COMUNICADO

Pandemia faz descer satisfação dos portugueses com cuidados primários de saúde

26 janeiro 2022
Paciente a conversar com uma médica

Sete em cada dez inquiridos não fizeram duas a cinco das consultas de que precisavam entre o início da pandemia e meados de 2021.

A DECO PROTESTE, organização de defesa do consumidor, realizou um estudo para avaliar a satisfação dos portugueses com os cuidados de saúde primários desde março de 2020 a junho de 2021. 55% dos portugueses precisaram de cuidados de saúde não relacionados com covid durante a pandemia. Destes, quase metade não receberam todos os cuidados que precisaram, sendo que sete em dez falharam duas a cinco consultas nos últimos 15 meses. No global, a satisfação com os centros de saúde desceu.

O estudo da DECO PROTESTE revela que a assistência aos pacientes, nos cuidados primários de saúde, foi afetada pela reorganização dos serviços no período pandémico. 46% dos inquiridos que precisaram de cuidados de saúde durante a pandemia não conseguiram suprir todas as necessidades, sendo que 27% deles não tiveram uma única consulta – uma realidade à qual não será alheia a alocação de profissionais de saúde para o seguimento telefónico de doentes com Covid-19, vacinação e outras tarefas referentes à gestão da pandemia.

Os dados reportados alertam que sete em cada dez utentes que falharam cuidados de saúde  não fizeram duas a cinco das consultas de que precisavam entre o início da pandemia e meados de 2021, manifestando impacto na sua saúde – num quarto dos casos com consequências graves.

A maioria os inquiridos que têm o seu médico de família há menos de um ano (55%) indicam não terem tido todos os cuidados que precisavam, um valor superior aos pacientes que têm o mesmo médico há mais de 10 anos (40%). O que parece indicar que as relações mais duradouras com o médico de família tendem a beneficiar o acompanhamento. 

Em termos geográficos, o norte do País surge à frente das falhas reportadas, com 54% dos utentes a dizerem que não viram todas as suas necessidades atendidas. Em termos gerais, a proporção de queixas é maior entre os doentes crónicos e os que descrevem o seu estado de saúde como mau ou mediano. 

Ana Guerreiro, das Relações Institucionais da DECO PROTESTE, explica que “quanto maior o número de consultas suprimidas, maior se revela o impacto na saúde e menor a satisfação dos utentes com o médico de família e com o centro de saúde”. 

Apenas um terço dos inquiridos que precisaram de cuidados de saúde não penalizaram o clínico geral. Quatro em dez consideram o acompanhamento médico insatisfatório e 28% assinala a opção “sofrível”. Quando questionados sobre o nível de satisfação atual com os cuidados de saúde primários, 31% dos inquiridos apontaram o sinal menos ao médico de família e 37% ao centro de saúde. Comparativamente ao período antes da pandemia, um terço dos utentes estão atualmente menos satisfeitos com o seu médico de família e quase metade com o centro de saúde.

O número de pacientes por médico de família, que em muitos casos chega aos 2000,  constitui outro dos fatores para os elevados tempos de espera, sobretudo em período de pandemia. Esta é uma situação que se agrava no caso dos utentes sem médico de família, que supera um milhão de portugueses (1,1 milhões).

Sobre a DECO PROTESTE
A DECO PROTESTE é a maior e mais representativa organização portuguesa de defesa dos consumidores. Intervém em cerca de 20 grandes áreas da vida dos consumidores através dos seus estudos, testes, análises de produtos e serviços, pareceres técnicos de especialidade e ações reivindicativas. O seu objetivo é criar consumidores mais informados e, por isso, mais exigentes e proativos na defesa dos seus direitos. Integra o grupo internacional Euroconsumers, que reúne organizações de defesa dos consumidores de Espanha, Itália, Bélgica e Brasil. 

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