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Gonorreia: o que é e como prevenir

A gonorreia é uma infeção de transmissão sexual e o número de casos está a aumentar. Conheça os sintomas e saiba como prevenir a doença e evitar complicações.

09 abril 2024
tubo de análise para despiste de gonorreia

iStock

Entre 2021 e 2022, os casos de gonorreia notificados em Portugal aumentaram de 1252 para 2253. Os dados do Centro Europeu para a Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC) mostram que é preciso apostar na melhoria da prevenção das infeções sexualmente transmissíveis, sobretudo junto da população mais jovem. Saiba que infeção é esta e o que fazer para se proteger.

O que é a gonorreia e quais os sintomas?

A gonorreia é uma infeção sexualmente transmissível transmitida principalmente através de relações sexuais desprotegidas (sexo vaginal, oral e anal) com uma pessoa infetada. Regra geral, há maior probabilidade de ser transmitida de homens para mulheres do que de mulheres para homens. Pode também haver transmissão de mãe para o filho, durante o parto. 

Sintomas nos homens

Nos homens, as infeções na uretra são a principal manifestação da doença. Os sintomas mais frequentes incluem o corrimento pela uretra, a dor e a ardência ao urinar e a dor nos testículos.

Sintomas nas mulheres

Já nas mulheres, as infeções tendem a localizar-se em qualquer parte do trato urinário e os sintomas mais frequentes incluem corrimento vaginal alterado, dor e ardência ao urinar e hemorragia entre os períodos menstruais.

As mulheres e os homens infetados podem ainda ter febre, manifestações na pele e nas articulações e infeções na garganta, ânus e reto. Em casos mais graves, e se não for tratada, a gonorreia pode causar infeção nos testículos, doença inflamatória pélvica, infertilidade, gravidez ectópica ou infeção nos olhos do bebé (se a mulher infetada estiver grávida).

Como saber se está infetado?

Muitos casos de gonorreia não provocam sintomas (especialmente nas mulheres), razão pela qual é importante a realização de rastreios com frequência, sobretudo se mudar de parceiro sexual. Já se existirem sintomas, deve procurar o seu médico assistente. À partida, o médico irá propor a realização de testes de diagnóstico e efetuar um plano de tratamento ou referenciá-lo para uma consulta especializada.

Para determinar se está infetado com gonorreia terá de fazer análises microscópicas ou laboratoriais a partir de amostras de urina ou de exsudado das mucosas infetadas. Simultaneamente, deverá também ser realizado o rastreio a outras infeções sexualmente transmissíveis (como VIH, sífilis e clamídia), uma vez que é frequente existirem várias infeções sexualmente transmissíveis em simultâneo.

Atualmente, no âmbito do alargamento aos cuidados de saúde primários do acesso à Profilaxia Pré-Exposição – uma estratégia preventiva da infeção por VIH, que implica a necessidade de rastrear outras infeções sexualmente transmissíveis –, os médicos dos cuidados de saúde primários já podem prescrever a pesquisa analítica da Neisseria gonorrhoeae, que permite detetar se o paciente está infetado com gonorreia. As análises podem ser feitas na unidade de saúde local ou externamente, numa entidade convencionada. 

Como se trata a gonorreia?

A gonorreia pode ser tratada com antibióticos. No entanto, a bactéria Neisseria gonorrhoeae (que causa a doença) tem vindo a tornar-se resistente a vários antibióticos, o que pode vir a tornar-se numa ameaça à redução da infeção. 

Se estiver infetado, o tratamento deve iniciar-se o mais rapidamente possível, de forma a evitar-se a propagação da infeção e o desenvolvimento de complicações. Durante o tratamento é importante abster-se de ter relações sexuais, pelo menos durante o período que lhe for indicado pelo médico.

Se já teve gonorreia, pode voltar a ter a infeção. A existência de novos contactos sexuais com portadores desta doença pode originar uma segunda infeção. Nesse caso, terá de ser tratado novamente. 

Como prevenir a gonorreia?

A forma mais eficaz de prevenir infeções sexualmente transmissíveis, como a gonorreia, é a prática de relações sexuais seguras. Use sempre preservativo. No caso da gonorreia, o uso de contracetivos orais não tem qualquer utilidade na prevenção.

Além disso, se estiver infetado, deve avisar os seus parceiros sexuais mais recentes para que procurem também tratamento e possam evitar a propagação da infeção. Faça um rastreio a infeções sexualmente transmissíveis se tiver um novo parceiro sexual. 

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