COMUNICADO

Cidades do futuro: consumidores valorizam acessos à saúde e tecnologia

29 novembro 2021
qualrede

Um inquérito realizado pela Euroconsumers em cinco países revela que as cidades continuam locais atraentes para viver, apesar da pandemia. 

O objetivo do inquérito da Euroconsumers em cinco países (Bélgica, Portugal, Espanha, Itália e Brasil) era identificar tendências nas expectativas, preocupações e oportunidades dos consumidores em relação às novas tecnologias e à Inteligência Artifical (IA) como soluções para problemas urbanos no pós-covid.

Durante a pandemia, 11% dos entrevistados profissionalmente ativos na União Europeia (UE) e 6% no caso do Brasil mudaram de casa, mas apenas 12% dos que se mudaram optaram por áreas rurais. Questionados sobre se, provavelmente, se mudariam para outra área nos próximos três anos, apenas 10% (cidadãos europeus) disseram que era muito provável, sendo que apenas 14% destes disseram que seria para uma área rural e 25% para uma área semi-urbana. Portanto, conclui-se que as cidades continuam atraentes para a maioria dos inquiridos. Quando questionados sobre o que mais valorizam na escolha de um lugar para morar, agora e antes da pandemia, os entrevistados em todos os países consideram a importância do acesso aos serviços de saúde, médicos e hospitais, mas também ter acesso à internet de alta velocidade e cobertura de rede.

No que diz respeito à vida profissional, 63% dos inquiridos da UE, profissionalmente ativos, não trabalham atualmente à distância. No entanto, dos trabalhadores cujo trabalho pode ser feito remotamente, 71% afirmaram que é provável que irão fazê-lo nos próximos três anos.

Inteligência Artifical é uma oportunidade para as cidades

No geral, os consumidores da UE consideram a Inteligência Artificial útil para melhorar a vida na cidade, seja para controlar a iluminação de forma mais eficiente (86%), otimizar os transportes públicos (85%) e a recolha de lixo (84%), gerir o tráfego da cidade (84%) ou identificar criminosos e pessoas desaparecidas (79%). Estes números são ainda maiores no Brasil.

Atualmente, a maioria dos consumidores considera que a Inteligência Artifical tem pouca ou alguma presença na sua vida quotidiana. Quando a pergunta é feita sobre a situação dentro de 3 e 10 anos, 62% dos entrevistados que vivem ou trabalham em áreas urbanas na UE e 80% no Brasil esperam que a Inteligência Artificial esteja muito presente no seu dia-a-dia.

No entanto, 35% dos entrevistados da UE que vivem ou trabalham em áreas urbanas também concordam com a afirmação “a implementação de tecnologia baseada em IA levará a cortes significativos de empregos em vários setores”, enquanto apenas 22% concordam que “a implementação de tecnologia baseada em IA criará uma procura significativa por novos empregos ”. Os números são semelhantes no Brasil, com 39% e 21%, respetivamente.

Falta de conhecimento sobre IA e desconfiança na regulação

Cinquenta e cinco por cento dos inquiridos na UE e 39% no Brasil consideram que os consumidores devem ser mais bem informados quando se trata de um sistema de decisão automática. Muito poucos consumidores acreditam que a legislação atual é adequada para regular com eficácia as atividades baseadas em Inteligência Artificial (UE: 14%). Poucos também confiam nas autoridades do seu país para exercer um controlo eficaz sobre as organizações e empresas de IA (UE: 18%). Portanto, embora os consumidores estejam receptivos à ideia de IA num contexto de cidade, para construir confiança na IA é preciso criar e implementar uma forte estrutura regulatória.

As cidades com Inteligência Artifical e o futuro da vida urbana na Europa serão discutidos no Fórum Internacional Euroconsumers, no dia 2 de dezembro, com decisores e representantes de cidades europeias inteligentes.

“A maioria da população global vive em cidades”, refere Marco Pierani, diretor de Relações Institucionais do grupo Euroconsumers. “E esse número vai crescer. É por isso que a Inteligência Artificial será crucial para a gestão eficiente dos nossos espaços urbanos, tornando-os lugares mais saudáveis, seguros e sustentáveis para se viver. Estes inquéritos devem servir como uma base para identificar o que é necessário dos decisores políticos para trazer a promessa da IA para as cidades.”

“Os consumidores têm confiança que a Inteligência Artificial ofereça inovação e melhore o funcionamento das nossas cidades”, afirma Els Bruggeman, chefe de Advocacia e Execução da Euroconsumers. “Mas, à medida que a tecnologia se torna mais predominante e importante nas nossas vidas urbanas, a confiança contínua do consumidor será vital. É, por isso, necessária uma estrutura legal robusta para garantir aos consumidores que os seus dados, a privacidade e a segurança serão fortemente protegidos.”

Os inquéritos foram conduzidos pela Euroconsumers, de 11 a 19 de outubro de 2021, em Itália, Bélgica, Portugal, Espanha e Brasil (São Paulo e Rio de Janeiro), com uma amostra online de cerca de mil adultos, dos 18 aos 74 anos, em cada país. A amostra foi organizada de forma a garantir que os dados do estudo estivessem de acordo com cada população nacional, por sexo, idade, área geográfica e escolaridade (sexo, idade e dimensão da cidade no Brasil).

Sobre a DECO PROTESTE
A DECO PROTESTE é a maior e mais representativa organização portuguesa de defesa dos consumidores. Intervém em cerca de 20 grandes áreas da vida dos consumidores através dos seus estudos, testes, análises de produtos e serviços, pareceres técnicos de especialidade e ações reivindicativas. O seu objetivo é criar consumidores mais informados e, por isso, mais exigentes e proativos na defesa dos seus direitos. Integra o grupo internacional Euroconsumers, que reúne organizações de defesa dos consumidores de Espanha, Itália, Bélgica e Brasil. 

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