior a percentagem de cinzas, mais vezes terá de limpar o reservatório, dado que aquelas podem originar pequenos problemas de corrosão e mais emissões e exigir manutenções mais frequentes.
  • Teor de humidade. Quanto maior a percentagem de humidade, menos material combustível estará presente nos pellets. Deve ser inferior a 10 por cento.
  • Poder calorífico. Indica a quantidade de calor libertada na queima, por cada quilograma de pellets. O ideal é ser superior a 16,5 MJ por quilograma.
  • Dimensões. Se os pellets forem muito grandes, podem originar problemas ao entrar na câmara de combustão. Tanto o diâmetro como o comprimento dos pellets devem ser compatíveis com a salamandra ou caldeira.
  • Temperatura de fusão das cinzas. Indica o valor a partir do qual as cinzas se fundem, formando um material agregado tipo pedra. Quanto mais alta for, melhor.
  • Durabilidade mecânica. Expressa em percentagem, representa a resistência mecânica dos pellets, o que é importante durante a fase de transporte e manuseamento dos sacos. A título de exemplo, se este valor for igual a 97,5 por cento, é expectável que cerca de 2,5 por cento dos pellets (para um saco de 15 quilogramas, corresponde a 375 gramas) perca a sua forma cilíndrica com os sucessivos manuseamentos. Quanto mais elevado for este valor, melhor.
  • Densidade aparente. Por norma apresentada em kg/m3, indica a quantidade de matéria-prima presente num dado volume. Mais uma vez, quanto mais alto, melhor.

Como preservar os pellets em casa

Certifique-se de que a embalagem não está danificada, já que os pellets tendem a absorver humidade. Se tiver um local seco onde armazenar os sacos de pellets, verifique se consegue um preço mais baixo ao comprar uma quantidade maior. 

Tenha cuidado ao transportar os sacos da loja para casa, pois alguns revelam-se frágeis. Da mesma forma, um excessivo manuseamento dos sacos pode aumentar o conteúdo de finos (poeiras e pequenas partículas que se soltam do granulado), daí ser importante manuseá-los pouco e com cuidado.

Escolha pellets certificados ao preço mais baixo

Este ano tem-se registado um aumento no preço dos pellets. No início do ano, um saco de 15 quilogramas custava cerca de 4,99 euros. Atualmente, estes valores rondam entre 8,99 e 10,99 euros. Ainda assim, o custo por kWh de pellets está próximo dos 13 cêntimos, sendo este valor mais baixo do que se paga atualmente pela energia elétrica (cerca de 20 cêntimos por kWh).

Nos últimos anos, a DECO PROTESTE tem vindo a testar pellets com certificação ENPlus, de classe A1 que, por norma, são os utilizados para aquecimento doméstico. Em laboratório, verificámos as características físicas e as dimensões (comprimento, diâmetro, durabilidade, entre outros) de cada produto. Avaliámos ainda o poder calorífico, ou seja, a energia realmente libertada na combustão pelos pellets.

Neste tipo de testes, os diferentes produtos são também submetidos a um ciclo de combustão, que permite medir as cinzas residuais (devidas à queima dos pellets) e a temperatura de fusão daquelas, ou seja, o valor a partir do qual as cinzas se fundem, formando um material agregado tipo pedra. Analisámos os gases de combustão produzidos e verificámos a sua composição química, incluindo a presença de metais pesados.

No passado, os resultados obtidos encontraram-se dentro do expectável. O peso dos sacos e as dimensões dos pellets estavam de acordo com o anunciado pelo fabricante. A quantidade de finos nos sacos foi, quase sempre, baixa, o que revela boa resistência e durabilidade dos pellets. Valores mais elevados de finos podem ser resultado de transporte, armazenamento ou manuseamento pouco cuidadosos, uma vez que não é possível saber o que ocorre às embalagens desde que saem da fábrica até chegarem às lojas.

De uma maneira geral, os produtos testados apresentaram um bom desempenho calorífico, baixo teor de humidade e poucas emissões de poluentes, como chumbo, zinco, cobre ou cádmio. Como praticamente todos os produtos testados revelaram boa ou muito boa qualidade global, a DECO PROTESTE recomenda optar por produtos certificados ao preço mais baixo que encontrar.

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Aquecimento mais eficiente

Qualquer que seja a solução escolhida, evite deixar o equipamento a funcionar durante longos períodos. Caso sinta que a temperatura começa a ser excessiva, desligue ou reduza a regulação do termóstato de modo que o aparelho pare ou se desligue. Além de obter maior conforto, poupa eletricidade.

No inverno, a temperatura de conforto situa-se entre os 18ºC e os 20ºC. Programe os aparelhos para estas temperaturas: valores acima destes representam maiores consumos de energia. Em alguns aparelhos, a inexistência de termóstatos digitais e a imprecisão dos modelos mecânicos dificultam a regulação, por isso, sempre que possível, prefira modelos com painel digital. Podem oferecer uma precisão adicional a regular a temperatura. 

Feche as portas e as janelas e verifique se estão bem calafetadas. O uso de cortinados pesados ajuda a conservar o calor. Colocar tapetes e carpetes também contribui para isolar a casa do frio. Nos dias e nas horas de sol, abra os cortinados e deixe os raios entrar. Fechar os estores nos períodos noturnos ajuda a conter o calor no interior, uma vez que funciona como mais uma barreira às perdas térmicas para o exterior.

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Questões frequentes

Respondemos às principais dúvidas sobre aquecimento.

Quais os aquecedores que consomem menos energia?

Os aparelhos de ar condicionado são dos mais eficientes, o que se traduz em menores consumos e custos com energia, quer para aquecer, quer para arrefecer. Para necessidades de aquecimento reduzidas e utilizações pontuais, os termoventiladores fazem com que o calor seja sentido mais rapidamente pelos utilizadores, o que pode levar a uma diminuição do seu tempo de utilização e, assim, reduzir os custos na fatura de energia.

Que aspetos devo ter em atenção na instalação de uma salamandra a pellets?

A maior dificuldade a ter em conta prende-se com a colocação da chaminé no exterior: pode vir a necessitar de uma autorização do condomínio ou da câmara municipal. Depois, há pequenas questões técnicas. Dado que os queimadores de pellets são aparelhos pesados (alguns modelos têm mais de 100 kg), é necessário verificar se a estrutura do local da instalação suporta esse peso. Vai necessitar ainda de um espaço seco e com boa acessibilidade para armazenar os pellets. A capacidade de carga dos modelos domésticos ronda os 15 a 25 kg, o suficiente para 8 a 10 horas de funcionamento à potência máxima.

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