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Medicamentos de venda livre: preços sobem mais do que a inflação

O aumento médio dos preços do cabaz de medicamentos de venda livre ultrapassou a inflação na saúde. E é fora das farmácias que eles continuam, em média, a ser mais baratos. Veja os sete medicamentos com maior subida de preços face a 2023. Descubra, ainda, em que distrito estes produtos estão mais caros.

 

frasco transparente com medicamentos coloridos derramado sobre um fundo azul claro

iStock

Há quase duas décadas que os medicamentos não sujeitos a receita médica são vendidos não só nas farmácias mas também fora destas, em pontos de venda autorizados pelo Infarmed (Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde), tais como parafarmácias e espaços de saúde localizados em supermercados.

Segundo os dados de 2023 do Infarmed, cerca de dois em dez medicamentos de venda livre são comprados fora das farmácias. Apesar disso, a quota de mercado destes locais de venda livre tem vindo a diminuir ligeiramente, registando menos 0,2% face a 2022, de acordo com os dados mais recentes do Infarmed. Porém, a história repete-se: é fora das farmácias que os preços dos medicamentos não sujeitos a receita médica são, em média, mais baratos.

Preços continuam a subir

A DECO PROteste recolheu, em 287 estabelecimentos (160 farmácias, 69 locais de venda autorizados e 58 farmácias online), o preço de 26 medicamentos de venda livre dos mais vendidos ao nível nacional.

Se olharmos para cada um dos medicamentos, independentemente do local de venda, verificamos que a variação de preços, em 2024, é bastante significativa, principalmente no caso do Paracetamol Generis MG, do Ben-u-ron, em xarope, e do Betadine (solução cutânea), pois apresentam flutuações entre o preço mínimo e o máximo encontrados na amostra recolhida superiores a 100 por cento.

As conclusões retrataram, ainda, em fevereiro de 2024, aumentos generalizados dos preços, face ao período homólogo. Assim, tendo em conta o cabaz de medicamentos do estudo (26 medicamentos), a taxa de variação dos preços foi de 4,8 por cento. Isto significa que o aumento percentual médio nos preços dos medicamentos foi superior ao aumento percentual médio dos preços dos bens e serviços relacionados com a saúde. Ou, por outras palavras, o aumento médio dos preços foi superior à inflação na saúde, que, em fevereiro de 2024, era de 3,9 por cento.

Sete medicamentos com mais de 7% de aumento

Embora o aumento generalizado esteja apenas cerca de 1% acima da inflação, existem medicamentos – sete, mais precisamente – que apresentaram uma variação percentual bastante acima dos 3,9%, ultrapassando mesmo os sete por cento.

 

O Bepanthene Plus Creme, em média, passou dos seis euros para os 6,67 euros, aumentando 11,2 por cento. Um caso ainda mais flagrante é o do Betadine Solução Cutânea, que custava, em média, 6,04 euros e agora está a 6,85 euros – ou seja, mais 13,4% do que em 2023.

O Canesten e o Gino-Canesten, ambos em creme, também fazem parte do grupo dos medicamentos que apresentaram aumentos médios de preços bastante consideráveis: o primeiro passou a custar, em média, 6,15 euros, mais 46 cêntimos do que no ano anterior (8,1% de aumento); já o segundo registou, em fevereiro de 2024, o preço médio de 8,58 euros, mais 75 cêntimos do que no período homólogo (um aumento de 9,6 por cento).

A fechar este lote de medicamentos, em destaque pelo disparo dos preços, estão a Magnesona Solução Oral, 20 ampolas, que, em média, está mais cara 8,1%, passando dos 9,28 para os 10,03 euros; o Pankreoflat, 60 comprimidos, com um aumento médio de 10,1%, vendo os 8,59 euros de 2023 subirem para os 9,46 euros, em 2024; e o Voltaren, com 25 cápsulas moles, que subiu quase 7,4%, deixando o preço médio de 8,73 euros, em 2023, e aparecendo, em 2024, a 9,38 euros.

No reverso da medalha surgem o Fluimucil (comprimidos efervescentes) e o Voltaren Emulgelex, que nem chegaram aos 2% de aumento médio, ficando bastante abaixo da inflação (0,9% e 1%, respetivamente).

Os preços de norte a sul

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