Pé-de-atleta: como prevenir e acabar com a infeção

Não precisa de ser atleta para ter pé-de-atleta. Estima-se que, pelo menos, 20% a 25% da população mundial sofra de alguma infeção fúngica superficial, como o pé-de-atleta. E, embora esta seja mais comum nos meses de verão ou em regiões com climas tropicais ou subtropicais, a incidência desta infeção tem vindo a aumentar. A DECO PROTeste explica o que é o pé-de-atleta, como se manifesta, como tratar e ainda o que fazer para prevenir infeções.

O que é o pé-de-atleta?

O pé-de-atleta, ou Tinea pedis, é uma infeção fúngica superficial da pele dos pés que pode afetar qualquer pessoa. É causada por um grupo de fungos chamados dermatófitos, que se alimentam de queratina. Esta é uma proteína estrutural da epiderme (camada externa da pele humana) que compõe a estrutura do cabelo e das unhas. Por isso, este grupo de fungos também pode causar infeções fúngicas no cabelo e nas unhas.

O pé-de-atleta é mais comum em comunidades fechadas, como equipas de atletas ou organizações militares, e é mais prevalente em pessoas que usam calçado fechado ou que frequentam piscinas e chuveiros públicos.

Quais os principais sintomas?

Existem quatro quadros clínicos de pé-de-atleta, com sintomas diferentes associados.

Tinea pedis interdigital

Esta é a forma de pé-de-atleta mais habitual. Caracteriza-se pela presença de fissuras, que podem provocar dor, maceração e descamação dos espaços entre os dedos dos pés, especialmente entre o terceiro e o quarto espaço interdigital. Este quadro clínico pode estar associado a infeção bacteriana, o que pode causar mau cheiro nos pés.

Tinea pedis hiperqueratósica

Esta infeção pode provocar descamação de cor branca em toda a região plantar e lateral do pé.

Tinea pedis inflamatória

É a menos frequente e apresenta-se como um eczema caracterizado por bolhas na planta e nos dedos dos pés. Estas bolhas podem causar ardor e comichão, o que causa um grande desconforto.

Tinea pedis ulcerativa

Embora seja raro, o pé-de-atleta pode, ainda, causar úlceras e erosões nos espaços entre os dedos dos pés. Esta forma mais agressiva da infeção ocorre, sobretudo, em doentes imunocomprometidos e em diabéticos. Nestes casos, a infeção bacteriana secundária também é frequente e deverá ser rapidamente tratada para que não evolua para doenças mais invasivas e que afetem estruturas mais profundas da pele e do tecido subcutâneo.

Como se diagnostica o pé-de-atleta?

Com base nestes sintomas, é relativamente fácil diagnosticar o pé-de-atleta. No entanto, se o tratamento tópico se mostrar ineficaz e as infeções forem recorrentes, deve procurar um médico.

Pode ser necessário realizar uma microscopia fúngica, um exame durante o qual o médico faz uma raspagem para retirar algum material da pele, como escamas, e o examina ao microscópio.

O pé-de-atleta é contagioso?

Sim. O contacto da pele dos pés com zonas com fungos dermatófitos é precisamente a principal forma de transmissão do pé-de-atleta. Estes fungos proliferam em ambientes húmidos e, por isso, não é raro que estejam presentes em balneários, chuveiros partilhados e piscinas públicas. Além disso, o contacto com objetos usados por alguém infetado com pé-de-atleta, como toalhas, meias e calçado, também pode facilitar o contágio.

Como se trata a infeção?

Se não for tratado, o pé-de-atleta pode dar origem a complicações, por exemplo, infeções da pele provocadas por bactérias.

O primeiro passo para tratar o pé-de-atleta é a aplicação de pomadas, sprays ou pós antifúngicos entre uma e duas vezes por dia. Regra geral, a infeção fica tratada entre duas e quatro semanas depois do início do tratamento. Se este tratamento não funcionar, se a infeção for muito recorrente ou se a área infetada for muito extensa, recorra ao médico assistente. Só um médico conseguirá distinguir o pé-de-atleta de outras doenças de aparência semelhante. Se, efetivamente, se confirmar que é pé-de-atleta, este poderá prescrever um antifúngico oral.

Como prevenir o pé-de-atleta?

Há alguns cuidados que pode ter para prevenir esta infeção:

• lave os pés diariamente. É importante secá-los bem após a lavagem, especialmente entre os dedos;
• evite andar descalço em balneários, piscinas públicas e chuveiros partilhados. Use uns chinelos ou umas sandálias nestes espaços;
• não partilhe meias, sapatos ou toalhas com outras pessoas;
• opte por meias de algodão ou com maior percentagem de algodão do que de materiais sintéticos. Além disso, é importante trocar de meias todos os dias ou sempre que praticar alguma atividade desportiva;
• não use o mesmo calçado dois dias seguidos. Deixe que os sapatos usados sequem antes de os voltar a utilizar, especialmente no verão.