10 dicas para investir o dinheiro com sucesso
Não deixe o dinheiro parado em depósitos à ordem ou com taxas reduzidas. Opte pelas melhores propostas do mercado e veja como gerir as finanças pessoais.
- Especialista
- António Ribeiro
- Herausgeber
- Myriam Gaspar e Filipa Nunes
![Euros e calculadora](https://www.deco.proteste.pt/-/media/edideco/images/home/dinheiro/poupan%c3%a7a%20e%20investimento/news/2022/gerir%20poupanca/gerir-poupancas.jpg?rev=ce05fb2a-bb35-4f67-b54e-a71ee2fff58a&mw=660&hash=B31D7AC708BC6197DDD6ED55E095F195)
Grande parte dos portugueses continua a ter o dinheiro parado em contas a prazo que rendem pouco, com taxas inferiores à inflação. De que forma isso impacta as finanças pessoais? Na prática, as poupanças perdem valor real, e o poder de compra diminui. Há, no entanto, boas notícias para quem consegue poupar. Após quase dois anos a subir drasticamente, a inflação parece estar a dar tréguas. O Banco de Portugal prevê 2,5% para 2024, um valor abaixo da inflação do ano passado (4,3 por cento). Além disso, ainda encontra no mercado depósitos a prazo com taxas próximas de 4% brutas.
Os títulos de dívida do Estado já foram uma solução mais interessante, pois a nova série dos Certificados de Aforro apresenta um rendimento mais baixo. Os seguros de capitalização escasseiam e raramente superam os melhores depósitos. A solução pode passar por investir o dinheiro a longo prazo em produtos com algum risco, mas com um rendimento potencial superior.
Para uma boa gestão das finanças pessoais, há dois tipos de poupança fundamentais:
- uma poupança de curto prazo, com a criação do fundo de emergência para fazer face a imprevistos que vão surgindo;
- e uma poupança de longo prazo, com a constituição de um pé-de-meia que sirva, no futuro, de complemento à pensão de reforma.
Investimento em poupanças: 10 conselhos
Veja os conselhos da DECO PROteste para aprender a gerir o dinheiro com sucesso.
1. Antes de investir, elimine as dívidas
Enquanto não se libertar das dívidas a taxas elevadas, não adianta estar a poupar. A sua poupança caminhará sempre a um ritmo mais lento. Não nos referimos a empréstimos de longo prazo (compra de casa), mas sim aos pequenos créditos, que penalizam o orçamento das famílias.
2. Atenção à fonte de informação
Cuidado com os conselhos dos amigos, ou mesmo do gestor de conta. Ainda que não sejam mal-intencionados, não são a fonte mais credível e isenta, nem conhecedora do mercado. Muitos esquemas piramidais são promovidos pelos amigos. Atenção também a um número cada vez maior de influenciadores digitais que dão conselhos também na área das finanças. Os analistas financeiros independentes devem ser credenciados pela CMVM e, infelizmente, há cada vez mais pessoas não habilitadas a dar aconselhamento financeiro online.
3. Inicie a poupança para a reforma quanto antes
O ideal seria subscrever um PPR assim que começa a trabalhar, na casa dos 20 anos, ainda que as quantias sejam pequenas. Não apenas porque se prevê uma diminuição substancial do valor das reformas a partir da década de 50, mas porque tem mais anos de poupança e beneficia do efeito de capitalização. Assim, pode aplicar em produtos com maior percentagem de ações (mais risco) e potencialmente mais rentáveis.
Aceda ao comparador para ver as Escolhas Acertadas da DECO PROteste e, caso já tenha um PPR, compare-o para ver quanto poderia ganhar mais. Se estiver a render menos, transfira-o.
4. Encare a poupança como um encargo regular
Não poupe apenas o que sobra no final do mês, pois corre o risco de não fazer qualquer poupança de forma disciplinada e regular. Por exemplo, pode programar transferências automáticas para evitar o “esquecimento”. É preferível encarar a quantia que põe de lado como um investimento pessoal, de que usufruirá no futuro.
5. Crie um fundo de emergência
Antes de pensar em qualquer investimento, sobretudo de risco, é importante criar o que é designado por “fundo de emergência”. Na prática, é uma almofada financeira (de, pelo menos, seis salários). Permite, a qualquer momento, fazer face a imprevistos e evitar ter de recorrer ao cartão de crédito, suportando taxas de juro elevadas, em regra, de dois dígitos.
6. Tenha a inflação como referência de rendimento
A inflação é a subida dos preços na economia. Se a sua poupança valorizar menos do que a taxa de inflação, significa que o seu dinheiro está a perder valor. A longo prazo, repetindo-se anualmente esse cenário, pode ser muito prejudicial à carteira. Por isso ouvimos muitas vezes dizer “o dinheiro vale cada vez menos”. Ter muito dinheiro à ordem é uma má estratégia.
7. Não invista em produtos estranhos
Cuidado com o investimento em produtos que não conhece ou não entende. Por exemplo, produtos estruturados têm regras que podem ser complexas. Por norma, são criados de forma a apresentar um rendimento potencial interessante, mas que raramente se verifica, porque estão dependentes da concretização de um conjunto de várias condições. Evite esses produtos.
8. Diversifique por vários bancos e produtos
Não coloque todas as poupanças no mesmo banco, nem no mesmo produto. De preferência, deposite em cada instituição apenas o montante que fica ao abrigo do Fundo de Garantia de Depósitos (100 mil euros por depositante) e Sistema de Indemnização aos Investidores (25 mil euros). É uma forma de diminuir o risco.
