O solário faz mal à saúde?

Há evidência científica que demonstra um aumento significativo do risco de cancro de pele (melanoma) associado à utilização de solários. O risco aumenta com o número de sessões e a frequência de utilização. Com base na evidência científica disponível, em 2009, a Agência Internacional para a Investigação do Cancro, associada à Organização Mundial da Saúde, classificou os raios ultravioleta emitidos pelas cabines enquanto carcinógeno humano, ou seja, como fator potenciador de cancro. Por outro lado, o solário promove o envelhecimento precoce da pele, rugas e perda de elasticidade.

Numa sessão de 15 a 30 minutos no solário, a pele recebe a mesma quantidade de radiação ultravioleta perigosa de um dia na praia. Os aparelhos bronzeadores emitem, sobretudo, radiação ultravioleta do tipo A (UVA). Esta provoca um bronzeado rápido, mas passageiro, e é responsável pelo envelhecimento da pele. A radiação UVB emitida é menor, mas tem uma intensidade cerca de três vezes superior à do sol, pois, regra geral, está à distância de 30 centímetros da pele. Os UVB permitem um bronzeado mais prolongado: penetram superficialmente e estimulam a produção de melanina, protetora da pele. Mas também são responsáveis pelas queimaduras solares e por manchas na pele. Ambas estão relacionadas com o desenvolvimento de alguns tipos de cancro cutâneo.

Cuidados a ter no solário

Mesmo sabendo os riscos associados, se decidir recorrer a esta forma de bronzeamento, antes de o encaminharem para a sala de solário, os profissionais devem avaliar o tipo de pele e o estado de saúde. Devem também verificar se tem problemas, antecedentes de cancro, queimaduras de infância ou outras contraindicações que impeçam ou condicionem a exposição.

O solário é proibido a grávidas, menores de 18 anos e pessoas com sinais de insolação. Também não podem fazê-lo pessoas que se declarem de fotótipo I (ruivas com olhos claros e pele muito clara, com frequência com sardas, e que não se bronzeiam) e pessoas que se declarem de fotótipo II (cabelo, olhos e pele clara, que fica rapidamente vermelha após exposição ao sol). No mesmo grupo estão pessoas com nevos (sinais) atípicos e/ou uso concomitante de fármacos fotossensibilizantes. Também não deve frequentar o solário se tiver pele muito branca e sensível, muitos sinais, antecedentes de queimaduras e cancro de pele ou tomar medicamentos, como antibióticos e antidepressivos.

O centro de bronzeamento está obrigado a fornecer aos seus utilizadores uma declaração de consentimento, para assinarem antes de se submeterem pela primeira vez, onde devem constar estes alertas e as regras para uma utilização segura. A lei determina ainda o registo do tipo de pele, ou fotótipo, e tempo de exposição recomendado, numa ficha de cliente.

Além disso, há outras recomendações que deve seguir para não correr riscos.

• Retire a maquilhagem e não utilize perfume.
• Não coloque bronzeadores ou cremes.
• Utilize óculos e, no caso dos homens, também proteção para os genitais.
• Respeite um intervalo de 48 horas, pelo menos, entre as duas primeiras sessões.
• Não se exponha diretamente ao sol e ao solário no mesmo dia.
• Antibióticos e antidepressivos, entre outros, podem aumentar a sensibilidade à radiação. Aconselhe-se com o médico. 
• Recomenda-se também que consulte o médico antes de se submeter a uma primeira exposição, caso possua algum dispositivo médico implantado, para que se verifique a existência de alguma contraindicação.