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Kits solares: painéis para instalar na varanda

Há sistemas práticos de instalar e que permitem reduzir a fatura da eletricidade. Mas serão uma boa escolha para quem vive num apartamento? Saiba a resposta.

25 junho 2024
Painéis slores na varanda

iStock

Quer produzir eletricidade, mas vive num apartamento? Já há soluções para estas situações, e estão dispensadas da instalação por um profissional. Trata-se de kits que incluem um painel fotovoltaico, um microinversor e acessórios para prender o conjunto numa varanda, num terraço ou numa autocaravana. Basta, então, ligar a uma tomada, para começar a injetar eletricidade produzida pelo sistema.

Como a quantidade de energia produzida é baixa, não é necessário comunicar a instalação à Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG). De facto, um kit solar com cerca de 300 W pode produzir energia para alimentar um frigorífico e dois computadores. Mas será que vale a pena investir num destes produtos? Foi o que a DECO PROteste procurou saber.

Podem valer a pena, mas...

Para saber se compensa investir nestes sistemas, considerou-se que, em condições ideais de exposição solar, um kit de 300 W de capacidade consegue produzir cerca de 1,2 kWh por dia, o que equivale a perto de 440 kWh por ano. Para a estimativa, consideraram-se quatro horas de exposição solar durante 365 dias. Contudo, é um valor muito otimista. Como estes kits são, muitas vezes, instalados na vertical, sujeitos à orientação das varandas e a eventuais zonas de sombreamento, a produção será mais reduzida.

Embora os preços destes kits variem bastante, considerou-se um custo médio de 500 euros. Para a produção referida – 440 kWh anuais –, o prazo de retorno do investimento rondaria os seis anos, tendo em conta uma tarifa de eletricidade de 0,2 euros por kWh, que se traduz numa poupança anual de 88 euros. O custo do equipamento e a capacidade de produção são fatores determinantes na escolha. Por fim, dado que um sistema dura entre os 15 e os 25 anos, esta poderá ser uma solução vantajosa. Mas há condicionantes.

... há mais a considerar

Segundo a lei, qualquer sistema solar com capacidade superior a 700 W tem de ser instalado por técnicos especializados e ser comunicado à DGEG. Por esta razão, o consumidor tem de se certificar de que os painéis que instalar não ultrapassam os 700 W de capacidade. De contrário, há outros requisitos a seguir. Por outro lado, também terá de garantir que toda a eletricidade produzida é consumida, pois não poderá injetar energia na rede, sob pena de estar em incumprimento legal. Sendo assim, o consumo de eletricidade dos equipamentos de uso permanente, como frigoríficos e routers, terá de ser superior à energia produzida pelo sistema. Na eventualidade de não conseguir garantir esta condição, não invista no equipamento.

Se o local para o sistema for uma varanda ou o terraço de um apartamento, terá ainda de se certificar de que o pode instalar. Caso afete a linha arquitetónica ou a estética do prédio, será precisa a aprovação, em assembleia de condóminos, da maioria representativa de dois terços do valor total do prédio. Também poderá haver restrições arquitetónicas ou paisagísticas, quando se trata de prédios ou moradias localizados em centros históricos. Se for o caso, será preciso pedir autorização ao município.

Se os módulos fotovoltaicos forem flexíveis e leves, não requerem qualquer tipo de estrutura e são fixados, em geral, com abraçadeiras. Por esta razão, o local de instalação terá de permitir a sua colocação, o que poderá não ser possível em varandas de alvenaria. Certifique-se, pois, de que o local onde vai instalar os painéis permite as fixações. Resta garantir que há uma tomada por perto, interior ou exterior, para ligar o sistema.

Por fim, se ocorrer um acidente por deficiente instalação ou má utilização dos painéis solares – por exemplo, um equipamento que caia na rua e provoque danos num veículo –, a responsabilidade é do condómino. O mesmo acontece se o acidente resultar de um fenómeno meteorológico súbito, como chuva torrencial ou ventos fortes. Daí recomendar-se a contratação de um seguro multirriscos que inclua os danos causados pela queda ou quebra de painéis solares.

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