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ChatGPT: 78% dos utilizadores fazem pesquisas com inteligência artificial

O inquérito da DECO PROteste a 1090 portugueses utilizadores de internet revela as opiniões e as preocupações perante o ChatGPT. Quase 80% dos utilizadores deste tipo de sistemas recorre ao modelo de inteligência artificial da Open AI para pesquisa de informações.

15 março 2024 Exclusivo
ChatGPT

iStock

A inteligência artificial há muito que deixou de ser considerada uma questão do futuro e, cada vez mais, tem ganho o seu espaço na vida das pessoas. E a maioria tem essa noção — cerca de 72% dos portugueses inquiridos pela DECO PROteste consideram que a inteligência artificial está presente no seu dia-a-dia.

Um exemplo disso é o impacto do ChatGPT nas várias indústrias, que tem promovido debates sobre as potencialidades deste modelo de inteligência artificial, com militantes em ambos os lados da barricada. A DECO PROteste já tinha posto à prova esta tecnologia, e os testes revelaram certas inconsistências quanto às capacidades do protótipo.

Mas serão estas falhas suficientes para afastar utilizadores? A verdade é que mais de metade dos inquiridos (57%) já experimentou o ChatGPT ou um sistema baseado nesta tecnologia. Contudo, apenas 32% continuam a utilizá-lo com algum tipo de regularidade

Jovens são os que mais recorrem ao ChatGPT

As idades que mais continuam a recorrer às funcionalidades do ChatGPT estão compreendidas entre 18 e 34 anos — cerca de 55 por cento. Já 65% dos inquiridos entre 55 e 74 anos nunca ouviu falar do ChatGPT.

A grande maioria dos utilizadores inquiridos (98%) não opta pela versão paga do serviço, e 86% dos respondentes utilizam-no a partir do computador. Por exemplo, cerca de 9% dos utilizadores usa o ChatGPT através da nova versão do motor de pesquisa Bing da Microsoft.

Preocupações com privacidade afastam pessoas

Entre as pessoas que não usam o ChatGPT, as principais razões que justificam a sua inutilização são as seguintes: nunca ouviram falar do ChatGPT (23,3%), não querem registar-se para utilizá-lo (21,3%) e têm preocupações com os seus dados privados (19,2%).

Cerca de 83% dos inquiridos que efetivamente utilizam o ChatGPT ou similares depositam a confiança (no mínimo, moderada) de que os seus dados pessoais estão protegidos. Apenas 3% não confiam na privacidade dos seus dados quando utilizam esta tecnologia.

70% já faz produção de texto no ChatGPT

Os utilizadores do ChatGPT utilizam-no principalmente para pesquisa de informações (78%) e para produção de textos (70%). Revelam-se também utilizações para resumos de textos longos (35%), criações ou inspiração (29%) e construção de códigos de programação (24%).

Quanto ao nível de satisfação geral, os portugueses inquiridos que utilizam o ChatGPT parecem não ter grandes queixas — cerca de 86% estão satisfeitos. A maioria considera que o registo é simples, a utilização é fácil, as respostas obtidas são fiáveis e a produção dos conteúdos enche as medidas.

Um terço dos inquiridos teme desemprego

Foi também pertinente apurar as opiniões e as preocupações face ao ChatGPT, quer sejam utilizadores ou não. No entanto, a maioria dos respondentes não concordou nem discordou face a grande parte das afirmações expostas.

Dois em cinco inquiridos (40%) não confiam nas autoridades nacionais para efetuarem um controlo eficiente dos dados recolhidos pelo ChatGPT. Ainda assim, um terço das respostas (31%) considera que as autoridades nacionais devem poder bloquear temporariamente o ChatGPT, caso sirva os interesses nacionais.

Cerca de 36% acreditam que o ChatGPT pode ajudar a poupar tempo em muitas profissões, enquanto apenas 14% discordam. E o desemprego pode aumentar? Quase um terço (32%) assume que sim, embora 22% prefiram ver o copo meio cheio e contrariem a afirmação.

Como foi feito o estudo da DECO PROteste

Entre 1 e 8 de junho de 2023, a DECO PROteste realizou um inquérito online a uma amostra da população adulta portuguesa com idades entre 18 e 74 anos.

O estudo obteve 1090 respostas válidas, que foram ponderadas para refletirem a opinião dos utilizadores nacionais de internet em termos de género, idade, região e nível educacional.

Os resultados procuram espelhar a opinião e a experiência dos inquiridos, mas podem ser considerados como tendência representativa da população nacional de utilizadores de internet.

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