Aquecimento: lareiras a lenha são mais eficientes?
A lareira a lenha continua a ser uma das alternativas preferidas para aquecer a casa no inverno. Conheça as vantagens e desvantagens face aos pellets, e o que pode acontecer se apanhar pinhas e galhos em propriedade alheia.
- Especialista
- Pedro Silva e Mariana Simões
- Editor
- Myriam Gaspar e Ana Santos Gomes
![Lareira a lenha acesa, ferramentas de mexer o lume do lado direito; pequena pilha de lenha arrumada num suporte do lado esquerdo. Parede branca à volta.](https://www.deco.proteste.pt/-/media/edideco/images/home/casa-energia/aquecimento/dicas/aquecimento-ambiente-com-lenha/thumb_aquecimento-lenha_800x450.jpg?rev=96372919-70f7-4476-aae4-984d740e6c5f&mw=660&hash=CDE19BA81469BC385D2FFEAE9D33AC14)
Há vários tipos de sistemas para aquecer com lenha: lareira, salamandra ou recuperador de calor. Estes dois últimos são mais eficientes, dado que têm a capacidade de aproveitar uma maior quantidade de calor, quando comparados com as lareiras tradicionais. É, contudo, importante adaptar a potência ao espaço a climatizar, para evitar custos desnecessários.
Evite ter uma lareira aberta. Na sequência da combustão da lenha, são libertadas partículas para a divisão que podem ser prejudiciais para a saúde. Além disso, grande parte do calor dissipa-se pela chaminé, não sendo aproveitado para aquecer o espaço. Há também um risco de incêndio acrescido.
Em alternativa, pode fechar a lareira ou, preferencialmente, instalar um recuperador de calor. Tem a vantagem de ser menos prejudicial para a saúde e de permitir reter uma maior quantidade de calor, tornando-se mais eficiente no aquecimento do espaço. Em termos estéticos, não causa impacto e assemelha-se à lareira aberta.
Lareira a lenha ou pellets: vantagens e desvantagens
Lenha e pellets apresentam características energéticas semelhantes, ou seja, em termos de aquecimento, cumprem as mesmas funções. No caso dos pellets, são produzidos a partir de resíduos de madeira resultantes de processos produtivos, como serrações ou indústria de mobiliário.
Para garantir a sustentabilidade da sua origem e produção, bem como a qualidade dos pellets, a DECO PROteste recomenda a opção por produtos que apresentem a certificação ENPlus. Este controlo não está disponível relativamente à lenha.
Em algumas zonas do País, os consumidores têm acesso a lenha gratuitamente. O mesmo não se verifica com os pellets, que em 2024 se encontram a preços mais acessíveis do que no ano passado. Ambos continuam a ser uma opção competitiva face a outras opções energéticas, como a eletricidade ou o gás.
Ainda assim, a lenha pode ser mais difícil de armazenar, principalmente em apartamentos. Convém guardá-la num espaço com pouca humidade e de fácil acesso. Não estando devidamente acondicionada, tem tendência a originar sujidade. Tenha em atenção que a queima de lenha húmida faz com que seja emitido mais fumo ou que não seja possível de todo acender a sua lareira.
Por sua vez, os pellets podem ser adquiridos em sacos de 15 quilos. É também necessário armazenar num espaço seco, mas podem ser de mais fácil manuseamento, uma vez que estão embalados.
Os equipamentos a lenha têm a vantagem de não necessitarem de eletricidade para funcionar. Mesmo que exista um corte no fornecimento, continuam a aquecer. Já no caso das salamandras a pellets, a maioria tem um sistema de alimentação elétrico, o que em casos de falha de eletricidade impede o normal funcionamento.
Aproveite as cinzas para limpar o vidro
As cinzas que se acumulam na lareira depois de a lenha ter ardido podem e devem ser aproveitadas para limpar o vidro do recuperador de calor.
- Certifique-se de que as brasas estão apagadas e o vidro já arrefeceu devidamente.
- Humedeça ligeiramente uma folha de jornal e passe-a pelas cinzas.
- Use o papel de jornal com as cinzas para esfregar o vidro. A sujidade soltar-se-á mais facilmente.
- Repita o processo tantas vezes quanto as necessárias para que toda a sujidade se solte.
- Passe com um pano húmido para agarrar os resíduos mais pequenos.
- Seque o vidro com uma folha de jornal seca.
Apanhar pinhas em propriedade alheia pode ser crime
Aquilo que, à primeira vista, parece um ato banal sem consequências, pode ser crime. É o caso da colheita ou comummente a apanha de pinhas numa propriedade pública ou privada. De acordo com o Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente da GNR, pode ser enquadrada como um crime de furto. A menos que a apanha seja de pouca monta. Isto é, que o seu valor seja diminuto e não acarrete prejuízo para o proprietário.
O procedimento criminal depende, no entanto, de o proprietário apresentar queixa, dado que é um crime semipúblico. É necessário ainda reunir diversos quesitos. Entre eles a intenção de praticar o furto de coisa alheia e, especificamente, um valor aproximado da coisa furtada, para a situação em causa ser ou não considerada crime.
Quanto à apanha de galhos, a situação é idêntica à apanha de pinhas.
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