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Telemóveis: reconhecimento facial é seguro?

Um simples olhar do utilizador para o ecrã é suficiente para desbloquear smartphones com reconhecimento facial. Um teste a 165 aparelhos provou que nem todos são de confiança.

06 fevereiro 2024
Telemóvel a fazer reconhecimento facial

iStock

Por uma questão de segurança, os smartphones não devem estar desbloqueados, sob pena de qualquer pessoa que agarre no aparelho conseguir aceder à informação que dele consta. Para bloquear o equipamento, pode optar entre um código numérico (PIN), um padrão, uma palavra-passe ou dados biométricos: impressão digital ou reconhecimento facial.

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Desbloquear o telemóvel apenas ao olhar para ele leva muitos utilizadores a optar pelo reconhecimento facial. Mas será seguro? A DECO PROteste analisou 165 modelos com reconhecimento facial, e 42 foram desbloqueados com uma simples fotografia. Neste grupo, encontram-se tanto aparelhos baratos como alguns topo de gama.

Duas tecnologias diferentes

Reconhecimento facial, desbloqueio facial ou face ID é a função que permite desbloquear o telemóvel, iniciar sessão em aplicações ou autenticar compras com um simples olhar. Trata-se de uma tecnologia de autenticação biométrica que, como a impressão digital e a leitura da íris, usa características físicas únicas dos utilizadores para os identificar e conceder acesso. Prática de usar, está presente em muitos modelos.

A tecnologia usada para o reconhecimento facial não é igual em todos os telemóveis. Os que optam pela tecnologia 2D (bidimensional) criam uma imagem plana do rosto e mapeiam "pontos nodais", como o tamanho e formato dos olhos, nariz ou maçãs do rosto. São utilizados uma câmara e um emissor de infravermelhos para captar a imagem do utilizador e armazená-la como referência. Para desbloquear, o dispositivo analisa o rosto e compara-o com a imagem 2D armazenada. Já outros aparelhos usam tecnologia 3D (tridimensional). Esta faz uma digitalização de profundidade por infravermelhos, que, ao projetar dezenas de milhares de pontos, cria uma imagem em 3D do rosto do utilizador. Quanto maior for o número de pontos, mais seguro é o sistema.

O reconhecimento facial feito por sensores de imagem 2D é um pouco mais rápido do que o 3D, mas é menos seguro. Afinal, pode ser enganado por uma fotografia impressa ou um vídeo, como prova o teste.

 

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