Extensores de rede wi-fi: pagar mensalidade ou comprar?

A velocidade do serviço de internet fixa inquieta muitos consumidores. Ganhou relevância com o teletrabalho e o ensino à distância. Muitas vezes, os problemas não estão relacionados com o serviço que chega a casa, mas sim com as condições em que o sinal wi-fi é distribuído pelas divisões. Recebemos queixas de consumidores que mediram no router uma velocidade de 100 Mbps e, em várias divisões da casa, tinham menos de um décimo (10 Mbps) ou nem conseguiam aceder à internet. Vários fatores podem afetar o sinal: obstáculos como paredes e certos revestimentos, ou interferências causadas por redes vizinhas e alguns equipamentos.

Para ajudar a resolver o problema, realizámos um teste à qualidade dos extensores de rede dos principais operadores e aos extensores mais vendidos com as novas tecnologias (Wi-Fi Mesh e Wi-Fi 6). Objetivo maior: avaliar a eficácia dos extensores de rede que se destinam a aumentar o alcance da rede doméstica wi-fi e prometem chegar a várias divisões com um bom nível de sinal.

Ver resultados do teste a extensores de rede

Extensor de rede para mais de dois anos? Compra pode ser mais vantajosa

Todos os extensores propostos pelos operadores obrigam a pagar uma mensalidade, exceto o MEO Smart WiFi, que é vendido. Tudo somado, é uma despesa elevada: ao fim do ano, custa entre 55 e 146 euros e em dois ou três anos ultrapassa o valor de compra dos extensores.

A médio prazo, a compra é quase sempre a melhor opção, a não ser que pretenda utilizar os extensores durante um curto período.

 

 

Avaliámos a utilização dos extensores e medimos a velocidade

Pretendíamos saber se era fácil colocar os extensores a funcionar para melhorar o desempenho da rede. O procedimento passou por ler as instruções, instalar os aparelhos e configurá-los. Todos facilitam estas operações e disponibilizam uma aplicação com os passos necessários.

Testámos os extensores ligados a um router com tecnologia Wi-Fi 6, exceto o produto da MEO, que ligámos ao router FiberGateway do operador com Wi-Fi 5. O teste foi feito numa vivenda isolada, de seis divisões, sem redes wi-fi vizinhas, nem outro tipo de interferências. Cada produto foi testado à vez, também para evitar interferências. Medimos as velocidades de download e upload, primeiro a partir do router isolado e depois dos extensores ligados ao router, através das normas Wi-Fi 5 e Wi-Fi 6, e em três localizações da casa. Calculámos o ganho de velocidade em cada local, dividindo o valor obtido via extensor pelo registado via router. Para fazer as medições, utilizámos uma aplicação de aferição de velocidade, instalada em dois smartphones, um deles com a norma Wi-Fi 6.

Wi-Fi Mesh e Wi-Fi 6: mais cobertura e velocidade

Destacamos os principais atributos e os utilizadores ideais de cada tecnologia.

Wi-Fi Mesh: o que é e como funciona?

O Wi-Fi Mesh é uma tecnologia destinada a aumentar a cobertura da rede doméstica e a eliminar áreas de sombra, funcionando como uma rede única, sem interrupções, nem transições. O sistema Mesh permite que os dispositivos ligados à rede acedam a velocidades mais rápidas e tenham uma ligação mais estável. Funciona com o recurso a dois ou mais extensores, para criar uma rede. Um dos extensores fica ligado ao router, e os restantes são distribuídos pela casa.

Enquanto a rede wi-fi criada pelos routers é realizada a partir de um único ponto, os sistemas Mesh têm vários pontos de acesso, e cada um envia o sinal de internet aos dispositivos conectados, pois todos se comportam como um só router. Cada um serve como uma "cadeia de ligação". Mais: ao comunicarem entre si, os extensores conseguem determinar a banda mais rápida para os dispositivos e redirecionar o tráfego, no caso de um extensor falhar.

Wi-Fi 6: ouviu falar?

É a sexta geração da tecnologia de redes wi-fi. Corresponde à norma 802.11ax. A nova nomenclatura substitui os nomes das normas wi-fi atribuídos pelo Institute of Electrical and Electronics Engineers, a organização que define as normas técnicas das redes. Resultado: as normas 802.11ax, 802.11ac e 802.11n passam a ser conhecidas, respetivamente, por Wi-Fi 6, Wi-Fi 5 e Wi-Fi 4.

Quais são as vantagens do Wi-Fi 6?

Desde logo, é mais rápido a transferir dados: até 40% a mais na velocidade de pico. Também tem maior alcance e cobertura, e permite mais dispositivos ligados em simultâneo, triplicando o número de utilizadores concorrentes. Por fim, revela mais eficiência e menos consumo.

Onde está o Wi-Fi 6?

Já existe em smartphones de várias marcas, como os da Apple, a partir do iPhone 11, e os Samsung Galaxy, a partir do S10. Mas muitos outros dispositivos, como a consola PlayStation 5 e os computadores portáteis recentes, também já são compatíveis com esta norma.

Quem precisa?

O Wi-Fi Mesh é útil para quem mora em apartamentos ou casas de tamanho médio ou grande e precisa de boa cobertura de rede na maioria das divisões, mesmo as mais afastadas. Dois extensores serão suficientes para um T3, devendo utilizar três ou mais, se a casa for maior. Também é a opção certa para quem não deseja alternar entre redes enquanto se desloca nas várias divisões.

Já o Wi-Fi 6 traz vantagens a quem tem os novos routers dos operadores que incluem esta tecnologia, ou dispositivos que a suportem. As normas wi-fi são compatíveis com as versões anteriores: pode ligar os aparelhos antigos, embora não beneficiem da velocidade superior. Se não for o seu caso, pode comprar extensores Mesh Wi-Fi 5, que também são eficazes e ficam mais em conta.