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“É prioritário eletrificar os veículos que mais circulam”

Faltam décadas para o fim dos carros a combustão, mas a transição para a mobilidade elétrica impõe-se. Os veículos que mais circulam devem ser prioridade, diz Francisco Ferreira, da associação Zero. Refletimos sobre a era dos elétricos, em mais um episódio do podcast POD Pensar.

10 dezembro 2021
POD Pensar DECO PROTESTE

Representa ainda uma pequena fração dos veículos que circulam no País e no mundo, mas o automóvel elétrico está a conquistar, cada vez mais, a preferência dos consumidores. Em Portugal, as vendas de carros 100% elétricos dispararam e batem recordes todos os meses. De acordo com a Associação de Utilizadores de Veículos Elétricos (UVE), pela primeira vez, em novembro, as vendas de veículos elétricos superaram as de carros a gasóleo.

Para Francisco Ferreira, da associação Zero, o tempo do carro elétrico está, definitivamente, a chegar, mas há que alargar a visão. “Focamo-nos muito no carro elétrico, mas devemos focar-nos na mobilidade sustentável.” O veículo privado elétrico é parte dessa mobilidade sustentável, afirma o responsável. A prioridade devem ser os veículos que circulam mais e os transportes públicos. “É prioritário eletrificar os táxis e os TVDE”, defende o presidente da Zero, acrescentando ainda à lista os automóveis ao serviço das plataformas eletrónicas de entregas. “Temos de pensar numa mobilidade mais coletiva, partilhada.” Num breve futuro, sustenta Francisco Ferreira, os autocarros também deverão ser a eletricidade e não a gás natural ou a gasóleo.

O engenheiro silvicultor Paulo Pimenta de Castro concorda, mas alerta para a importância de discutir a forma como é produzida a energia para eletrificar o parque automóvel do futuro e fazer a transição para o paradigma da eletrização em geral: fontes renováveis de energia, sim, mas desde que tal não implique “queimar árvores”, referindo-se à biomassa. “A biomassa é um falso verde”, afirma o também presidente da Acréscimo –Associação de Promoção ao Investimento Florestal.

Alexandre Marvão, coordenador da área de mobilidade da DECO PROTESTE, também não tem dúvidas de que o padrão da mobilidade está a mudar de forma irreversível, aconselhando os consumidores que deparem atualmente com a necessidade de adquirir um carro novo, e hesitem entre este ser ou não a combustão, a optarem pelo carro elétrico. Neste momento, considerando as despesas com a compra, a posse, a utilização e a venda, “já compensa”, afirma o responsável.

Os três conversaram com Aurélio Gomes sobre a mudança de paradigma que se adivinha com o carro elétrico, no terceiro episódio do POD Pensar, Ideias para consumir, o novo podcast da DECO PROTESTE.

O futuro é elétrico. E boa parte do presente também

O carro elétrico é a melhor escolha já hoje, explica Alexandre Marvão. Poupança e sustentabilidade ambiental estão garantidas. Mas há que trabalhar a literacia do consumidor. É todo um novo mundo para conhecer, desde o carregamento à condução.

Notícias, testes e investigações sobre mobilidade urbana

A União Europeia definiu compromissos e metas ambientais com um impacto grande na mobilidade. As mais relevantes apontam para, em 2030, se alcançar uma redução de 55% das emissões de gases com efeito de estufa provenientes dos transportes e, em 2050, se atingir a neutralidade carbónica.

Prova de que o tiro de partida para a mobilidade elétrica já soou é, por isso, a decisão de renovarmos o nosso comparador auto online, que, em breve, muito em breve, estará restringindo a carros elétricos e plug-ins, a única tecnologia que contribui para atingir aquelas metas.

No contexto do manifesto dos consumidores para a mobilidade, "eletrificámos" os nossos estudos comparativos de automóveis. Agrupámos os carros por quatro segmentos para facilitar a escolha à medida das necessidades: citadinos/utilitários, pequenos familiares, familiares e grandes familiares. Com um total de 65 modelos, o nosso comparador é representativo do mercado nacional, o que nos permite atribuir os títulos de Melhor do Teste e Escolha Acertada em cada segmento.

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