Estudo da DECO PROTESTE: detergentes com bom desempenho e baixo impacto ambiental existem, mas ainda são poucos
![Alegações ecológicas marcas de detergentes](https://www.deco.proteste.pt/-/media/edideco/images/home/casa-energia/consumo%20sustent%c3%a1vel/not%c3%adcias/2021/alega%c3%a7oes%20ecol%c3%b3gicas%20detergentes/alegacoes-ecologicas.jpg?rev=d93c49ea-2370-44bf-b991-549685c45a24&mw=480&hash=67F8391ADBA0E9EA98D9ED0C91DAD42B)
A DECO PROTESTE, juntamente com as suas congéneres belga, italiana e espanhola (Test Achats, Altroconsumo e OCU), avaliou o desempenho ambiental e as alegações verdes de 228 detergentes de vários tipos. Nalguns casos, verificou-se que a comunicação dos aspetos ambientais dos detergentes nem sempre é feita de forma honesta e verdadeira.
Na sua composição, as fórmulas dos detergentes podem variar de muito simples a muito complexas, chegando a 35 substâncias diferentes num único produto. Dos 228 produtos analisados, poucos estão livres de substâncias nocivas ao meio ambiente e à saúde, muitas das quais são desnecessárias, como perfumes/fragrâncias e corantes. Além de não terem influência no desempenho, poderiam ser evitadas ou substituídas.
A DECO PROTESTE verificou, também, que o ecodesign das embalagens ainda não é uma prioridade para a maioria das marcas. Muitos produtos avaliados no estudo são vendidos em embalagens meio cheias e que não são feitas de materiais reciclados. A grande variedade de cores das embalagens condiciona a reciclagem.
No caso de alguns produtos, a referência a alegações verdes é claramente exagerada, sobretudo quando se trata de sobrevalorizar uma melhoria marginal como um benefício relevante. Os produtos tradicionais, geralmente, fazem alegações ambientais com referência aos ingredientes e à embalagem, enquanto as alegações relacionadas com o bem-estar animal e o impacto ambiental geral aparecem, quase exclusivamente, nos detergentes verdes.
A DECO PROTESTE defende que as alegações verdes nos rótulos devem ser:
Verdadeiras - As autodeclarações ambientais de produtos, embora voluntárias, devem ser baseadas em dados verificados e em qualidades que o produto já possui, não em aspirações futuras, estratégias de negócios ou compromissos genéricos a favor do meio ambiente.
Claras - O benefício ambiental comunicado numa alegação deve ser facilmente compreensível para o consumidor, evitando linguagem técnica, estrangeirismos, termos implícitos ou vagos.
Relevantes - As alegações verdes devem dizer respeito a um aspeto importante do ciclo de vida do produto: composição, embalagem, consumo de energia durante o uso do produto ou consumo de água.
Justas - Uma alegação pode ser literalmente verdadeira, mas se for provável que seja mal interpretada pelos consumidores, torna-se injusta. Um produto não deve usar restrições legais para fazer alegações ambientais e estas devem evitar comparações implícitas com outros produtos no mercado.
Os pontos anteriores já estão incluídos no Código de Conduta de Autorregulação Publicitária em matéria de publicidade e outras formas de comunicação comercial (da ARP – Associação da Autorregulação Publicitária), que deveria ser seguido pelos fabricantes.
Com base no desempenho - Os produtos, embora reduzam o impacto ambiental, ainda devem manter uma boa eficácia durante o uso. As características ambientais do produto não devem substituir ou compensar as funções primárias do mesmo. Se isso acontecer, a alegação deve comunicá-lo claramente.
O estudo integra o projeto europeu CLEAN, cujo objetivo é aumentar a consciência dos consumidores para o desempenho e impacto ambiental dos detergentes de uso doméstico, reconhecendo alegações enganadoras e práticas comerciais desleais destes produtos. O projeto também tem como objetivo apoiar os consumidores a usar e a confiar nos rótulos ambientais existentes, mais do que em declarações autodeclaradas pelas marcas.
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Este projeto foi financiado pelo Programa Europeu para os Consumidores. O conteúdo desta publicação representa apenas a opinião do(s) autor(es) e é da sua inteira responsabilidade. A Comissão Europeia não aceita qualquer responsabilidade pelo uso que possa ser feito da informação nele contida. |
Sobre a DECO PROTESTE
A DECO PROTESTE é a maior e mais representativa organização portuguesa de defesa dos consumidores. Intervém em cerca de 20 grandes áreas da vida dos consumidores através dos seus estudos, testes, análises de produtos e serviços, pareceres técnicos de especialidade e ações reivindicativas. O seu objetivo é criar consumidores mais informados e, por isso, mais exigentes e proativos na defesa dos seus direitos. Integra o grupo internacional Euroconsumers, que reúne organizações de defesa dos consumidores de Espanha, Itália, Bélgica e Brasil.
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