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10 dicas para investir o dinheiro com sucesso

Não deixe o dinheiro parado em depósitos à ordem ou com taxas reduzidas. Opte pelas melhores propostas do mercado e veja como gerir as finanças pessoais.

24 junho 2024
Euros e calculadora

iStock

Grande parte dos portugueses continua a ter o dinheiro parado em contas a prazo que rendem pouco, com taxas inferiores à inflação. De que forma isso impacta as finanças pessoais? Na prática, as poupanças perdem valor real, e o poder de compra diminui. Há, no entanto, boas notícias para quem consegue poupar. Após quase dois anos a subir drasticamente, a inflação parece estar a dar tréguas. O Banco de Portugal prevê 2,5% para 2024, um valor abaixo da inflação do ano passado (4,3 por cento). Além disso, ainda encontra no mercado depósitos a prazo com taxas próximas de 4% brutas.

Os títulos de dívida do Estado já foram uma solução mais interessante, pois a nova série dos Certificados de Aforro apresenta um rendimento mais baixo. Os seguros de capitalização escasseiam e raramente superam os melhores depósitos. A solução pode passar por investir o dinheiro a longo prazo em produtos com algum risco, mas com um rendimento potencial superior.

Para uma boa gestão das finanças pessoais, há dois tipos de poupança fundamentais:

  • uma poupança de curto prazo, com a criação do fundo de emergência para fazer face a imprevistos que vão surgindo;
  • e uma poupança de longo prazo, com a constituição de um pé-de-meia que sirva, no futuro, de complemento à pensão de reforma.

Investimento em poupanças: 10 conselhos

Veja os conselhos da DECO PROteste para aprender a gerir o dinheiro com sucesso.

1. Antes de investir, elimine as dívidas

Enquanto não se libertar das dívidas a taxas elevadas, não adianta estar a poupar. A sua poupança caminhará sempre a um ritmo mais lento. Não nos referimos a empréstimos de longo prazo (compra de casa), mas sim aos pequenos créditos, que penalizam o orçamento das famílias.

2. Atenção à fonte de informação

Cuidado com os conselhos dos amigos, ou mesmo do gestor de conta. Ainda que não sejam mal-intencionados, não são a fonte mais credível e isenta, nem conhecedora do mercado. Muitos esquemas piramidais são promovidos pelos amigos. Atenção também a um número cada vez maior de influenciadores digitais que dão conselhos também na área das finanças. Os analistas financeiros independentes devem ser credenciados pela CMVM e, infelizmente, há cada vez mais pessoas não habilitadas a dar aconselhamento financeiro online.

3. Inicie a poupança para a reforma quanto antes

O ideal seria subscrever um PPR assim que começa a trabalhar, na casa dos 20 anos, ainda que as quantias sejam pequenas. Não apenas porque se prevê uma diminuição substancial do valor das reformas a partir da década de 50, mas porque tem mais anos de poupança e beneficia do efeito de capitalização. Assim, pode aplicar em produtos com maior percentagem de ações (mais risco) e potencialmente mais rentáveis.

Aceda ao comparador para ver as Escolhas Acertadas da DECO PROteste e, caso já tenha um PPR, compare-o para ver quanto poderia ganhar mais. Se estiver a render menos, transfira-o.

Ganhe mais no PPR

4. Encare a poupança como um encargo regular

Não poupe apenas o que sobra no final do mês, pois corre o risco de não fazer qualquer poupança de forma disciplinada e regular. Por exemplo, pode programar transferências automáticas para evitar o “esquecimento”. É preferível encarar a quantia que põe de lado como um investimento pessoal, de que usufruirá no futuro.

5. Crie um fundo de emergência

Antes de pensar em qualquer investimento, sobretudo de risco, é importante criar o que é designado por “fundo de emergência”. Na prática, é uma almofada financeira (de, pelo menos, seis salários). Permite, a qualquer momento, fazer face a imprevistos e evitar ter de recorrer ao cartão de crédito, suportando taxas de juro elevadas, em regra, de dois dígitos.

6. Tenha a inflação como referência de rendimento

A inflação é a subida dos preços na economia. Se a sua poupança valorizar menos do que a taxa de inflação, significa que o seu dinheiro está a perder valor. A longo prazo, repetindo-se anualmente esse cenário, pode ser muito prejudicial à carteira. Por isso ouvimos muitas vezes dizer “o dinheiro vale cada vez menos”. Ter muito dinheiro à ordem é uma má estratégia. 

7. Não invista em produtos estranhos

Cuidado com o investimento em produtos que não conhece ou não entende. Por exemplo, produtos estruturados têm regras que podem ser complexas. Por norma, são criados de forma a apresentar um rendimento potencial interessante, mas que raramente se verifica, porque estão dependentes da concretização de um conjunto de várias condições. Evite esses produtos.

8. Diversifique por vários bancos e produtos

Não coloque todas as poupanças no mesmo banco, nem no mesmo produto. De preferência, deposite em cada instituição apenas o montante que fica ao abrigo do Fundo de Garantia de Depósitos (100 mil euros por depositante) e Sistema de Indemnização aos Investidores (25 mil euros). É uma forma de diminuir o risco.

9. Arrisque, mas apenas com o dinheiro de que não necessite

Aplique nos produtos com maior risco apenas o montante que tem a certeza de que não vai necessitar a curto ou médio prazo. Produtos que não tenham o capital garantido, como fundos de investimento ou ações, só mesmo para prazos superiores a cinco anos. De outro modo, corre o risco de atravessar um período menos bom, com quedas das bolsas, e deverá ter tempo para recuperar e não resgatar numa altura menos favorável.

10. Escolha os produtos de acordo com o seu perfil

Não há duas pessoas iguais, mesmo em termos financeiros. Cada um tem necessidades e património distintos, bem como um perfil de risco diferente. Há quem lide bem com o risco, há quem abomine. Conheça o seu perfil de risco, o seu grau de aceitação, os conhecimentos e o tempo disponível para procurar informação sobre produtos e mercados mais complexos. Os produtos financeiros que subscreve devem ser adequados ao seu perfil.

Como aumentar a literacia financeira

Os portugueses são dos que menos poupam na zona euro. Não só porque auferem rendimentos baixos, mas também porque têm um elevado nível de iliteracia financeira. A propósito do défice de literacia financeira em Portugal, escute o episódio do POD Pensar, o podcast com ideias para consumir da DECO PROteste, dedicado ao tema. Aurélio Gomes modera o debate entre os seus convidados: Miguel Ferreira, professor catedrático da Nova SBE e coordenador do programa de literacia financeira “Finanças Para Todos”; Pedro Andersson, jornalista da SIC e responsável pela rubrica “Contas Poupança”; e António Ribeiro, economista e analista financeiro de produtos de poupança na DECO PROteste.

Leia os artigos e oiça os outros episódios do podcast

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