9. Arrisque, mas apenas com o dinheiro de que não necessite
Aplique nos produtos com maior risco apenas o montante que tem a certeza de que não vai necessitar a curto ou médio prazo. Produtos que não tenham o capital garantido, como fundos de investimento ou ações, só mesmo para prazos superiores a cinco anos. De outro modo, corre o risco de atravessar um período menos bom, com quedas das bolsas, e deverá ter tempo para recuperar e não resgatar numa altura menos favorável.
10. Escolha os produtos de acordo com o seu perfil
Não há duas pessoas iguais, mesmo em termos financeiros. Cada um tem necessidades e património distintos, bem como um perfil de risco diferente. Há quem lide bem com o risco, há quem abomine. Conheça o seu perfil de risco, o seu grau de aceitação, os conhecimentos e o tempo disponível para procurar informação sobre produtos e mercados mais complexos. Os produtos financeiros que subscreve devem ser adequados ao seu perfil.
Como aumentar a literacia financeira
Os portugueses são dos que menos poupam na zona euro. Não só porque auferem rendimentos baixos, mas também porque têm um elevado nível de iliteracia financeira. A propósito do défice de literacia financeira em Portugal, escute o episódio do POD Pensar, o podcast com ideias para consumir da DECO PROteste, dedicado ao tema. Aurélio Gomes modera o debate entre os seus convidados: Miguel Ferreira, professor catedrático da Nova SBE e coordenador do programa de literacia financeira “Finanças Para Todos”; Pedro Andersson, jornalista da SIC e responsável pela rubrica “Contas Poupança”; e António Ribeiro, economista e analista financeiro de produtos de poupança na DECO PROteste.
- O ABC da educação financeira infantil
- Incêndios florestais: estratégias de prevenção
- Criptomoedas: o que são e quando investir?
- O défice da literacia financeira em Portugal
- O papel do humor no contexto político e socioeconómico atual
- Resgate dos PPR para crédito da casa está a hipotecar o futuro?
- Arrendamento em Portugal: o olhar de proprietários e inquilinos
- Desperdício alimentar: como combater
- Dia Nacional da Sustentabilidade: o compromisso para um futuro sustentável
- Telemóveis nas escolas: que silêncio é este?
- O mundo novo do ChatGPT é mesmo admirável ou é uma ditadura que desumaniza?
- O passaporte para umas férias baratas e com conforto
- Certificados de Aforro: a queda anunciada
- Custo da saúde em Portugal é uma doença crónica
- Sensibilização para o ruído: em busca do silêncio perdido
- Ensino profissional: do preconceito ao conceito
- A paz, o pão. E a habitação?
- Lares de terceira idade em Portugal: o que se passa do outro lado da porta de entrada?
- O que nos está a custar o custo de vida
- Amor e uma burla
- Eutanásia: uma questão de morte ou de vida?
- Crédito à habitação, eletricidade e inflação: armas para enfrentar 2023
- Indústria dos cosméticos: mentiras em que queremos acreditar
- A reclamação é uma arma
- Prevenção de resíduos: as muitas vidas possíveis do lixo que produzimos
- Black friday: sabe comprar um eletrodoméstico?
- 2023, o ano de todas as incertezas
- No labirinto da obesidade infantil
- Subida da Euribor: soluções para enfrentar a tempestade dos juros
- Boa é a vida, mas melhor é o vinho
- Quanto custa estudar em Portugal?
- Ensino da língua gestual portuguesa nas escolas: sim ou não?
- O que está a falhar no Estatuto do Cuidador Informal?
- Telecomunicações: como prospera este setor, apesar das reclamações?
- "A violência contra os animais pode ser o primeiro sinalizador de violência doméstica"
- Férias (quase) pós-covid: novo paradigma, os problemas de sempre
- Burnout, semana de quatro dias e novos modelos de trabalho
- Comprar ou arrendar casa: um beco sem saída?
- Greenwashing: "Mais do que enganar os consumidores, mina a confiança"
- Portugueses sem médico de família: uma imensa minoria
- Inflação, subida de preços e guerra: a tempestade mais-que-perfeita
- Aumentos nos custos da energia e dos combustíveis
- Por que motivo o preço da água é diferente entre concelhos?
- Violência obstétrica: o que significa e qual o impacto em Portugal?
- "A cibersegurança é um tema de cidadania"
- A ilusão de um mundo "zero covid". O que se segue?
- Eleições: voto eletrónico e à distância são caminho a seguir?
- O meu condomínio dava um filme
- Pobreza energética em Portugal: lar, frio lar
- Fim dos carros a combustão: "É prioritário eletrificar os veículos que mais circulam"
- Depressão: "Há mais gente a pedir ajuda. A pandemia, mais do que a gota de água, foi a permissão"
- "Metade das compras em Portugal são feitas em promoção"
- Poupança: a grande "enjeitada" da economia?
Se gostou deste conteúdo, apoie a nossa missão
Somos a maior organização de consumidores portuguesa, na defesa dos seus direitos desde 1991. Acreditamos que Saber é Poder.A nossa independência só é possível através da sustentabilidade económica da atividade que desenvolvemos. Para mantermos esta estrutura a funcionar e levarmos até si um serviço de qualidade, precisamos do seu apoio.
Conheça a nossa oferta e faça parte da comunidade de Simpatizantes. Basta registar-se gratuitamente no site. Se preferir, pode subscrever a qualquer momento.
O conteúdo deste artigo pode ser reproduzido para fins não-comerciais com o consentimento expresso da DECO PROTeste, com indicação da fonte e ligação para esta página. Ver Termos e Condições. |